Capítulo 16: Torpor

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✦Notas iniciais✦

Espero que você ainda queiram ler essa fanfic hehehe
Mas prometo que vai terminar tudo bem (:

✦Fim das notas iniciais✦

✦✦✦

A operação de resgate à Uravity foi concluída, mas deixou um amargor no peito de todos. Uraraka nem parecia a mesma quando foi retirada do esconderijo dos vilões. Desfalecida no colo de Kirishima, pálida e grogue.

Ela ficou cerca de 2 semanas no hospital, seu estado de saúde era bom no geral, mas sua apatia não era normal. Ela recebeu apoio de psicólogos e psiquiatras, e começou a fazer uso de algumas medicações devido ao estresse pós-traumático que estava vivenciando.

Mesmo com a visita de seus amigos, familiares e de seu namorado, nada a tirava do silêncio. Um sorriso fraco, um aceno de cabeça e nada mais.

A falta de sua mão também a deixara obviamente chocada. A cirurgia feita não causou tantos danos aos seu braço, pois aparentemente fora realizada de forma profissional, por incrível que pareça. Mas o fato de ter estado tão à mercê de vilões, era um medo que ainda assolava seu coração.

Ela teve sorte de sair viva com o mínimo de danos, por assim dizer.

Partindo do hospital, Eijirou convenceu os pais dela de que ela deveria ficar na casa deles pois seria mais seguro. E assim, Bakugou e ele transformaram seus turnos numa loucura para que ela não ficasse minimamente sozinha no apartamento.

O risco de ser capturada novamente era iminente, umas vez que os planos de Overhall não eram simplesmente roubar-lhe apenas uma mão.

— Estou de saída, Ocha. Há uma equipe de ronda no prédio e dois heróis na porta, se precisar de algo, é só chamar. Logo Katsuki estará em casa. — Kirishima se despediu de Uraraka com um beijo na testa, e ela apenas acenou com a cabeça, ainda em silêncio. Ela mal sabia como encontrar sua voz.

Os turnos do final do dia ficavam com Bakugou. Ele cozinhava pra ela e quase chutava sua bunda para dentro do chuveiro, para que ela ao menos tomasse banho todos os dias, além de apenas existir no sofá.

— Vamos, sua cara redonda, vá lavar essa sua bunda imunda — ele xingava-a. E podia jurar que viu um esboço de riso no olhar dela uma das vezes.

Mais alguns dias se passaram, até que uma batida na porta despertou certa apreensão nela. Ela sabia que uma hora esse dia chegaria.

— ...ela não está bem ainda! — pode ouvir Bakugou falando em voz alta após ter atendido a porta — Você só vai piorar as coisas.

— Não fale por ela, Kacchan. Eu preciso vê-la.

A voz de Deku a fez levantar-se do sofá e ir até onde eles estavam discutindo, no hall do apartamento. Ela puxou a regata de Bakugou pela barra, como uma criança tímida e ele na hora olhou pra ela.

— Você tem certeza de que está bem pra isso? — Ela acenou positivamente, e o explosivo deu espaço para Deku passar.

Ela pode ver os olhos verdes dele correrem por ela e recaírem sobre seu braço, cortado até quase o cotovelo e devidamente enfaixado, apesar de já não haver mais ferida aberta. Um sinal de dor imensa relampejou no rosto dele causando sentimentos confusos nela, mas então, ela virou de costas e caminhou até o sofá, sendo seguida pelos dois heróis. Ela sentou-se e acenou para que Deku ficasse ao seu lado. E pela primeira vez ela abriu a boca:

— Eu estou bem. — sua voz soou rouca. — Eu só preciso de um tempo para me recompor.

Bakugou descruzou os braços e sua feição rabugenta transformou-se em surpresa. Ele conteve-se no lugar, mas sua vontade foi de pular para perto dela e xingá-la por falar só agora.


— Me perdoe, Ochako — começou Deku — Eu errei com você e fui imaturo em pensar que isso te protegeria.

— Não se preocupe, agora eu estou bem com isso — Lá estava ela, priorizando-o novamente — Eu acho que nós dois vivemos o que tínhamos que viver, e graças ao One For All, você soube o que estava acontecendo comigo naquele lugar.

Ochako não se lembra bem, mas nos momentos que esteve desacordada, sentiu uma presença pacífica junto a ela e soube assim que não estava sozinha, gerando a ela um sentimento quente e acolhedor de esperança.

— Eu preciso te contar uma coisa... — Ochako respirou fundo — Eu estou com outra pessoa agora, então você não precisa mais se preocupar comigo dessa maneira.

A cara de espanto de Deku foi de cortar o coração. Ela não sabia bem porque disse isso a ele, mas ela sentia que precisava ser sincera.

— Eu... entendo. Espero que você esteja feliz.

— Eu estou. Finalmente estou, Deku.

A conversa durou apenas mais alguns minutos, Bakugou sempre atento ao rosto dela, à qualquer esboço de dor ou angústia. Ele queria evitar que ela sofresse ainda mais. Deku então partiu, com a promessa de que ela seria curada em breve.

Uraraka sabia que ficaria bem. Sozinha no quarto, ela tentava desativar sua individualidade, mas sem ambas as mãos era impossível. Bakugou havia visto alguns pequenos objetos flutuando no teto do quarto por dias, e sabia que ela estava preocupada com isso.

— Você sabe que a menina de cifre vai curar você, não sabe? — Ele comentou a esmo, fingindo estar arrumando algo na sala só pra falar com ela — Você vai voltar a usar sua individualidade normalmente e tudo isso não vai ter passado de uma merda de pesadelo.

— Eu sei...

Ele parou e olhou pra ela, surpreso pela resposta. Faziam tantos dias que ela estava sem silêncio. Justo Uraraka, que era tagarela, enxerida! Ele estava até sentindo falta das discussões.

— Você está... Melhor? O que há?

— É que... — ela suspirou e fechou os olhos, e então os abriu, vendo que Bakugou sentara-se na mesa de centro para ouví-la. — Eu podia ter morrido, mas estou aqui. Obrigada por me salvarem...

— Eu não fui rápido o suficiente, foi uma vitória amarga.

— Não. Eu estou aqui, e eu vou ficar bem — ela sorriu levemente e fez um muque com o braço bom — Eu estou tendo uma segunda chance.

— Como... — ele ponderou antes de falar. — Como você foi capturada?

Ela pensou um pouco antes de falar, respirou fundo e revisou a história em sua mente.


Os vilões haviam a interceptado quando ela pediu aos heróis que a deixassem sozinha em casa. Enquanto esperava que Kirishima chegasse, algo chamou sua atenção pela janela, e ela pôde ver uma criança com dificuldades, pendurada numa árvore.

Se quer cogitando que poderia ser uma armadilha, ela rapidamente flutuou para fora de sua varanda, impulsionando-se em direção à criança e não foi vista pelos heróis que montavam a guarda na portaria do prédio. Ao se enfiar em meio a copa da árvore, rodeada por galhos e folhas, ela esticou o braço para agarrar o pequeno em perigo e foi pega desprevenida por uma injeção em sua jugular. Quando acordou, já estava presa com os vilões.

— Você não consegue ver alguém em perigo e não ajudar, não é mesmo? — ele bufou, erguendo a mão para bagunçar o cabelo dela, desbotado entre castanho e vermelho.

— Tem outra coisa...

— O que?

— Se a Eri me retroceder para antes de eu ter o OFA, eu voltarei a ter um tumor no cérebro.

— Um tumor? Mas o que...

— Havia um garoto lá, entre os vilões. Ele podia escanear e remover doenças das pessoas. Antes de remover minha mão, ele removeram também o tumor.

— Tumor? Mas, como? Você não fez o check-up anual?

— Fiz, mas parece que se desenvolveu recentemente. Um dos vilões disse que isso não constava nas minhas amostras de sangue de um ano atrás.

— Eles tiveram acesso ao seu sangue faz um ano?!

— Parece que sim. Só pode ter vindo do check-up anual que costumamos fazer. Foi a única data em que eu tirei sangue. Ainda não fiz a desse ano.

Ficando um tanto catatônico, Bakugou respirou fundo e sacudiu a cabeça. Seus pensamentos rolando intensamente rápidos, formando milhares de perguntas, mas ele não conseguia articular nenhuma delas. Foi então que ele percebeu que não adiantaria trazer essas questões à tona agora, ela acabara de voltar a falar e ele só queria que Ochako descansasse.

— A Eri está no intercâmbio da U.A., certo? — Uraraka afirmou com a cabeça em resposta. — Bom, não podemos decidir nada agora. Que tal então arrumar esse seu cabelo de merda?

Ela sorriu, desta vez com seu olhar um tanto mais alegre.

— Você vai pintar pra mim? — ela suplicou.

— Merda... Ok, eu faço — disfarçando o riso, ele levantou-se e foi para o banheiro preparar uma cadeira e uma tolha para atender ao pedido dela.

Bakugou se assustou um pouco em perceber que a essa altura, ele faria qualquer coisa para vê-la sorrir novamente.

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✦Notas finais✦

Oie! Desta vez foi um capítulo mais curtinho, né? hehe Espero que estejam aproveitando. Estou milagrosamente tendo um tempo para encrever após o trabalho, e estou me dedicando. O capítulo 17 vai começar a ser escrito e eu quero trabalhar nele com calma, então a próxima atualização vai demorar um pouco mais, eu acredito.

Obrigada pelos comentários, likes e sua presença aqui!

Beeeijo

✦Fim das notas iniciais✦

✦Fim das notas iniciais✦

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Disclaimer: Alguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo e/ou enredo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus respectivos autores. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos criada de fã e para fã sem comprometer a obra original.

Obra original: Boku no Hero Academia/My Hero Academia por Horikoshi, Kohei

Akai OchakoOnde histórias criam vida. Descubra agora