Capítulo 8

230 19 1
                                    

Os lordes estavam comendo e comemorando, já era a segunda noite seguida. Eu apenas ficava sentada no trono com o rosto fechado e Mary ao meu lado. Pensava no que estariam fazendo com o pobre homem que Mordreg mandou como mensageiro.
Bufei ao ver Cornelius e o pai de Angus se aproximarem. Olhei para Mary que sussurrou para mim quase aos risos.

— Quer que eu tire a espada de você? Assim não vai ter como arrancar a cabeça deles. — Perguntou.

Olhei para ela meio assustada.

— Para um cristã até que você está com a língua afiada.

— Acho que é uma certa amizade que está me levando pelo lado obscuro. — Disse olhando para mim.

Cornelius chegou esperando que eu me sentasse adequadamente para uma nobre. Mas continuei praticando deitada.

— Minha filha, acho que já sabe do acordo entre Cornualha e a Escócia.

— Sim. Venderam a herdeira quando tinha cinco anos em uma acordo de casamento arranjando. Pior que é meio burro esse acordo, para onde fica o reino de Angus com o nosso sem nenhum proveito comercial, territorial ou para reforçar o exército. Sem dizer que eu fiz uma promessa, vocês chamariam de milagre para o seu Deus. Eu apenas uma troca para os meus. Não vou me casar com Angus e se continuarem. — Levantei estalando a língua e olhando sinica para Mary. — Alguém vai acabar com as duas cabeças cortadas e não queremos isso para o jovem Angus.

Me levantei sentindo o horror em seus rostos.

— Com a sua licença, mas vou sair oara tomar um ar. — Disse saindo do campo de visão dos Lordes.

Mary veio atrás de mim rindo.

— Acho que está passando muito tempo comigo. — Disse abraçando seu ombro direito enquanto caminhavamos para fora do salão e acessavamos as muralhas para caminhar por elas.

A noite estava com parte da lua aparecendo. Ouvia-se apenas o mar e os pássaros noturnos.

— Asena. — Chamou Mary que estava de pé enquanto eu me sentava na beira da muralha.

— Fale.

— Você ainda pensa em se casar?

— Claro. E você?

— Eu penso mas a maioria dos homens são brutos e idiotas. Estou percebendo cada vez mais. Agora, eu achei um homem bonito.

Sorri vendo seu rosto avermelhado.

— Me diga. Quem é?

— Olha não é muito bom aos olhos de meu Deus.

— Se é amor, Mary. Então que se dane os deuses, porque é amor. — Disse segurando em sua mão magra.

— Obrigada, Asena.

— Mas eu quero saber quem é esse homem?

Ela engulio a seco e sussurrou algo que não compreendi.
— O irmão de Ivar.

Arregalei os olhos e ri de leve.

— Hvitserk, você está apaixonada por ele?

— Pelo menos não estou apaixonada por um homem um tanto quanto problemático que me seguiu até a Bretanha.

— O quê? — Disse ficando séria — Como assim, Mary? Eu apaixonada, ainda mais pelo Ivar?

— Sim. — Disse cruzando os braços.

— Não. Ele é um amigo. — Menti com o coração querendo sair pela boca.

— Pelo amor de Deus. Asena, eu sei o que vi e o que você me contou.

Tears of Gold. - Ivar The BonelessOnde histórias criam vida. Descubra agora