✦Notas iniciais✦
Peço perdão por esse capítulo, isso vai doer.✦Fim das notas iniciais✦
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— Ei, acorde! Moça! Acorda!
Uma dor de cabeça insuportável assolava Uravity enquanto ela tentava despertar. O pequeno rapaz, que acompanhava o homem mais velho de jaleco, estava novamente montado sobre Ochako, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Pela primeira vez um pouco mais racional, ela pôde reparar nos olhos em branco do garoto, desprovidos de íris e pupilas. Ele não deveria ter muito mais do que uns 12 anos de idade.
— O Doutor Mestre saiu, ele saiu. Eu posso falar com você? Agora eu posso?
— Ãnn — ela gemeu, ainda um pouco atordoada — Pode... quem é você?
— Eu não posso falar meu nome, eles me chamam de ScannerBoy. Pode me chamar de Scan? Você pode ser minha amiga?
Ela forçou seu cérebro a funcionar. Seja lá quem for esse garoto, ele parecia inocente demais para ser um vilão, ou estava fingindo. De qualquer forma, ela precisava descobrir.
— Scan? Ah sim... você pode me chamar de Uravity. Podemos ser amigos, sim. — ela tentou se mexer, mas reparou que ainda estava fortemente presa na maca fria de metal — Por que eu estou presa?
— Eu não posso te soltar, não. O mestre fica furioso comigo e me desmonta! Ele disse que me faz virar só se eu desobedecer.
— Overhall?
— É ele! Você o conhece?
— Tive a infelicidade — ela respondeu com ironia — Ei, você pode me dar um pouco de água?
Querendo testar até onde o garoto iria por ela, iniciou com um pedido simples. E o pequeno prontamente pulou de cima dela e correu para a bancada onde ela pode ouvir os sons de água corrente e vidro batendo.
Scan levou o copo até ela e ajudou-a a beber. E, deus! Ela estava com sede!
— Scan... O que você faz? Digo, qual é sua individualidade?
Provando a imaturidade do menino, ele soltou-se a falar, explicando a ela tudo o que parecia saber sobre si mesmo.
Overhall o encontrou em um orfanato e lhe disse que ele teria um lar. Após alguns testes de laboratório, Scan contou que foram feitos alguns experimentos com ele, mas nada que pudesse doer. Ele sempre acordava bem e com sono! Um dia, ele despertou de uma cirurgia e ganhou outra individualidade! Agora, ele podia não só Scanear todas as doenças de um ser humano, como também apagar a doença de seu corpo. O mestre dele disse que havia apenas aprimorado a individualidade dele. E por fim, contou que assim que o Doutor retornasse, ele disse que curaria Ochako do doença de sua cabeça, e ela estaria pronta para a cirurgia de Overhall
— Que cirurgia? Você sabe?
— Eu não sei, não. Eles disseram que você vai ajudar muito meu Mestre pois suas mãos são parecidas com as dele!
"Parecidas?", ela pensou consigo mesma. E seus olhos arregalaram-se de pavor.
Ela vira isso na luta dele com Deku, o poder absurdo de Overhall. Ele podia fundir pessoas ao próprio corpo, talvez ele fosse tentar os fundir para que ele tenha mãos novamente, uma vez que as suas tenham sido arrancadas pela liga dos Vilões a mais ou menos 10 anos atrás.
— Scan, olha, eu não posso fazer essa cirurgia! Isso não é certo. — O desespero tomou conta dela —Você precisa me ajudar a sair daqui. Eu preciso de um herói pra me salvar. Overhall não é malvado com você? Temos que combatê-lo!
— Não! O Mestre pode me dar medo, mas ele só me deu coisas boas! Ele não é mal. — Limpando o nariz e com firmeza na voz, o menino a enfrentou — Você quer me enganar! Ele foi bom pra mim quando ninguém mais queria olhar pro meus olhos estranhos.
Lá estava! Ela deu um passo errado. Sua última esperança de sair dali terminou juntamente com um barulho de porta abrindo.
Ochako duvidou de si mesma. Como ela poderia estar abrindo uma escola para acolher esse tipo de garoto, sendo que ela nem conseguia alcançar seu coração ali, naquele momento crucial.
Seu tempo havia se esgotado.
— ScannerBoy, vamos começar a primeira cirurgia! — veio uma voz do corredor mais próximo.Ela notou que o garoto ficou extremamente em silêncio. Como se estivesse disfarçando que falou com ela. O tal doutor aproximou-se da cabeça de Uravity, afastando seu cabelo da testa e ela pode finalmente encará-lo nos olhos
— O que vocês vão fazer comigo?
— Agora? Bem, curar você desse pequeno tumor no cérebro! Qualquer resquício de câncer pode atrapalhar nossa cirurgia. Nosso Mestre não gosta de pessoas doentes. Você não pode morrer e nem ficar fraca quando removermos uma de suas mãos, pois se tudo der certo no transplante, meu senhor pretende absorvê-la mais tarde.
Involuntariamente, lágrimas de pavor escorreram dos olhos de Ochako. Ela tentou se debater, mas foi ainda mais imobilizada pelo doutor.
— Você anda tendo sangramentos nasais, querida?
— Vá a merda!
— Ok, ok! Estou perguntando para seu bem, você quem sabe. — o médico virou-se para o ScannerBoy e fez um sinal positivo pra ele — Bem, vamos iniciar a limpeza. Isso pode te dar um pouco de dor de cabeça mais tarde, Uravity.
E antes que ela pudesse reagir, uma trava de metal foi encaixada sobre sua cabeça, tornando impossível de mexê-la. O menino se debruçou sobre a estrutura quadrada, e arregalou os olhos para Ochako, que sentiu-se como em um transe.
Antes que ela apagasse novamente, o garoto sussurrou "Prometo que isso é para o seu bem"
Uma pontada aguda ressoou em sua testa, e antes que ela caísse na escuridão, a imagem de Kirishima pairou em sua mente e ela só conseguia pensar em pedir perdão a ele por ter sido capturada.
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"Kacchan! Ela perdeu a consciência. Nana Shimura-san me contou tudo sobre o plano de Overhall. Ele quer se fundir com Ochako. Você precisa chegar até ela. Eles estão em uma espécie de subterrâneo..."
Bakugou desligou o comunicador de sua orelha, ignorando a conversa de Deku. Ao que parece o nerd idiota conseguiu falar psiquicamente ou que seja com a parte de One For All que estava em Uraraka.
Mas foda-se os planos do inimigo. Eles tinham que resgatá-la a tempo ou tudo estaria perdido.
Suas pesadas botas rasparam o chão na aterrissagem, e ele verificou o sinal do GPS de Yaoyorozo mais um vez, antes de constatar que a localização vinha de algum lugar debaixo de seus pés.
Ele fora o primeiro a chegar. Estava sozinho e não tinha mais nenhuma pista.
A rua movimentada não permitia que ele simplesmente explodisse o chão, e o desespero o fazia não encontrar uma solução tão rapidamente.
Seu comunicador avisou novamente sobre uma nova chamada, e ele atendeu apenas para constatar que a primeira localização havia falhado. Aparentemente removeram a tornozeleira rastreadora em outro local, mas não identificaram o rastreador subcutâneo. Ochako tinha que estar aqui, bem onde ele estava!!
— Porra! — ele xingou, correndo para a as lojas próximas e tentando visualizar alguma saída ou alçapão.
— GroundZero! — berrou Momo, chegando com a equipe em um carro blindado, identificado como da Endeavor Inc. — Está abaixo de nós, no subsolo!
— EU SEI, MERDA! FAÇA ALGUMA PORRA PARA SCANEAR O SOLO!
Na mesma hora, Creati fechou os olhos e algo brotou de seus estômago. Um sonar! Ela seguiu junto a Froppy e RedRiot, andando pela rua enquanto o time que estava no carro evacuava o local e desviavam os carros.
— Aqui! Tem um corredor!
GroundZero voou para explodir o chão, e RedRiot aproveitou as rachaduras para socar o asfalto até que o teto do tal túnel desabasse. Os heróis pularam para dentro e logo estavam correndo por labirintos de corredores vazios.
Há tantos anos Overhall estava totalmente desaparecido, mas Tsuyu ainda se lembrava do esconderijo dos Yakuza de que ele se utilizava. Aquilo era um tanto parecido, mas ao contrário daquela época, estava vazio, sem vilões fiéis atacando a todos.
Eles vasculharam salas e mais salas vazias e a precisão do rastreador parecia estar falhando ali embaixo.
E antes que eles pudessem avançar ainda mais...
— Cuidado!
RedRiot pulou na frente das garotas e defendeu-as de uma rajada de tiros que vieram na direção deles, como um escudo de pedra impenetrável.
GroundZero à muito já estava avançando de peito aberto, voando próximo ao teto, em direção a origem dos tiros até quase ser acertado por uma seta branca voando sem sua direção
— Cuidado, essa seta pode paralisá-lo! — Gritou Froppy, já era de seu conhecimento a individualidade de Chronostasis, o companheiro de Chisaki, com cabelos de setas perfurantes que podiam paralisar temporariamente seu oponente.
— Merda! — Soltando uma explosão gigantesca no túnel, Bakugou bloqueou a investida de várias flechas que vieram em seguida, deixando no ar um cheiro de cabelo queimado.
— Ali! — Momo avistou um homem encapuzado convergindo para um canto do corredor.
Eles chegaram logo após o vilão fechar uma porta blindada. RedRiot não perdeu tempo em socar o metal, mas não surtiu efeito. Enquanto isso, Creati produzia um canhão, agachada no chão com suas costas brilhando.
Demorou um pouco para que todos precisassem se afastar para o disparo da grande arma. Entretanto, em segundos, a porta veio ao chão após o poderoso estrondo. A reação de Creati em seguida foi rápida, já prevendo um ataque, ela produziu um grande escudo e barrou uma saraivada de flechas de cabelo que vieram em sua direção.
RedRiot entrou em seguida, como um monstro de pedra gigantesco, barrando todos os ataques, e gritou:
— Temos uma galera aqui!!
Eram mais de 50 vilões reunidos em um galpão. Seria uma opção inteligente recuar, mas não havia tempo para esperar o reforço. Uma investida de Kirishima levou uns cinco caras nos braços, enterrando suas cabeças no chão. Seguido por Froppy, que imobilizou mais três com sua língua.
— Ótimo, só faltam uns 42 agora! — O sorriso de Bakugou era de insanidade pura — ABAIXA!!!
Jogando-se no chão ao comando do colega, Froppy e RedRiot só puderam sentir o calor de uma explosão gigantesca passando por suas cabeças. O lugar incendiou-se instantaneamente. Essa era a diferença entre os ProHeroes e vilões amadores. A individualidade de Bakugou era insanamente poderosa, e não deu chance para ninguém ali avenças, só restou fugir.
Matar não era a intenção de nenhum herói, mas permitir que uma multidão de vilões viesse para cima deles, era simplesmente impensável. Ele partiu pra cima dos vilões correndo, ricocheteando de um a um e nocauteando-os com explosões em suas cabeças, desacordado e invalidando alguns. Agora, era hora de sobreviver ou morrer tentando salvar Ochako.
Isso reduziu o número de vilões rapidamente, e os poucos que sobram dividiram-se entre sair de cena ou correr para cima dos heróis. E obviamente, apenas os mais fortes ainda queriam lutar.Cada um tinha no mínimo 3 vilões para lidar, e as lutas e individualidades mais inusitadas ressoavam pelo local. Froppy derrubou alguns, ainda que não fosse fatal, retardou-os, mas não pode evitar a saraivada de flechas dos cabelo de Chronostaisis. Imobilizada por tempo indeterminado, Creati cuidou de sua proteção, o que deixou apenas GroundZero e RedRioty avançarem sozinhos.
— Você aguenta?! — perguntou Kirishima, preocupado com o estado esgotado de Momo.
— Vão logo! — Ela gritou de volta, produzindo robôs de defesa como se sua individualidade não tivesse limite.
Em um corredor afunilado, foi até mais fácil para os dois heróis derrubarem os extras um a um. A dupla GroundZero e RedRiot já estavam habituados em sua dança de bate e esquiva, um cobrindo as costas do outro. Chronostaisis parecia ter sumido de vista, e levou mais uns 15 minutos até que eles conseguissem finalmente derrubar todos em seu caminho.
Não seria por muito tempo, muitos dos vilões não poderiam rapidamente se recuperar e voltar a lutar. A chegada da polícia era essencial nesse momento, mas ele só podiam confirmar na coordenação de Creati naquele momento.
Mais algumas salas e corredores vazios e, finalmente, eles chegaram a uma sala que mais parecia uma ala hospitalar horripilante.
Havia uma cortina verde pendurada em torno de um leito, o único que possuía luzes acesas em torno. Kirishima correu em direção ao tecido para então arrastá-lo para o lado.
Ele encontrou Ochako. E antes que pudesse sorrir de alívio...
— Merda! Merda! Chegamos tarde! Ochako, Ochako, acorda!!
Eles a encontraram desacordada e mutilada. Uraraka estava sem sua mão esquerda.
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--Disclaimer: Alguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo e/ou enredo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus respectivos autores. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos criada de fã e para fã sem comprometer a obra original.
Obra original: Boku no Hero Academia/My Hero Academia por Horikoshi, Kohei
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Akai Ochako
FanfictionBakugou ficou tão chocado quando viu Uraraka, que não se aguentou. Nem todo orgulho do mundo o impediu de perguntar para Kirishima o que é que estava rolando?! [+18 | Kirikacchako | Avisos: multiships; descrição emocional detalhada; término de relac...