085-SUPERSTAR

O tempo

O tempo, dizem, é o maior curandeiro. Durante três longos meses, Tay se encontrava na clínica de reabilitação, um lugar que parecia estar a milhas de distância de seu lar e de seu amado, Macau. A saudade era uma constante, um sentimento avassalador que se enraizava em seu peito, fazendo-o questionar se conseguiria suportar.

Havia momentos em que a solidão parecia insuportável, como um fardo pesado demais para carregar. Mas sempre que esses momentos surgiam, uma ligação para Macau parecia trazer de volta o ânimo, a esperança. A voz familiar do outro lado da linha era o suficiente para acalmar seus medos, para lembrá-lo de que ele não estava sozinho nessa jornada.

Enquanto isso, a casa que Tay havia comprado finalmente ficou pronta. Não era uma questão de não gostar da casa de Macau, mas Tay tinha planos de expandir a família. Ele sonhava com o barulho de crianças correndo pelos corredores, a alegria de uma casa cheia de amor e risos.
Antes da internação, a vida de Tay parecia ter sido engolida por um redemoinho de caos. A notícia de seu hiato profissional caiu como uma bomba, pegando fãs, colegas de trabalho e a mídia de surpresa.

No momento em que a notícia se espalhou, as redes sociais se inundaram de reações. Os fãs de Tay, aqueles que o seguiram desde o início de sua carreira, estavam em choque. Alguns expressaram seu apoio incondicional, inundando suas postagens com mensagens de amor e encorajamento. "Estamos com você, Tay", "Tome todo o tempo que precisar", "Sua saúde vem primeiro" - esses eram os tipos de comentários que se destacavam.

Por outro lado, houve aqueles que não entenderam. Alguns fãs se sentiram traídos, como se Tay tivesse desistido deles. Eles expressaram sua decepção e raiva, questionando sua dedicação e comprometimento com a carreira e com os fãs.

A mídia, por sua vez, estava em frenesi. O afastamento de Tay das luzes do palco foi um grande golpe para a indústria do entretenimento. Artigos e matérias sobre o assunto inundaram a imprensa, cada um tentando desvendar o mistério por trás de sua decisão. Os paparazzi o perseguiam, ansiosos por qualquer vislumbre de sua vida privada.

Mas, apesar do caos, Tay permaneceu firme em sua decisão. Ele sabia que, quando se tem um propósito, nada pode desviar o foco. Ele estava determinado a se recuperar, a lutar contra seus demônios, não importava o que os outros pensassem ou dissessem. E assim, ele deu o primeiro passo em sua jornada para a recuperação, com a esperança de um dia retornar mais forte do que nunca.

E, apesar da distância e da saudade, Tay nunca se sentiu sozinho. Ele tinha Macau, e isso era o suficiente.
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O dia estava perfeito para Macau. Ele se olhou no retrovisor, ajustando seu cabelo cuidadosamente. Pegou o telefone e digitou uma mensagem para Tay: "Oi, Galego sedutor do 085. Estou te esperando no banco da frente, pronto para explorarmos algumas aventuras diferentes".

Tay não pôde deixar de sorrir, um calor se espalhando por seu peito. Ele respondeu: "Estava com saudades, realmente preciso de um lugar para me acomodar".

A resposta de Macau veio na forma de uma foto provocante. "Aqui serve?", a legenda dizia.

Tay fechou a porta de casa, pegou sua mochila e saiu, um pensamento divertido passando por sua mente: "Que marido atrevido eu fui arranjar".

Quando abriu a porta do carro, Macau mal teve tempo para pensar. O olhar nos olhos de Tay era intenso, fazendo seu coração bater mais rápido. Era um encontro de almas, tão poderoso e profundo quanto da primeira vez que se viram.

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Hoje, Tay e Macau estavam prestes a assistir ao show de um jovem talento que vinham acompanhando. A música era envolvente, e curiosamente, o jovem era agenciado pelo ex-empresário de Tay.

- Olá, Tay - cumprimentou o empresário.

- Oi - Tay respondeu, um sorriso amigável no rosto. - Estou gostando do som. Excelente escolha.

- Você é o exemplo de que eu sempre estou com os melhores - o empresário comentou, um toque de nostalgia na voz.

- Eu sei - Tay deu de ombros, confiante. - Veio sozinho?

- Não, Macau está chegando. Ele encontrou alguns alunos ali e está conversando.

No momento em que Macau entrou, a atmosfera mudou. Ele tinha uma presença dominante, o tipo de aura que preenchia a sala. O empresário pareceu envergonhado, como sempre acontecia quando Macau estava por perto. Mas Macau, sempre elegante, agiu como se o passado não tivesse importância.

- Preciso de um favor - o empresário começou, hesitante. - Meu aluno, Chay, é um grande fã do Wik. Seria possível ele dar um oi? Apenas um.

O empresário sorriu, um pouco aliviado. - Deixe-me perguntar a ele.

Macau apreciou essa consideração. Ele sempre colocava o conforto do artista em primeiro lugar. Parecia que o empresário realmente havia mudado. Macau olhou em volta, notando a ausência de bebidas ou qualquer coisa ilegal. - Ele autorizou a entrada.

Chay entrou, pálido como um fantasma. Macau o encorajou a empurrar a porta.

- Parece que as coisas mudaram por aqui, né? - Macau comentou, olhando ao redor. - Nem uma gota de álcool. Nada de balinhas coloridas.

- Nada disso. Tudo limpo - o empresário respondeu, soando genuinamente arrependido. - Eu me culpo, Macau, todos os dias. E tento fazer o melhor.

Macau assentiu. - É o certo. Mas só quero te lembrar que eu ganhei.

- Como assim? - o empresário perguntou, confuso.

- Eu ganhei... No final, Tay ficou com o professor suburbano que mora em uma casa com jardim.

O empresário sorriu. - É... você não seria você, o baixinho audacioso, se não viesse aqui jogar isso na minha cara. Você ganhou. E estou feliz que foi você.

- Temos que ir. Foi bom te ver - Macau disse, levantando-se. Quando ele e Tay saíram, se abraçaram. Macau beijou a aliança no dedo de Tay.

"Obrigado por me amar", Tay sussurrou.

Macau, como sempre, completou: "Hoje e sempre".

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