Capítulo 12

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Olá! Já agradecendo muito a todo apoio de vocês, significa muito para mim e estou feliz que estejam gostando. Planejo escrever mais fanfics de Jinx após essa :)

⚠️ Avisos de gatilho

Essa obra tem um teor mais obscuro, mas já aviso que este é o capítulo mais pesado da obra. Há cenas tratando sobre depressão e suicídio, se houver muita sensibilidade a tais temas, podem optar por pular para a outra parte do capítulo (após a imagem de corte de tempo) onde há a narrativa mais focada no Jaekyung.

 Há cenas tratando sobre depressão e suicídio, se houver muita sensibilidade a tais temas, podem optar por pular para a outra parte do capítulo (após a imagem de corte de tempo) onde há a narrativa mais focada no Jaekyung

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Dan seguia uma rotina complexa. Antes da viagem catalogou tudo, limpou o apartamento como um obcecado por limpeza, lustrando móveis, organizando cada item dos armários e jogou fora os que estavam perto de passar da validade. Na sala, escrevia em um caderno cada dieta, todo o acompanhamento médico e a listagem de números dos médicos que faziam os exames de Jaekyung. A letra delicada era um aglomerado de listas, preferências, horários. Conhecia cada gosto dele, saberia dizer de olhos fechados como gostava do café da manhã, tudo que gostava e desgosta. Aquele caderno foi deixado na mesa da cozinha, com um índice detalhado para que as informações fossem encontradas facilmente. As pastas com exames médicos continham folhas escritas a mão, com recomendações sobre os tratamentos, como era cada passo das massagens e as lesões a serem tratadas. Antes mesmo das malas estarem prontas, sua presença era frequente na cozinha. Cada refeição em potes com etiquetas. “Café da manhã”, “Lanche antes do treino”, “Pós-treino”, “Jantar”. Vários potes organizados dentro da geladeira.

Havia certa beleza em organizar a vida dele. Lavou as roupas sujas, as dobrava, guardava com tanto carinho e cuidado. Tudo estava pronto, e a mala para a viagem conteria poucas coisas, pois os pensamentos negativos de Dan vinham se acumulado, a mistura de uma coleção de coisas ruins mexidas em um caldeirão. Ao encarar a mala agora no hotel, pensava se havia algum aspecto de si que fosse capaz de voltar atrás, quem estava enganando? Há dois anos, olhou Jaekyung e soube que aquilo nunca acabaria bem. Aquele olhar impiedoso sobre si, alegando “Você me pertence” era o que mais ecoou dentro de si até que o corpo cedesse, e mesmo não gostando de quando ele apenas decidia o que queria, quando as roupas eram praticamente arrancadas de seu corpo e levado a aqueles momentos dolorosos e vergonhosos. A que ponto teria chegado? Dan esteve nisso por dois anos. Em algum momento desistiu, quando o corpo ainda permanecia trêmulo na cama e a falta do fôlego quando escutava Jaekyung dar um tapa em sua nádega. “Ainda não acabei com você”. Em algum momento detestou lembrar das primeiras vezes em que esteve de fato extasiado pelo prazer, e se envergonhava toda vez em que o lutador deixava claro “Seu corpo não consegue mentir”. Odiou aquele olhar, a voz, as mãos fortes. Até que aceitou tudo. Parte do ômega ainda questionava o que eram os casais que via na rua. Pareciam uma imagem estranha e distante, o mais duradouro relacionamento que tinha era esse, onde era um brinquedo predileto.

Por vezes, apenas o olhava. Admirava Joo Jaekyung adormecido, levava os dedos aos cabelos escuros e os afastava da testa, via a respiração tranquila. Observou por tempo demais o olhar impiedoso, as nuances daquele alfa que era recebido com aplausos toda vez em que entrava no ringue, prestes a dar o espetáculo que tanto esperavam. Era uma fera enjaulada, que desferia toda sua raiva no adversário. Dan sentia-se como um cervo, uma criatura adorável e frágil, uma presa fácil. E quanto menos esperava, simplesmente era aquele que esperava que Jaekyung gostasse do jantar, aquele que corava quando o ósculo vinha sem nenhum aviso. Aquele que olhava o rosto satisfeito, mesmo que não existissem conversas, carinho. Pensou mais uma vez nos livros infantis que tinha na casa de sua infância, e naquela história onde uma princesa estúpida perfurava o dedo na agulha e adormecia. Todas adormeciam, e parecia injusto que não pudesse encontrar seu sono eterno. Parecia uma gentileza.

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