Capítulo 14

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O ar estava mudando e se tornando frio. Mas o inverno nem havia chegado.
Isso era ruim, ainda mais com algumas descobertas que eu e outras haviam descoberto.
Margot e Anne viram Elaine com Angus na cama. Isso daria um belo escândalo. Por isso ela o defendia tanto. Mas para parecer menos suspeito possível eu tentava ficar fora da vista de Angus e infelizmente minhas visitas a Ivar tinham que ser mínimas. Hoje, era um dia que eu estava com saudades dele. Por algumas voz do destino Mary e Eliza apareceram no meu quarto, onde eu estava penteando o cabelos depois do banho.
As duas pareciam até um par de vaso com a mesma expressão e segurando um cesta de madeira.

— O quê é isso? — Perguntei me levantando e indo até a cômoda e pegar meu cinto que agora tinha lugar pá minha espada e adaga, graças a Margot que pegou um pedaço de coro da antiga vestimenta de Gorlys. De quando ele era magro e bonito, de acordo com ela.

— Bem, acho que você está passando tempo demais no quarto. — Disse Mary. — Como dama de companhia, amiga e criada, minha obrigação é levá-la pata dar uma volta.

— Para onde? — Disse cruzando o braço e amassando meu vestido azul claro, presente de uma das viagens de Ubbe.

— Vamos até a casa da minha sogra. — Disse Eliza. — Ela tem um tempero maravilhoso que a Margot usa, além de ervas para banhos, perfumes e muitas outras coisas.

— Achamos que você também iria se sentir feliz em conversar com uma mulher que segue os costumes antigos.

Meu rosto se iluminou.

— Sabia que iria gostar. — Disse Mary me estendendo uma terceira cesta. 

Nos três saímos do quarto e fomos rumo a saída da muralha para a floresta. A floresta que eu tive o sonho e encontrei Freya.
Fomos adentrando a floresta, até não poder ouvir mais as vozes dos trabalhadores das lavouras de Cornualha, apenas ouvíamos os sons da floresta. Caminhamos mais um pouco até ver um chalé simples com telhado de palavra e paredes de madeira e pedra com uma espécie de jardim os lado com flores e ervas com cheiros fortes e adocicados.

— Morgouse? — Chamou Eliza.

— Ah, ela disse que vocês viriam. — Disse a mesma senhora que eu encontrei na floresta.

Oregalei os olhos.

— Ah, se nao é a protegida da grande deusa. — Disse Morgouse para mim.

— Vocês já se encontraram? — Perguntou Mary.

— Sim, naquele dia que Angus atacou Ivar e eu acabei passando a noite na mata. — Disse para elas.

— Sim. A jovem rainha está bonita. — Disse a velha se aproximando de mim me analisando.

Sua nora apenas observava e Mary tentava não rir do semblante fechado.

— Ah! — Morgouse  deu um pulo para trás e bateu as palmas fortemente. — A rainha se deitou com o gamo rei!

— Morgouse! Sogra! Não deve falar desse jeito com Lady Asena. — Disse Eliza.

— Não, tá tudo bem. — Disse meio sorridente por ela lembrar Floki.

— Bem acho que temos algumas ervas para presentear vocês. — Disse a Morgouse entrando de volta na cabana.

Fomos entrando no chalé e a única coisa que eu pensava era como Mordreg era tão...sério para uma mãe como Morgouse.
O interior era simples mas aconchegante, com várias ervas secando e potes com várias ervas, perto do fogão à lenha com um caldeirão de ferro.

— Bem vamos aos pedidos regulares. — Disse Morgouse segurando alguns potes de vidro.

Ela separou dois pequenos e um grande dos vários potes.

— Camomila para cólica, boldo para garganta e um perfume de lavanda para Mary. — Disse a mais velha entregando os potes para Mary que guardou na cesta.

— Agora para a mulher que conquistou o chato do meu filho. As ervas de Margot, banho de ervas para o amor, hibisco e o perfume de rosas com um leve toque de morango.

Eliza realizou o mesmo processo.

— Agora, para você. — Disse apontando o dedo para mim. — Banho de ervas de hibisco com rosas e alecrim, perfume de flor de laranjeira com um toque de madeira.

— Nossa. — Disse pegando eles e guardando. — Quanto te devo?

— Não deve nada. Até porque não é o seu Deus que diz devemos cobrar o quanto achamos. Odin sabe de muitas coisas. — Disse ela me olhando serena. — Você me lembra muito os antigos. Principalmente Morgana.

— Você a conheceu, sogra? — Perguntou Eliza.

— Sim. No país das fadas, os antigos levaram ela para lá quando estava começando a envelhecer. O tempo lá é lento, permaneceu lá por quase dois séculos, mas ela sentia que a grande deusa estava a chamando, então ela com ajudas das fadas, foi até as margens do lago que levava a Avalon e deitou em suas águas e pode descansar. Encontrei ela quando estava grávida de Mordreg, pouco antes dela partir. Uma mulher linda, mas com um olhar triste.

Um silêncio se fez ao nosso redor mas foi quebrado com o grito do falcão que entrou no chalé.

— Freya. — Disse quando o falcão pousou em meu antebraço esquerdo.

Percebi que morgouse parecia estar em transe quando despois do segundo grito do falcão ela voltou.

— O irmão do gamo rei está vindo. — Disse ela olhando para mim.

— Como?

Ouço passos do lado de fora e percebo um velho conhecido.
Hvitserk.

— Hvitserk, o que está fazendo aqui? — Perguntou Mary.

Ele olhou para nós três e veio até mim.

— Asena, Ivar precisa de você. — Suplicou ele.

— O quê houve? — Perguntei sentindo um calafrio percorrer meu corpo.

Hvitserk não respondeu. Morgouse disse por ele.

— O gamo rei foi envenenado. A deusa disse, sua protetora. O falcão trouxe o irmão até aqui. — Ela foi até os vários potes e foi separando e sussurrando para si.

Ela voltou com vários potes de ervas e os guardou no meu cesto. Com um olhar materno ela me orientou.

— Faça um chá com as ervas dos potes grandes e use em uma sopa de legumes as ervas dos potes pequenos. — Instruiu. — Fiquei com ele enquanto não melhora, vou dar um jeito com as meninas de montar um álibi.

— Sim, senhora. — Disse seria.

— Agora, irmão do gamo. Vá!

— Como a senhora sabe? — Perguntou Hvitserk.

— Meu querido, a deusa me diz tudo que acontece por aqui, em suas diversas formas.

— Podemos falar que ela estava indisposta e a senhora fez com que ela ficasse por uns dias aqui, até melhor. — Sugeriu Eliza.

— Mary pode ficar e ir em alguns momentos para Cornualha, "avisar" o tapado do Cornelius. — Bufou Morgouse. — Se ele não tivesse ficado cristão de mais, ele teria sido um ótimo lorde.

— Você conheceu Cornelius? — Perguntei para ela.

Ela olhou para Hvitserk e eu.

— Agora, vão, antes que o gamo rei parta. — Disse Morgouse.



Nota autora:

Oi, lobinhos.
Espero que tenham gostado da leitura. Não esqueçam de comentar, dar estrela e dizer o que acharam da leitura.

Até o próximo capítulo!

Tears of Gold. - Ivar The BonelessOnde histórias criam vida. Descubra agora