Capítulo 20

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Pois bem...Último capítulo, galera. :(
Eu fui muito boazinha e nem deixei vcs sofrerem muito...
Obrigada por quem acompanhou, quem deu 🌟 e principalmente quem comentou...
Talvez eu volte pra continuar a história, talvez não, quem sabe 🫣
Mas amanhã provavelmente o epílogo sai
Bjsss e obrigado pela viagem nesse história louca 🥰

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'Os sociopatas são caracterizados pelo desprezo pelas obrigações sociais e por uma falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles exibem egocentrismo patológico, emoções superficiais, falta de auto-percepção, pobre controle da impulsividade. Eles são geralmente cínicos, manipuladores, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam suas famílias e parentes, e colocam em risco suas vidas e a de outras pessoas.''

As palavras do livro que leu quando estava com seus catorze anos passaram-se na cabeça de Valentina enquanto observava Marina dirigindo e via sua face mudar de expressão a cada minuto. Feliz, preocupada, ansiosa e extremamente pensativa, como estava agora.
Todas as características citadas sobre sociopatia encaixavam-se na mais velha, menos a incapacidade de amar. Valentina via que Marina a amava. Ela via como Marina nunca levantou a mão para ela, nem mesmo quando a garota desferiu um tapa em seu rosto no dia do reencontro, mas ela também via que a pessoa que achava ser sua irmã era doente e precisava de ajuda.
É claro que nunca a perdoaria por matar Catarina , Marcos e os outros, mesmo que não fossem boas pessoas, eram seres humanos, nunca compreenderia e nem tentaria, mas Valentina sempre acreditou que até a morte de alguém, há a chance para a redenção, e com Marina não seria diferente.
Sentiu um incômodo nas têmporas e apoiou a cabeça no banco do carro. Os olhos fecharam-se e automaticamente Luiza lhe veio a mente. Os olhos castanhos. Os lábios fartos. A voz melodiosa e doce. O único momento íntimo e especial de ambas que ela nunca esqueceria.
Seus pensamentos foram interrompidos por uma virada brusca do carro que virou rapidamente uma rua.
— O que houve? — Valentina perguntou assustada observando o velocímetro atingir a velocidade de cento e dez quilômetros por hora.
— Estão nos seguindo. — Marina respondeu entredentes, apertando o volante com as duas mãos até os nós de seus dedos ficarem brancos.
A mais nova virou-se no banco e pôde ver dois carros pretos em alta velocidade quase alcançando o veículo que Marina dirigia.
Olhou novamente para o velocímetro e o mesmo já estava chegando à cento e cinquenta quilômetros.
— Marina, diminua. — Valentina falou devagar tentando manter a voz firme.
— Eu fiz e passei por muita coisa para desistir agora, Val . — Marina pisava firme no acelerador e não tirava os olhos da estrada. A paisagem passava como um borrão nas janelas laterais do carro. — O porto não está longe. — A mais velha falava nervosamente e as mãos pálidas tremiam levemente no volante.
Valentina sentiu uma pontada forte na cabeça e sua mente viajou até o momento em que o carro de Marina atravessava Silver Bridge sendo pega de surpresa por uma barreira de carros de polícia. Ela podia ver o rio abaixo da ponte. Viu também quando o veículo da mais velha atingiu em cheio os policiais que estavam perto das viaturas. Viu os corpos voarem e chocarem-se no para-brisa do carro, o sangue e o rosto morto dos policiais, inclusive da agente Anny Jones .
Sua mente voltou a realidade e Valentina sentia as lágrimas escorrerem em sua face, e o velocímetro chegava perto dos duzentos quilômetros.
Os carros ainda as seguiam a todo vapor. Quando o veículo de Marina virou à esquerda e adentrou a ponte, Valentina pôde ver de longe uma movimentação fechando a passagem, mas Marina parecia em estado de torpor, dirigindo no automático.
— MARINA PARE ESSE CARRO! — Gritou tentando chamar a atenção da mais velha, porém não obteve resposta.
O carro aproximavam-se da barreira feita e Valentina já podia ver com dificuldade os policiais em seus postos.
— Me desculpe. — Sussurrou antes de soltar o cinto e agarrar o volante, girando-o com toda a força para a sua direita.
O carro virou bruscamente e capotou duas vezes sobre a ponte antes de cair rio abaixo.

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