Pensamentos e Pensamentos

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Richie chegou a casa de Becky acompanhado de Tee e Irin.

A diretora Armstrong ficou surpresa.
Conhecia Tee a poucos dias e tudo que sabia é que era mãe de uma aluna, mas ainda não havia conhecido sua companheira.

Depois das apresentações, Irin atualizou Becky sobre os últimos acontecimentos.

Kirk havia fugido, mas não estava sozinho.
Sua família estava em outro continente e seria difícil para ele sair do país.
Para isso acontecer, ele precisaria de dinheiro e a acusação de vários crimes o deixou totalmente falido.

Becky era sua principal chance de conseguir ajuda.
Irin não tinha dúvidas que o motivo dele está na cidade era a diretora Armstrong.
Queriam e precisavam colocá-lo de volta na cadeia e Becky era a isca perfeita.

Richie achou estranho toda a atenção dada a Becky, mas não foi contrário a idéia de um reforço na segurança da diretora.

Apenas Becky estava relutante. Não gostou da idéia de ter alguém indo a todo lugar com ela como se fosse sua sombra.

- Não acha isso um exagero? Kirk pode ter cometido alguns erros, mas não acredito que me faria algum mal.

Becky perguntou olhando para Richie com cara de poucos amigos.

- Becky, entendo que goste de privacidade, mas se você é o motivo de Kirk ter vindo para a cidade, então preciso garantir que fique segura. Prometi a seus pais que cuidaria de você. Por favor, aceite a oferta da comandante.

Irin reforçou o que Richie tinha acabado de dizer a diretora.

- Senhorita Armstrong, as pessoas mudam quando vão para a prisão. O Kirk que você conheceu pode não ser o mesmo. Estamos priorizando sua segurança. Há muita coisa envolvida. Lamento não poder falar mais detalhes. Deixarei sempre um agente com você. É mais seguro ter alguém treinado por perto.

Becky olhou para Freen de maneira inesperada e perguntou:

- E você detetive, qual a sua opinião?

Todos olharam para Freen tão surpresos quanto ela.

- Eu sigo ordens senhorita Armstrong. Se a comandante diz que é o melhor a ser feito, então você deve confiar no que ela diz.

Irin ficou surpresa com as palavras de Freen.

Até aquele momento tudo que ela havia feito ou dito foi para provocá-la e agora, ao menos uma vez, estava concordando com ela.

- Tudo bem, eu aceito a sua oferta. Disse Becky ainda relutante.

- É uma decisão sábia  senhorita. A detetive Sarocha ficou aqui essa noite e já que a detetive Nam está aqui, ela ficará com você. Também vou deixar viaturas monitorando a área caso ela precise de reforço.

Irin deu orientações a Nam enquanto Becky conversava com Richie.
Tee chamou Freen para o lado de fora da casa.

- Aconteceu algo estranho durante a noite?

- A diretora fez alguma reclamação?

Freen perguntou apreensiva achando que Becky poderia ter contado algo sobre a queda da noite anterior.
Tee olhou desconfiada para ela.

- E do que exatamente ela deveria ter reclamado?

- Não sei, sabe como são essas madames, reclamam de tudo.

- Você não muda mesmo. Enfim, Irin quer falar com você, precisa passar alguns detalhes da investigação.

- Já estamos aqui, por que não desembucha logo?

- São detalhes que nem a madame nem o advogado podem saber.

- E isso tem relação com a insistência de vocês pra que ela ande com uma babá 24 horas não é mesmo?

- Irin vai tratar disso com você, agora preciso ir. Tenho alguém esperando.

Freen ficou parada olhando Tee ir embora. Uma onda de sentimentos tomou conta dela. Seria saudade do tempo que eram amigas inseparáveis? 

A sensação só piorou quando ouviu a voz de Irin que se aproximava dela.

- Preciso que venha comigo.

- Vamos para o distrito?

- Não. Hoje é sábado, nada de distrito.

Antes de Freen entrar no carro Nam chamou por ela.

- Vai embora sem dar tchau?

Nam envolveu a amiga num abraço cheio de ternura.

Freen fechou os olhos e ficou perdida nele por alguns segundos.
Irin a observava de dentro do carro.
Por um momento alguma coisa naquela cena a incomodou.

Do lado de fora, a diretora Armstrong também observava discretamente a despedida das duas detetives. Assim como Irin, pensamentos também surgiram de repente em sua cabeça.

- Se cuida. Volto assim que puder. Você também diretora.

Freen esperou as duas entrarem em casa e sentou no banco ao lado de Irin.

- Para onde vamos comandante?
- Você já vai saber.

FREENBECKY EM CASOS DE ''POLÍCIAS''Onde histórias criam vida. Descubra agora