Como uma criança

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Marília:

Minha mãezinha voltou pra casa. Ela dormia tranquila.

Meu celular apitou e era uma publicação da ruiva, uma foto fofa postada por ela. Sorrio olhando seu lindo sorriso. Arrastei a foto pro lado, vendo a foto de um buquê, duas taças de vinho e um jantar romântico. Minha felicidade se foi. Arrastei mais uma vez, e eles estavam aos beijos.

Como eu queria que fosse eu...

Voltei a primeira foto e continuei admirando seu lindo sorriso. Quero comentar, talvez causar uma briguinha entre o casal, mas não quero estragar sua felicidade.

Vou até a cozinha e tomo meu remédio. Me arrumo e espero a mulher chegar.

- Carolina, ela está no quarto, dormindo. Eu já dei seus remédios, mas não se esqueça que durante o dia ela precisa tomar mais remédios. Deixei escrito os horários e os nomes em um papel. Por favor, cuida bem dela. Ela é só um bebê, no corpo de uma mulher mais velha. Ela gosta de brincar, vai chamar por mim quando acordar e talvez até chorar, mas é só você distrair ela com algum programa, ou música e ela já para de chorar. Café da manhã, almoço, café da tarde e janta sempre no horário certo, ok?

Ela concordou. Dei um beijinho na minha criança e sai. A vizinha que eu deixava cuidando dela infelizmente não pode mais porque caiu doente. Me vi obrigada a contratar alguém, vou ter que trabalhar dobrado agora.

Consegui, finalmente, outro bico na casa de um ricaço. Alguém me indicou para pintar e fazer mais algumas coisas. Aceitei de primeira né.

Quando cheguei na casa, reconheci de imediato... Era a mansão Henrique Pereira. Sorrio. Talvez vou vê-la e isso me deixa alegre. Toco a campainha e quem atende é o senhor da casa.

- Mendonça? - Disse César.

- Eu mesma. O senhor me contratou para a pintura. - Digo simpática.

Ele me deu espaço e entrei. Me levou até o local para começar o trabalho, explicou como queria e o que queria e se retirou. Prendi meus cabelos, coloquei o avental e comecei a preparar a massa. Finalmente consegui colocar aquela mochila pesada no chão. Minhas costas não aguentavam mais.

Comecei o processo de imassar a parede e lixar. Detesto essa parte, mas é necessária. Fiquei ali por um tempo, nem parei para almoçar. Já na hora de ir, comecei a juntar minhas coisas, até sentir alguém me obcervando.

- Então foi você que meu pai contratou? - Escuto sua voz.

Parei imediatamente o que fazia e, com um sorriso no rosto, a olhei. Ela estava parada na porta, com aquele hobby preto, cabelos molhados e sem maquiagem. Tão linda...

- Moranguinho. - Me aproximei. Ela ficou calada.

- Você está toda suja. - Disse me olhando de cima a baixo.

Me olhei, sorrindo meio triste.

- É, eu tava trabalhando. Você está linda... Como sempre! - Digo olhando em seus olhos.

Ela murmurou, abrindo o decote do hobby. Engoli a seco. Ela estava sem nada por baixo e aquilo era demais pra mim. Eu sentia tanta saudade do seu corpo..

- Coloquei silicone. - Ela disse.

- É... Estão bem maiores que da última vez. - Abaixo a cabeça morrendo de vergonha.

- Quer vê-los? - Se aproximou.

- Mai, eu preciso te pedir perdão pelo que eu disse naquele dia. - Mudo de assunto. - Eu estava nervosa, não estava me sentindo bem. Me perdoa...

- Está tudo bem, amor.

Quando percebo, estávamos cara a cara...

D. Ruth:

- Amores, antes, para não deixar vocês confusos, vou explicar:
D. Ruth chama a Lila de "mamãe", porque ela, basicamente, após a doença, virou novamente uma criança, vendo assim, a sua cuidadora (Marília) como mãe. Por isso a Lila chama ela de "minha criança". Entendido?
Beijos,
Naty : )

Acordei chamando pela mamãe, mas ela não me respondeu. Uma moça entrou no quarto e me olhou. Não gostei dela, quero minha mamãe!

- Ruth, me chamo Carolina. Sua filha me contratou pra cuidar de você enquanto ela trabalha. - Ela disse se aproximando.

- Quero minha mamãe... - A olhei com medo.

- Aí, não começa! Vamos comer. - Me puxou pelo braço.

Puxei meu braço de volta. Ela não gostou, se estressou e me puxou outra vez. Me machucou. Eu quero minha mamãe! Ela tá machucando eu...

Ela me sentou na cadeira e pôs o café na minha frente. Peguei o copo, mas minhas mãozinhas estavam tremendo muito e derrubei tudo em mim, me queimando. Comecei a chorar.

- Tá ardendo... Mamãe, tá ardendo..

- Aí meu Deus! Você é pior que criança! - Ela disse irritada.

- A mamãe sempre me dá no copinho rosa. Esse machuca eu...

- Você não consegue segurar a droga de um copo?

- É que mãozinha balança muito... - Abaixo a cabecinha.

Ela colocou no meu copinho rosa e eu comecei a tomar. Não era gostoso igual o da mamãe. O cafézinho da mamãe tem um gostinho especial, esse é sem graça. Quando terminei de comer, a moça me colocou no sofá e colocou alguma coisa na tv, mas eu não gostava daquilo!

- Eu quero ver música! - Digo emburrada.

- Não se vê música. E para de falar desse jeito porque, pra sua idade, isso está ridículo!

Me calei. Deitei no sofazinho e fiquei ali assistindo o que ela tinha posto. Queria ligar pra mamãe, mas ela não deixou, então me agarrei no ursinho que mamãe tinha me dado e fiquei ali.

Aquela moça foi no banheiro, e eu fui pra cozinha e achei o biscoito que a mamãe não deixa eu comer mais de um, aproveitei e comecei a comer sentadinha no chão. Comi tudinho e minha barriguinha começou a doer.

- Moça? - Chamo chorando. - Eu quero mamãe... Eu quero mamãe. - Me encolho ali.

- O que você fez, garota? - Ela aparece.

Eu tremia mais que o normal, sentia falta de ar, minha visão estava turva e eu mal conseguia falar.

- Tá tudo escuro...

- Por que sua filha deixa isso aqui sabendo que cê não pode comer? Meu Deus! Você é pior que criança. - Ela gritou, visivelmente irritada.

- Não briga tumigo...

Eu tampei meus ouvidinhos com as mãos, mesmo tremendo. Chamei ela mamãe, ela não apareceu... Fechei os olhinhos e, depois de um tempo, senti uma agulha entrar no meu bracinho e então me assustei. Aos poucos, eu fui melhorando...

Marília:

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Amores, minha namorada começou uma fanfic Mailila agora, que tal cês irem lá dar uma olhadinha?

Olha, não é porque é minha mina não, mas tá foda demais!!!
Mailila_foreverrr
Vão lá por favorzinho, cês vão amar!🥰

Um Louco | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora