— Doutor. — Dan suspirou, encarando o médico que ainda avaliava os exames — Ainda dói bastante, pode me prescrever algum remédio?
O médico suspirou, abaixando os exames, os repousando sobre a mesa. Fazia algum tempo desde a última consulta, embora da última vez tivesse Jaekyung ao lado exigindo que prescrevesse supressores mais fortes, e quando naquela manhã o ômega acordou ainda zonzo e tendo de reunir forças a se vestir para ir ao hospital, sabia que era sério. Desmaiou, e como resultado acabou vomitando ao despertar. Limpou tudo, e não teve tempo de mais nada além de mandar uma mensagem. “Precisei visitar minha avó, desculpe avisar em cima da hora”.
— Seu alfa não veio?
— Não estamos juntos... É complicado. — Não existia uma resposta correta, pois não seria bom se dissesse em voz alta. Não era um namorado, Joo apenas o abraçou duas vezes e ambas foram nos últimos dias, sendo que viviam junto há dois anos. “Não tem como dizer que sou a vadia de Joo Jaekyung”. Observou o médico suspirar pesadamente, deslizando sobre a mesa o folheto rosado com um disque denúncia para ômegas que estivessem com problemas, como se isso pudesse ajudar. — Não foi ele que me drogou. O Senhor Joo não faria isso. — Era a única coisa que nunca tinha feito.
— Gostaria de prescrever um medicamento para dor, mas temo que seja mais complicado.
— Eu só não entendo, como a droga agiu só mais tarde? Por horas me senti estranho, mas nada parecido.
— Isso é normal. Pelo exame parece que a droga é um coquetel potente, mas que a ação demora por horas, é como se a droga agisse aos poucos até atingir um ponto extremo. Aí vem a desorientação, desmaio, ânsia de vômito. — Então, o que Haejun colocou naquele chá era isso. Dan sentia-se intimidado, como que alguém poderia ter feito isso? Em sua mente, saber que o loiro tinha contatos para obter esse coquetel poderia ser útil, talvez ameaçar que provaria que o atleta tinha contato com algum traficante. Mas, quem estaria enganando? Não era bom nisso, não chantageava ninguém.
— Quanto tempo demora para essa droga parar de agir?
O médico o olhou com certo pesar.
— Não é simples, Kim Dan. Esse tipo de droga atinge o ápice quando se ingere álcool, ou qualquer tipo de substância. Em quatro dias seu organismo deve estar limpo, mas... Não pode ingerir nada até lá. Álcool, nicotina estão proibidos e infelizmente, também não pode tomar medicamentos, teriam um efeito drástico.
— Espera, o quê?! — Dan apoiou as mãos na mesa, sem querer acreditar — Escuta, não posso. Meus remédios... Eu os tomo para dormir, além do remédio para ansiedade e os supressores. — E pior do que isso, sabia que o cio estava chegando e necessitava mais do que tudo de manter as doses para que nada entrasse fora do controle. Haviam arriscado uma vez, quando em uma viagem os remédios tinham acabado e tudo já estava fechado, mas não impediu que o lutador quisesse o que tanto queria. Resultando na madrugada seguinte dele arrastando o ômega para uma farmácia. Um filho seria a última coisa que poderiam ter, Jaekyung não lhe parecia que seria um pai inspirador. E Dan... O ômega sabia, se acabasse engravidando, estaria para sempre acorrentado a aquele alfa. Certa vez, havia até mesmo pensado em fazer um procedimento para não poder ter filhos, mas não tivera coragem.
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Last Round
FanfictionKim Dan é um ômega que teme que sua avó não sobreviva por mais tempo, guardando o medo e a insegurança para si, Jaekyung se torna o último de seus problemas quando em sua ausência, Dan precisa cuidar de Haejun. O novo atleta e uma antiga inimizade d...