Tristeza em dobro

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Todas as tentativas de Tay de se conectar com Macau foram em vão. Não era que Macau se recusava a atender; desde o momento em que entrou no táxi, ele já havia decidido se distanciar.

Dias depois, Tay apareceu à sua porta. Macau se refugiou em seu quarto, deixando Pete, seu irmão, lidar com a visita inesperada. Pete abriu a porta, mas não permitiu que Tay ultrapassasse o portão.

- Eu preciso entender. Deixe-me falar com ele - implorou Tay.

- Não venha aqui perturbar Macau. Acabou. Respeite isso ou vamos resolver de uma maneira que você não vai gostar. Não queremos você aqui - respondeu Pete, fechando a porta.

Macau decidiu tirar mais alguns dias de licença do trabalho. Ele precisava desse tempo. Passou mais tempo com Pete e se dedicou a um projeto pessoal, oferecendo orientação acadêmica online. Ele focou em sua carreira, onde encontrou mais satisfação. Mas à noite, quando não havia mais nada para distrair sua mente, as lembranças de Tay o invadiam. Ele chorava, lembrando-se dos momentos íntimos, dos carinhos trocados. Ele se perguntava como Tay estaria.

Depois de três meses, Macau estava melhor, mas ainda evitava qualquer menção a Tay. O dinheiro que recebeu de Tay foi investido e os lucros foram doados para caridade.

Mas um dia, ele foi pego de surpresa. Distraído, a caminho de um encontro casual, ele se deparou com um outdoor com a imagem de Tay promovendo chinelos. As lembranças de uma de suas últimas noites juntos vieram à tona, a memória de Tay gemendo enquanto ele beijava os pés que tanto amava. De repente, ele se sentiu possessivo, ciumento de que os pés de Tay estivessem expostos assim. Eram os pés que ele amava beijar, os pés que faziam Tay sorrir e se arrepiar.

Ele voltou para casa de mau humor. Naquela noite, ele se tocou pensando em Tay. Tentou pensar em outra pessoa, mas não conseguiu. A agonia só passou quando ele se concentrou em Tay.

Já Tay não estava diferente.
Desde o momento que Ele percebeu que Macau tinha ido embora ele não entendeu.

Quando perguntou sobre o empresário ter entrego o bilhete e o envelope,ele disse que entregou.

Mas...então Macau o rejeitou. Não aceitou o que tinha dentro do envelope.

Ligação, foi atrás mas nada resolveu.
Percebeu que era definitivo quando Pete foi quem atendeu a porta e o expulsou.

Depois só piorou.Nao conseguiu nem um dia ficar sóbrio.
Nem se deu trabalho de desmarcar compromisso. Apenas não ia.
O empresário até mesmo não sabia mais o que fazer.

Até que ele abriu mão de vez. O segurança encontro ele bêbedo, vomitado na porta do banheiro.

Ele arrastou Tay pelo corredor. Jogou ele no banheiro com roupa e tudo.
Deu banho.
Quando ele acordou, o fez beber um café preto.

- você vai vestir uma roupa e vai atrás de Macau.
-Ele não quer mais nada comigo.
-Nao interessa. Você só vai sair de lá quando vocês conversarem . Os dois. Nada de porra de carta, nada de recado.

Quando o jato desceu, Tay tremia.
Mas não desistiu.
Ficou o dia todo na porta de Macau. No sol .
Mas ele não iria embora. Nunca.

Quando Macau chegou, travou na hora quando viu Tay ali.
Queimado do sol. Assanhado e abatido.

-O que faz aqui? Não entendeu o recado?
-Nao quero saber deporta de recado mais Macau. Quero conversar com você.
-Eu não quero.Eu não quero. Entendeu?

Entrou em casa deixando Tay plantado.

Enquanto Macau observava Tay sentado lá fora, ele presenciou o exato momento em que Tay desmaiou de exaustão. Rapidamente, ele o levou para dentro, deu-lhe água e soro. Quando Tay começou a reagir, Macau o levou para o banho.

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