Capítulo 13

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Eu tinha voltado para Cornualha  Mary me esperava na entrada do castelo, parecia preocupada. Eu tinha deixado o cavalo no estábulo e voltei correndo falar com a minha amiga.

— Mary, o que houve? — Perguntei segurando suas mãos frias.

— Seu pai, vai trazer das terras centrais um padre. — Disse ela afoita.

— Mas o que tem de errado com esse padre? — Perguntei.

Ouço as vozes dos deuses dizendo caçador, caçador dos antigos.

— Ele é um caçador de bruxas. Ele mata os antigos, meu Deus, Asena. Seu pai está cada vez mais louco com aqueles lordes, fazendo o que eles querem. Cornualha vai ruir, nosso padre não é tão ruim assim, ele compreende os antigos.

— Eu sei. Mas calma, vamos dar um jeito, Ivar está conosco. Ele facilmente nos ajudará.

— Espero. — Ela disse notando a adaga.

— O quê é isso?

— É um presente de meu companheiro.

— Que linda. Não é um anel ou colar, mas conhecendo você, é perfeita. — Disse ela olhando para mim.

— Vamos, está ficando frio. — Disse para ela.

Fomos para dentro de mãos dadas, mas ela foi chamada por uma das cozinheiras, então segui meu caminho até meu quarto para eu guardar minha adaga.
Nos corredores iluminados com as tochas e a luz do entardecer pelas janelas eu seguia meu caminhos mas sentia que alguém estava atrás de mim. Fui para perto da parede com janelas para a pessoa passar mas a pessoa me prnedeu contra a parede.

— Ah! — Gritei de dor nas costas.
Quando foquei meus olhos vi que era o Angus.

— Me solta, Angus. — Disse entre os dentes.

— Não! Você é minha e acho que está na hora de te tornar minha propriedade de uma vez só. — Disse tentando me beijar.

Eu consegui pegar a adaga e colocar na garganta do ruivo que ficou em pânico. Ele foi se afastando mas eu fui acompanhando e quem estava encurralado era ele.

— Se tentar fazer isso de novo ou me tocar eu acabo com a sua raça. — Disse firme — Entendeu?

Ele não me respondeu, então forcei mais a adaga contra seu pescoço.

— Não obtive resposta...Entendeu?

— Sim. — Disse entre os dentes.

Tirei a adaga e fui caminhando de certa forma alegremente para o quarto com pequenos passos que pareciam pulinhos. Por dentro eu estava rindo da cara do escocês.
No quarto retirei a pele de lobo e guardei a adaga debaixo do travesseiro. Voltei para o jantar, que felizmente os nobres já tinham realizado.
Cornelius ainda estava no salão me aguardando. Sentia que eu teria que ouvir alguma coisa ou fazer algo que um dos dois iria protestar.

— Minha filha, como foi a caminhada? — Perguntou, puxando uma cadeira para eu me sentar.

— Foi boa. Eu me diverti, pude pensar e apreciar o mar.

— Que ótimo! Mas tenho algo importante para falar. — Disse ele se sentando — Minha filha, você ira casar com Angus e os lordes acharam melhor que você fosse batizada como católica.

Eu parei o que estava fazendo e olhei incredula para ele.

— Não. Não! — Disse me levantando e apoiando os punhos na mesa.

— Querida.

— Querida, nada. — Me afastei quando ele tentou chegar perto de mim. — Eu cresci longe de tudo que é cristão, eu fui criada para ser uma escudeira em uma cultura que não menospreza as mulheres. Eu fui criada por Lagertha! Eu sou a filha de Freya e não vou ser batizada.

Tears of Gold. - Ivar The BonelessOnde histórias criam vida. Descubra agora