Capítulo 12

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Antes do café eu já estava sendo chamada por meu pai na sala de reunião. Mary me ajudou a vestir um vestido de cor terrosa e a colocar o broche de Lagherta e por fim a pele de lobo.

— Mary, o que Cornelius quer?

Mary me olhou e enguliu a seco.

— Acertar o noivado, com o Angus.

Meu coração falhou.

— Não. Não posso, ainda mais se eles descobrirem. —  Disse sentindo meu peito pesado sobre eu e Ivar.

— Eu conheço a mãe do Mordreg ela consegue fazer um chá que faz a mulher voltar a ser virgem. Muitas já usaram. — Disse ela me entregando a espada com o cinto.

— Não quero restaurar minha virgindade. Eu quero me casar com Ivar. — Disse pesada tentando conter o choro.

Mary me abraçou e eu abracei seu corpo magro.

— Deus sabe o que faz. Eeee. — Disse se afastando de mim  — Freya vai cuidar de você, irá cuidar da filha dela.

Eu sorri para ela. Mas não podíamos demorar mais. Coloquei o cinto e segui junto da minha companheira até a sala que ficava ao lado do salão do trono.
Entramos pela portão e pude ver os velhos e gordos lordes de um lado e Gorlys e Mordreg do outro.

— Eu vou ficar aqui. — Sussurou Mary. — Sabe como é.

Concordei e entrei deixando ela na sala do trono.

— Lady Asena. — Disse Gorlys e Mordreg que se curvaram.

Curvei levemente para eles também. Mas minha expressão ficou séria. Por incrível que pareça eu estava odiando meu cabelo preso. 

— Senhores. O que significa isso?

— Bem, acho que está na hora de firmar o casamento entre vocês. Entre a Cornualha e as terras altas.  — Disse Cornelius.

Enquanto ele falava eu notei que Angus tinha mancha de tinta no antebraço e o pai de ficava olhando para o horizonte. Logo voltei a prestar atenção em Cornelius quando ele disse a data.

— Ocorrerá no meio do inverno. — Disse ele.

Por um monitor fiquei aliviada. Estávamos chegando no verão.

— Bem. Então até lá. — Começou o pai do ruivo. — Vou retornar para minhas terras. Angus ficaram e quanto tudo estiver pronto voltarei.

— Ótimo. — Disse.

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— Mary, acho que Angus esteja tramando algo. — Disse para ela enquanto eu selava meu cavalo para visitar Ivar.

— Pedirei para as damas e servas ficarem de olho. Qualquer mensagem ou coisa do tipo irei te avisar.

— Obrigada, Mary. O que eu seria sem você?

Sorri subindo no cavalo.

— Bem, acho que você já teria matado aquele ruivo. — Disse ela rindo enquanto limpava a mão no avental.

— Sim, até mais e já sabe.

— Se perguntarem, Asena foi dar uma volta com o cavalo, mas volta antes do entardecer.

— Muito bem. — Disse sorridente.

Sai com o cavalo colocando calmamente, mas quando passei as muralhas aumentei o trote do cavalo, correndo o mais rápido em direção à praia. O vento solto meu penteado.
A grama verde se tornou a areia branca e fofa da praia. Perto de algumas pedras Ivar tentava se apoiar sem a bengala.
Parei o cavalo perto e desci dele, prendendo as rédeas nas pedras.
Ivar veio o mais rápido até mim e me segurou nos braços em um abraço forte. Finalmente me aquecia novamente.

— Meu amor, que saudade. — Disse ele me beijando rapidamente.

— Também estava, Ivar.

— Eu me sento em casa com você minha valquíria. — Disse ele sorrindo para mim.

— Eu também, meu Fenrir. — Disse para ele e selando nossos lábios em um beijo profundo.
  Mas nós separamos por conta da notícia que tinha de contar para ele.
Suspirei antes de olhar para seus olhos azuis.

— Ivar. Cornelius estipulou a data do casamento entre eu e o Angus. — Disse.

Ivar se afastou um pouco e se apoiou na pedra.

— Quando vai ser? — Perguntou sério.

Eu fui até ele e segurei em sua mão direita.

— Metade do inverno. — Disse olhando para ele. — Mas acho que ele e o pai estão tramendo algo. Pedi para Mary ficar de olho.

— Bem, se ele tentar fazer algo contra você, ou fizer, eu o mato. — Disse ele segurando o meu rosto.

— Eu vou ficar bem, se der certo. Eu vou casar com você.

— Você será a minha rainha. Como prometi. — Disse ele. — Nem que eu tenha que te salvar. Por isso pedi para que o ferreiro fizesse isso.

Ele pegou uma adaga, mas que escondida dentro da armadura, parecida com a dele mas com falcões desenhados na bainha prateada.

— Isso é lindo. — Disse para ele com a animação de uma criança ganhando um presente.

— Não tanto quanto a minha rainha. Bela por fora, mas mortal com aqueles que mexem com os que amam.

Olhei para ele sentindo lágrimas se formando, eu não tinha que ficar mais em um fortaleza.

— Eu, não sei como agradecer. — Disse para ele sorrindo.

— Não precisa minha rainha. Seu nobre cavaleiro sempre estará aqui.

— Eu sei. — Disse.

Lembrei de quando uma menina pediu para o irmão cortar o meu cabelo e Ivar resolveu do jeito dele.

— Lembra de quando aquela garota contou meu cabelo?

— Lembro. Eu fiz o irmão dela aprender a nadar rapidinho. — Disse ele.

— Hvitserk ficou tirando uma de meu cabelo. Tive que ficar usando toca por sei lá quantos meses.

— Mesmo daquele jeito, você ficava linda.

Sorri guardando a adaga em meu cinto.

— Me pergunto quando que foi que a gente se apaixonou. — Disse abraçando ele.

— Acho que foi quando você me defendeu e levou a pedrada. — Ele riu.

— Eu acho que foi no meu aniversário de treze anos. Quando eu percebi mesmo que te amava.

Ficamos em silêncio observando o mar. Mas logo voltamos a conversar sobre como seria o nosso reino de como seria se tivéssemos filhos e qual seria o nome deles.

Nota da autora:
Olá, meus lobos.
Espero que tenham gostado.
Me digam sera que o Angus vai esperar até o casamento pra tentar algo com a nossa Asena?
O que o Ivar vai fazer se ele descobrir ?

Até a próxima gente.

Tears of Gold. - Ivar The BonelessOnde histórias criam vida. Descubra agora