Capítulo 6

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Sai da barraca de Yvar com um aperto no coração. Quando ele ficava ruim eu ficava ao seu lado. Mas não dessa vez.
Fui até Hvitserk.

— Ivar está com os olhos levemente azuis. Foi muito esforço. Eu o coloquei na cama depois faça ele beber aquele chá que eu fazia para ele. Você se lembra da receita?

Vi Mary olhar para Hvitserk e depois para mim. Hvitserk olhava para o céu para se recordar.

— Camomila, salvia, boldo e mel. — Disse ele.

— Faltou apenas um ingrediente. Eucalipto.

— Verdade. — Disse ele vindo até minha direção e me dando um abraço. Notei que Angus mantinha sua postura.

Abracei meu velho amigo e fui até Mordreg que parecia interessado nas armas.

— E então? — Disse assustando ele.

— Senhora. — Fez uma reverência.
Se Ivar tivesse aqui estaria gargalhando. Mas o sorriso de Hvitserk já bastava.

— Vamos voltar. Falar com os lordes.

— Sim, senhora.

Voltamos para nossos cavalos que estvam sendo alimentados enquanto não íamos embora. O sol já se punha, chegaríamos perto do anoitecer.
Angus bradou.

— Se formos atacados por lobos.

Olhei para Angus enquanto subia nos cavalos e agradecia os soldados por cuidarem dos cavalos.

— Os lobos não irão nos machucar. Só se Odin quiser. — Disse olhando para Mary que se mantinha compenetrada em Hvitserk.

Sorri para os dois. Eles se dariam um bom casal.
Esperei todos todos se acomodarem em seus cavalos para partir.

— Me mande uma mensagem quando Ivar acordar. — Disse em nórdico para Hvitserk que nos assistia partir.

— Pode deixar. Acho que os deuses estão ficando impacientes isso sim. — Respondeu em nórdico.

Fingi não compreender e apenas sorri. Seguindo o caminho de volta para casa. Sentia meu corpo leve quase que flutuando, isso acontecia quando Freya queria falar comigo. Mas eu tinha que me manter forte até eu chegar no meu quarto.
Segui quase fazendo uma reza para não cair. Passei os portões  junto dos outros até que eu pude parar na frente das escadarias.

— Merda. — Sussurei entre os dentes quando desci do cavalo sentindo as pernas bambas.

Cornelius queria conversar mas sua voz parecia ao mesmo tempo distante e alta. O deixando mais irritante que o normal.

— Cornelius. Eu preciso descansar mais tarde ou amanhã lhe conto. — Disse para ele.

Mary já veio para perto de mim e seguimos para dentro do castelo até a meu quarto.

— Asena. O que precisa ? Você está pálida. — Disse desesperada.

Olhei para ela me apoiando na cama.

— Apenas vá. Obrigada, Mary. Mas eu já fiquei assim. Preciso apenas que você vá. Obrigada, minha amiga.

Mary entendeu e seguiu para fora do quarto.
Eu comecei a querer tirar tudo que me pesava. Espada, roupas, bota. Ficando apenas com uma camisola branca quase transparente. Mas minha cabeça pesava. Freya queria que eu tirasse as tranças.
Assim eu fiz desfiz as tranças deixando meu cabelo que batia até perto do quadril livre. Meu corpo por fim estava livre e leve. Olhei pela janela e fui vendo uma luz azulada ao meia de uma névoa.
Pude ouvir Lagertha cantar minha música de ninar favorita. ( a música está na imagem do capítulo)
Meu corpo quase levitava, a luz da lua mostrava meu caminho. Quase que em uma dança passei pelos corredores do castelo sem que ninguém notasse. Nem me preocupei com as vozes dos lordes no salão apenas segui a luz até sair das muralhas.
Fora com a névoa minha pele se arrepiava mas era um conforto junto com aquele frio. Agora eu seguia a luz azul dentro da floresta.
Por ela podia ouvir duas risada de crianças. Quanto mais chegava perto mais a luz e as risadas ficavam altas. Até que vi uma menina com cabelos castanhos claros e vestido branco com uma espada de madeira nas mãos e com o menino atrás com um sorriso que eu conhecia de longe. O sorriso de Ivar.
Eles brincavam de luta.

— Ganhei, Uther. — Disse a menina vitoriosa com os olhos brilhante de Ivar.

Meu coração errou um compasso.

— Não é justo. — Disse o menino. — Vou pedir para o papai me treinar mais.
Assim eu vou poder ser igual ele, o grande rei Ivar.

— Pode tentar irmãzinha porque eu serie uma lenda igual a nossa mãe Asena, a mãe dos lobos.

Ouço a música fuçar forte e as crianças desaparecerem. Virei para a luz e vi sentada em uma pedra Freya. Com seu longo cabelo e lança piada no chão. Sua armadura reluzente coberta com pele de lobo.

— Grande senhora, Freya. — Disse tentando me ajoelhar, mas não conseguindo. Freya segurou minha mão.

— Minha menina. Você viu parte de seu futuro.

Olhei na direção de onde as crianças foram e voltei para a Deusa.

— Eu vou me casar com Ivar. — Ela sorriu.

— Sim. Você vai. Mas antes terá que passar por algumas dificuldades. Ainda mais nesse reino de homens.

— Cornualha. Não tenho mada o Deus deles, mas acho que distorcem o que o Deus deles disse. Deve deixá-lo triste.

Freya sorriu.

— Asena. Sua mãe teria orgulho. Lagertha só conta histórias de você no grande salão. — Disse docilmente.

— Fico feliz. Freya.

— Você minha menina vai provar ao mundo que é muito mais do que aqueles homens pensam. E abaixe a guarda um pouco. Suas antepassadas já trabalharam de mais. Durma agora.

A névoa se tornou densa e meu corpo pode descansar.

Tears of Gold. - Ivar The BonelessOnde histórias criam vida. Descubra agora