Promessas

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Macau despertou com os primeiros raios de luz que se infiltravam pela janela. Tay ainda dormia ao seu lado, os traços do rosto suavizados pelo sono. Com cuidado para não acordá-lo, Macau se levantou e começou a arrumar sua mochila Ele não iria embora sem se despedir, não queria parecer um fugitivo na calada da noite.

Ele desceu as escadas, a mala em uma mão, e se sentou no sofá, esperando que Tay acordasse. O tempo parecia se arrastar, cada tic-tac do relógio ampliado pelo silêncio da casa.

Quando Tay finalmente despertou e tomou seu banho, ele desceu as escadas sem pressa, ainda meio adormecido. Mas ao chegar ao topo da escada, ele parou. Lá embaixo, Macau estava sentado, a mochila ao lado, os olhos fixos no celular.

-Para onde você vai? - Tay perguntou, a voz rouca pelo sono.

-Para casa - respondeu Macau, sem desviar o olhar do celular.

-Você não pode me deixar, Macau.

-Posso. E vou.

Tay desceu as escadas correndo e se jogou aos pés de Macau, agarrando-se a ele enquanto as lágrimas começavam a fluir.

-Por favor, por favor, não me deixe, Macau.

-Não faça isso, Tay.

-Por favor. Não me deixe. Não você. Não você.

Tay chorava compulsivamente, em um estado de desespero que Macau nunca tinha visto antes. Ele estava abalado, incapaz de acreditar que estava perdendo Macau.

Era difícil para Macau ver Tay naquele estado. Parecia que ele estava se questionando, se culpando. Ele não queria se separar de Tay, mas também sabia que não era justo ser sempre ele quem cedia. Ele suspirou, se abaixou e abraçou Tay.

-Vou ficar, Tay. Mas você precisa me provar que quer isso tanto quanto eu quero.

Tay abraçou Macau com força, prometendo entre soluços que iria mudar.

Depois que Macau voltou para o quarto, fez Tay pegar todas as substâncias tóxicas e jogá-las fora.

-Não vai ser fácil, Tay. Mas eu estou com você.

-Sempre.

Eles passaram o resto do dia juntos, sem fazer nada, apenas deitados um ao lado do outro, trocando carinhos. Não fizeram amor, apenas aproveitaram a companhia um do outro. Enquanto Tay dormia, Macau deslizava os dedos pelos cabelos dele, pensando em como, apesar de ser mais novo, Tay parecia tão frágil.

Tay cumpriu sua promessa e, durante todo o tempo, Macau não saiu do seu lado, mesmo que isso significasse entrar em conflito com o empresário de Tay. Qualquer gole de álcool ou qualquer coisa que pudesse levar a uma recaída, Macau bloqueava. Festas e eventos onde Tay seria exposto a tentações, Macau estava lá, pronto para levá-lo para casa.

Hoje, Macau passou o dia inteiro dando aulas online. Enquanto isso, Tay cumpria seus compromissos e, ao final do dia, encontrou-se deitado na cama. De repente, uma ideia lhe ocorreu. Fazia tempo que não se produzia para uma noite de amor. Macau merecia isso.

Ele vasculhou suas diversas fantasias até encontrar aquela que sabia que Macau adorava. Não era exatamente uma fantasia, mas era indiscutivelmente sedutora. Tay tinha uma aura feminina que ele amava, mesmo que às vezes se passasse por um homem hétero dominante.

Rapidamente, ele vestiu o conjunto vermelho. As tiras delineavam seu corpo de maneira provocante, a cinta-liga e a tiara de diabinha completavam o visual. Ele estava excitado e, para isso, nem precisou usar drogas. Caminhou descalço até Macau, que ao vê-lo, desligou rapidamente o computador.

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