Casa do caos

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A vida de um educador é um mar de desafios. Alunos, aulas, exames, e mais alunos... Essa rotina agitada até servia para manter a mente de Macau ocupada. Durante a pausa, enquanto apreciava um suco, resolveu espiar o Instagram de Tay, sua paixão. Tay estava em um programa de televisão, usando uma touca que pertencia a Macau. Um sorriso bobo surgiu involuntariamente em seu rosto.

- Esse sorriso... Está apaixonado, professor? - indagou Yi, uma de suas alunas que também se tornara sua amiga.

- Talvez.

- Veja só quem postou uma foto... E com uma touca idêntica a sua.

- Está insinuando algo?

- Com certeza! Você foi ao show dele, voltou com um sorriso radiante. Anda misterioso e agora ele aparece com a sua touca em um programa de TV.

- Você está inventando uma história, Yi. Está sugerindo que estou envolvido com o meu ídolo e que ele está usando a minha touca em público.

Ela sorriu.

- Seria uma história se eu não soubesse que essa touca é exclusiva da minha loja, professor. Fui eu quem te deu. E é feita à mão. Só fiz uma para você. Explique isso.

- Espertinha! Confesso. Yi, eu estou perdido. Estou envolvido com o meu ídolo. E isso é bom e ruim.

- Você é um sortudo, isso sim. É atraente, é inteligente e está envolvido com um famoso. Abençoe-me, Santo Macau, para ver se eu saio da seca.

- Não é tão maravilhoso assim quando você tem que ficar esperando por um simples oi dele. Ou quando ele tem que mandar os assistentes para te cumprimentar. Mas estou aqui, firme e forte.

- Hum... verdade. Mas seu segredo está seguro comigo. Só me dê 10 na prova que estamos quites.

- Vou te dar 10 cascudos, isso sim. Vamos para a sala, porque quem é podre de rico é o Tay, não sou eu.
******"

Quando o empresário passou a agenda, Tay concordou com tudo até sexta-feira.
- Até sexta, cumprirei todos os compromissos. Mas cancele tudo a partir do sábado até o outro domingo.

- Você está doente?

- Estou doente de amor.

-A equipe se desdobrou para organizar esses compromissos para você, descartá-los é um desrespeito.
- Chame-os para entrar.
- Quem?
- O restante da equipe.

Quando todos entraram, Tay se dirigiu a eles com uma voz suave, mas firme.

- Pessoal, acabei de cancelar todos os compromissos até o próximo domingo. Eu sei o quanto vocês se esforçaram para planejar tudo, mas eu preciso disso. Se eu não for ver meu parceiro, eu vou enlouquecer, ou pior, ele vai. Até sexta à noite, estarei disponível para atender ligações, tirar fotos, fazer ensaios, mas no sábado, estarei... indisponível.

- Tay!

- Obrigado pela compreensão.

O empresário estava visivelmente perturbado, seu rosto pálido contrastava com seus olhos arregalados.

- Tay, escute aqui. Eu entendo que seu relacionamento com Time não deu certo e você está tentando compensar com esse rapaz. Talvez, na sua cabeça, se estiver com alguém mais comum, você se sentirá seguro. Ele é bonito, concordo, mas há muitos como ele. Você não precisa se comprometer dessa forma.

A expressão de Tay endureceu, seus olhos se estreitaram e sua voz baixou para um sussurro gelado.

- Em respeito aos nossos anos de amizade, vou ignorar o que você acabou de dizer. Mas quero que você anote isto: nunca mais fale de Macau, ou de qualquer outro parceiro meu dessa forma. Se eu souber, ou ouvir algo do tipo, eu mesmo te demito. E paro com toda essa palhaçada. Aliás, mudei de ideia. Vou sair de férias agora. Cancele tudo.

- Tay!
- Não me procure. Não quero ser encontrado.

***********

Alheio a isso,em seu lar.
Macau estava em casa, recebendo a família. Pete, Vegas, Venice e até sua mãe estavam presentes. Quando a campainha tocou, ele abriu a porta sem nem olhar quem era e foi imediatamente atacado por um beijo apaixonado.

- Estou louco para te dar... - começou Tay, mas Macau rapidamente tapou a boca dele, virando-o para encarar a família reunida, que assistia à cena com olhos arregalados.
- Dar um presente. Oi, família. Já estou de saída.

A mãe de Macau estava rindo tanto que mal conseguia ficar de pé.
- Pode ficar, querido. Macau também está ansioso para receber seu presente. Vamos?

Venice correu para abraçar as pernas de Tay.
- Eu também quero presente, tio Tay. Cadê o presente?

Pete, segurando o riso, pegou o filho no colo.
- Meu amor, esse presente aí só o tio Macau pode receber, viu?
Vegas não disse nada, mas lançou um olhar tão fulminante para Tay que ele poderia ter derretido no lugar.

Quando todos saíram, Tay parecia um balão murchando.
- Sua família deve achar que sou um pervertido. Ou me veem de pau duro ou me agarrando em você. Sou uma desgraça de genro.

Macau riu, balançando a cabeça. Genro? Ele ouviu direito?
- Acredite, isso não é nada comparado ao que Pete e Vegas aprontaram no início do casamento. - Ele beijou os cabelos de Tay - Vá tomar um banho e depois do jantar, eu vou querer desembrulhar o presente.

- Mal posso esperar por esse momento.

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