Capítulo 4

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                         IVAR POV.

As chamas tinham se dissipado quando a névoa encobriu a cidade. Os poucos que sobreviveram pedi para serem escravizados.
Estava olhando para o outro reino que estava no mapa, que havia na mesa da antiga sala do trono, mostrava praticamente o litoral da Bretanha. Ainda havia dois reinos e três vilarejos até Cornualha. O reino de Asena.
Ouço passos até mim. Era um mensageiro. Ele tinha os olhos cheios de medo.

— Senhor. Um carta do seu irmão Ubbe.

Eu sorri malicioso quando me virei para o mensageiro que faltou desmaiar ao me ver.

— Claro. Pode me entregar. — Disse o mensageiro que com movimentos rápidos e desajeitados colocou a carta na mesa e se retirou.

Peguei ela e comecei a ler. Mas não tive paciência e a joguei na lareira onde ela queimava.

— Ubbe, Ubbe, ainda não aprendeu irmão. Ninguém manda em mim.

Sorri com uma ideia que veio em minha mente.

— Hvitserk! Vamos caçar!

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                      ASENA POV.

Ainda estava remanejando as pessoas que noa poderia ficar de jeito nenhum em Cornualha. Além da relutância de alguns lorde de ensinarem as mulheres a lutar. Estava na biblioteca analisando o mapa e como poderia fortificar mais o reino, quando Mary junto com Angus chegaram.

— Asena. Temos um problema. — Disse Angus.

— Qual seria? — Me viro para eles.

— O chefe da guarda Gorlys não quer treinar as mulheres.

— Por quê? — Pergunto cruzando os braços.

— Ele fala que nas escrituras sagradas. — Mary começou mas nem permiti que ela continuasse.

— Nem continua.

— Eu concordo em parte com ele. — Disse Angus.

Olhei para o ruivo com um olhar de desgosto e foquei apenas em Mary.

— Chame todos, principalmente as mulheres, e chame o chefe Gorlys.

Caminhei passado entre eles e tombando propositadamente meu ombro no braço de Angus que se desequilibrou.
Fui até meu quarto onde coloquei minha armadura de couro que protegia o peitoral, ombros e os antebraços. Deixei meu manto jogado já cama e peguei meu escudo.

— Vamos ver, mãe. Se o chefe Gorlys levanta depois da surra que eu der nele.

Caminhei a passos largos e no meio do caminho Cornelius apareceu, caminhando atrás de mim.

— Filha, por Deus. Não é certo isso. Angus me falou. Lugar de mulheres é longe da guerra e submissa ao marido.
Parei trincando o maxilar. Me virei para ele.

— Não, isso é o que os cristãos acham. Mulher é independente, não subjugada a ninguém. E se tentar me impedir vai saber o quão boa me tornei para matar alguém. — Disse olhando em seus olhos que pareciam me temer.

Sorri e continuei meu caminho até onde estava Gorlys. Estava fora das muralhas e ele estava treinando apenas homens. Todos pararam a medida que eu me aproximava. Até que Gorlys veio até mim.
Ele era mais ou menos da idade de meu pai. Mas estava em forma e usava uma armadura de couro com o brasão do reino na frente.

— Lady Asena, a que devo a honra?

— Bem, Gorlys. Você disse que mulheres não são feitas para lutar.

— Mas isso é verdade, de acordo com as escrituras.

— Eu quero que se fodam as escrituras. — Disse a ele.

Desenbanhei a espada com minha mão direita. E olhei novamente para o velho chefe da guarda.

— Se diz isso, vamos mostrar para seus homens como mulheres são imprestáveis.

Gorlys ficou em guarda com a espada na mão. Ele avançou e me defendi com o escudo. E contra ataque rasgando a manga de algodão amarelo.
O velho ficou assustado e impressionado com minha rapidez.
  Comecei a investir vários golpes contra o velho chefe da guarda. Mas quando ia acertar algum ponto vital eu acertava o punho da espada. Ficaria roxo mas não o mataria. Por fim quando estava no meio da luta vi Hvitserk trazendo um saco ensanguentado nas mãos enquanto saia da floresta.

— Merda. — Dou um rasteira usando meu escudo em Gorlys que caiu de costas no chão.
Olhei para os outros que estavam impressionado e falavam que ninguém havia ganhado dele antes.

— Quem é o segundo no comando?

Um homem mais novo e alto deu um passo para frente.

— Sou Mordreg.

— Ótimo, será você que irá treinar as mulheres. O resto, ajude Gorlys a levantar.

Caminhei até Hvitserk. Ele tinha um sorriso no rosto e quando guardei a espada ele me abraçou.

— É bom te ver, minha lobinha. — Disse ele me soltando do abraço.

— Não devia estar aqui. — Disse. — Ivar é o inimigo, quem está junto, também.

— Eu sei. Mas Ivar me pediu para te entregar isso. E.

Hvitserk tirou do colete de couro uma carta e me entregou.

— Isso.

— O quê é isso? — Perguntei segurando a sacola.

— É algo que tanto você quanto Ivar, usariam. — Disse Hvitserk.

— Ok. Mas é melhor você ir mas antes irei pedir um favor para você.

— Qual é?

Olho ao redor e retiro a carta que escrevi antes de partir para a Cornualha.

— Acho que faz quase um mês que escrevi essa carta. Qualgumas coisas não vão fazer sentido para o agora. Mas quero que Ivar leia.

Hvitserk pegou a carta da minha mão gelada e concordou.

— Irei entregar para ele. Até algum dia, Asena.

Ele partiu pelo mesmo caminho que voltou.

— Adeus, irmão.

Voltei para dentro do castelo. As pessoas me olhavam às vezes abismadas, outras sussuravam. Acho que elas não vão se acostumar comigo.
Cornelius estava vermelho e começou a falar várias coisas que eu apenas ignorei e falei.

— Se você não entendeu. Iremos apenas ganhar Ivar se lutarmos como vikings, não como cristãos.

Passei por ele e chamei Mary. Que logo veio me acompanhar até a biblioteca.
Deixei o saco na mesa onde tinha o mapa e eu comecei a ler a carta.

" Asena.
Vamos acabar com essa briga. Volte para casa. Volte para mim.
Por favor.
Se aceitar voltar para casa use essa pele de gamo rei.
Por favor.
A não ser que você queira virar o gamo rei morto."

Sorri amargamente.

— Mary, prepare um grupo de soldados. Vamos até o acampamento de Ivar. 

Tears of Gold. - Ivar The BonelessOnde histórias criam vida. Descubra agora