a proposta

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* * *

Marília:

A beijei com todo meu amor, mas ela se levantou do meu colo, cobrindo seu corpo com o hobby.

- Volta pra cama, amor. - Digo sorrindo, tentando puxá-la para mim outra voz.

- Já vai dar onze da noite, preciso que vá embora. Fernando está chegando para o meu aniversário.

Suspiro. Não acredito que acreditei nela outra vez.

- É mesmo, o seu aniversário é daqui algumas horas. O que vai querer de presente, amor? - Digo indo até ela.

- Que você vá embora do meu quarto e da minha vida. Caso precise de você, te chamo. - Disse sorrindo.

Aquila quebrou meu coração...

- M-Mas... E o nosso amor? - Digo com a voz embargada.

- Meu amor... - Ela ri, indo até o banheiro. - Isso não é amor, é tesão.

Suspiro e concordo. Ela tem razão, isso é apenas tesão.

- Por que me chamou se ele viria? - Me aproximo dela.

- Porque não tinha ninguém que me aliviasse naquela hora. É ruim fazer sozinha. Agora, vá embora. - Disse séria.

Concordo. Arrumo meus cabelos e saio dali, deixando mais um pedaço do meu coração. Desço vendo todos na sala conversando, Fernando já estava ali, com uma taça de champanhe entre os dedos. Ele toma um gole, olhando meu corpo. Sinto nojo de mim.

- Boa noite, gente. - Digo carismática.

- Boa noite, querida! - Diz César, com um sorriso.

- Marília! - Isa veio até mim me abraçando. - Meu Deus, não sabia que cê estava aqui. É você que está fazendo a obra?

- Ah... Sou eu sim. Sua irmã me chamou para resolver um problema no chuveiro dela. Demorou mais do que o esperado.

Maraisa me pareceu entender o que havia acontecido lá encima, seu sorriso me diz isso. Fico vermelha.

- O que houve no chuveiro? Obrigada por ajudar minha filha, irei recompensá-la. - Disse o mais velho.

- Estava entupido. Acabou dando um problema na encanação. E não precisa, senhor César. Eu já vou indo.

Me despedi e sai o mais rápido que pude. Fico no ponto por alguns minutos, esperando o ônibus passar, mas não passava. Procuro por informações, e descobro que o último ônibus não irá passar, já que aconteceu alguma coisa com o veículo. Maravilha! Era tudo que eu precisava para melhorar meu dia.

O céu estava começando a se fechar, aquela mochila pesada estava doendo minhas costas, mas eu não tinha muita escolha se não fosse ir andando. Poderia muito bem pedir um Uber, mas meu celular está apenas com um por cento de bateria e eu prometi que, com o pouco dinheiro que tenho na carteira, compraria um doce e um ursinho para minha mãe.

A chuva caiu, e foi onde eu comecei a xingar tudo e todos. Molharia toda a minha mochila. Estava batendo um vento gelado e aquela chuva mais parecia pedra de gelo. Ignorei e continuei andando.

- Oh lá em casa, hein. - Disse um velho bêbado.

- Nojento. - Resmungo, andando mais rápido.

Sentei no meio fio para descansar um pouco, meu celular começou a tocar e eu atendi.

- Alô? - Digo ao atender.

- Nossa! Finalmente consegui seu número. Quando está disponível? - Disse um homem.

Um Louco | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora