Capítulo 5

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Recadinho: Sempre pensei nas personalidades de Valu na adolescência e creio que Valentina seria uma menina mais moldada pela mãe, um pouco insegura, querendo ser a filha perfeita, até chegar à faculdade e se encontrar com seu lado rebelde, deixando florescer sua verdadeira personalidade. Já Luiza eu vejo, determinada, apoiada pela família,não esconde o que sente e o que quer. Fora criada para perseguir seus sonhos, vejo ela falante, divertida, sonhadora. Uma personalidade peculiar e que transformou a medida que aprendeu que encarar o mundo não seria fácil é que sonhos em sua maioria são apenas sonhos as vezes até destruídos com o passar do tempo, mas ela é uma pessoa que não se rende e está sempre disposta a encarar o que vier....
Não sei se a maioria vê assim, mas cada um tem sua visão e acho q no mundo fictício nada está errado, basta saber contar seu ponto de vista.

SEM MAIS DELONGAS, VAMOS PARA O PRIMEIRO ENCONTRO VALU

.......

Augusto desceu as escadas que levavam ao porão carregando uma Valentina desacordada nos braços. Se dirigiu ao espaço planejado por ele, onde sua filha Luiza ensaiava seus passos de dança - a garota amava dançar e seus pais sempre a incentivaram - indo para trás do piano, enquanto esperava a esposa afastar o mesmo para o lado e levantar uma portinha que dava direto ao alçapão que havia na casa quando a compraram e que reformaram há algumas semanas especialmente para que Valentina pudesse dormir lá.

Desceu alguns degraus e colocou a menina deitada na cama de solteiro. O lugar em si era pequeno, mas era bem iluminado e arejado. Ao lado da cama havia uma mesinha com alguns livros para Valentina ler.
Deixou a morena de olhos verdes dormindo e subiu os degraus, fechando a portinha em seguida e colocando o tapete por cima. Colocou alguns instrumentos ao redor para dificultar um pouco o acesso naquela parte e se afastou indo de encontro a esposa.
Aquele era um ótimo lugar. Devido a opacidade do piso de madeira por conta da acústica, ninguém notaria que havia algo a mais embaixo daquele piso ao caminhar pelo mesmo. Planejar esse espaço como um estúdio para a filha veio calhar devido a situação atual.
— Finalmente esse alçapão serviu para alguma coisa. — Declarou Augusto sorridente.
— Sim, inclusive para ser o quarto de uma paciente foragida de uma clínica psiquiátrica. — Respondeu Sônia em tom irônico revirando os olhos.
— Obrigado pela ajuda. — Falou beijando os lábios da esposa e ignorando a ironia. — Amanhã venho ver como ela está, os remédios a farão dormir essa noite pesadamente. Vamos dormir — Falou sorrindo.
— Você está fazendo um ótimo trabalho por essa menina. — Declarou Sônia orgulhosa. — Vamos sim, estou morrendo de sono. — Respondeu e logo em seguida subiu as escadas com Augusto e se dirigiram ao quarto do casal.
...
Na manhã seguinte uma Luiza Campos acordou cedo com sua energia de sempre e se encaminhou para o banheiro fazendo sua higiene matinal e em seguida praticando sua hora de exercícios em alguns aparelhos que fez questão de ter em casa, ela desejava ser uma dançarina profissional e para realizar seu sonho, a menina de olhos chocolates não média esforços e sempre contava com o apoio dos pais.
Ela sorria olhando para a foto à sua frente como se aquela mulher fosse lhe dar energia para continuar sua corrida no aparelho de ginástica, e de certa forma dava. A mulher era sua diva e mãe de alma - segundo Luiza- sua inspiração. A bailarina e coreógrafa cubana Alicia Alonso é um dos grandes nomes da dança do século XX, e a menina sonhava em ser como ela.
Depois da sua hora de exercícios , foi para o banheiro e tomou um banho relaxante. Na noite anterior seus pais lhe contaram o que iam fazer, não escondiam nada da filha, os três tinham uma realção de cumplicidade invejável. Ela os apoiou e até pediu para ir junto, mas os dois acharam arriscado demais, então não permitiram.
Estava ansiosa para conhecer Valentina. Claro que sabia tudo sobre o que falavam dela. Na sua escola não falaram outra coisa por meses na época do acontecido, e isso durou até o início das férias naquele mês.
Todos odiavam Valentina e Luiza tinha vontade de dizer que ela não era culpada, mas não saberia como provar, então apenas ficava calada. Apenas ela e os pais tinham conhecimento dessas visões por razões de Augusto a possuir desde que nasceu.
Luiza sabia o que falavam dela, mas não sabia quem ela era de verdade. O que gostava de fazer e principalmente se gostava de dança . A menina se pegou imaginando sendo amiga de alguém que não fosse Sebastian, seu único amigo e única pessoa que aguentava ela tagarelar sobre dança e em como ela seria uma grande dançarina.
Foi para a cozinha a fim de tomar café e depois iria ver a morena e saber se ela precisaria de algo.
...
Valentina acordou tonta e enjoada. Tomava os remédios da clínica todos os dias, e agora que já estava a vinte e quatro horas sem tomar, seu organismo estava se adaptando à falta deles.
Coçou os olhos para clarear a visão e olhou em volta. O quarto era azul claro, e havia uma mesinha junto à sua cama de solteiro com alguns livros que ela lembrava ter dito para Augusto que gostaria de ler algum dia. Levantou-se devagar e subiu os poucos degraus que levavam à portinha e empurrou abrindo a mesma com dificuldade devido a fraqueza que sentia no corpo.

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