Um Louco | Mailila

Será...?

Cá estava eu, sentada na areia observando meu marido sair da água parecendo um participante do de férias com o ex.

- Não vai se molhar, linda? - Ele pergunta.

- Não, Rique. - Sorrio ao final, para não parecer tão grosseira.

Estamos no nosso segundo dia de Lua de Mel. Tivemos que vir, a mãe dele deu essa viagem como presente de casamento.

- Por que essa carinha triste? - Ele se senta ao meu lado.

- Saudades da minha mãezinha. - Deito cabeça em seu ombro. - Não gosto de deixar ela sob o cuidado dos outros por tanto tempo.

- Ela vai ficar bem.

Quando foi anoitecendo, nós entramos. Nosso quarto era no último andar, na cobertura. Após um banho, me deitei na cama observando o mar pela enorme janela.

- Você gosta bastante do mar, né? - Ele de senta atrás de mim.

- Foi em frente ao mar, perante a Lua e as estrelas que eu jurei amá-la o resto da minha vida. - Digo sem pensar, baixo. - E agora eu não consigo simplesmente olhá-lo como se fosse uma simples água.

Sinto seus dedos percorrerem meu braço, me puxando para ele, me abraçando e nos deixando em uma conchinha. Ganho um beijo no ombro e palavras de conforto. Suspiro, apenas. É difícil saber que tudo que sonhei com ela, está acontecendo com ele.

- Você estava linda de branco.

- Obrigada, mas não era aquele que eu queria. - Retruco.

- Podemos refazer qualquer dia.

Não respondo mais nada das suas perguntas. Acabo dormindo pouco tempo depois de sentir seus carinhos. Acordo com o Sol batendo na janela. Me esparramo pela imensa cama para me espreguiçar, e não sinto Henrique, mas escuto barulhos vindos do banheiro. Preocupada, me levanto e vou até a porta, o vendo vomitar. Corro e seguro sua cabeça para que não se machuque, esperando que ele termine.

Quando ele, por fim, termina de por tudo que tinha em seu estômago para fora, o ajudo a levantar, levando-o até o box. Tiro sua roupa e abro o chuveiro, deixando a água cair por seu corpo.

Vou até o quarto e pego um pequeno banco, e levo novamente até o box, pedindo para que ele se sente ali. Ele senta, mas ri, mesmo fraco.

- Do que está rindo? - Pergunto, confusa.

- Olha o jeito que você está me vendo agora. - Ele ri, abaixando a cabeça. - Sem roupa, e está mole.

Acabo rindo junto com ele e me aproximo do mesmo, fazendo carinho em seu rosto.

- Eu não me importo com isso. Não ligo mesmo. Está tudo bem. Vou cuidar de você.

- Você não tem a obrigação... - O corto.

- Somos marido e mulher agora, então irei cuidar de você até seu último segundo.

Ele sorri, envolvendo suas mãos por minha cintura e me puxando para ele, o que me faz sentar em seu colo, me molhando também.

- Seu danado! - Lhe dou um tapinha no ombro. - Está sem roupa! E ainda me molhou.

- Essa era a intenção, esposa.

Rio negando com a cabeça e me levanto, pegando seu barbeador na gaveta. Torno a me sentar em seu colo e começo a fazer sua barba, ouvindo-o contar sobre sua vida.

- Eu tinha um irmão. - Ele diz, suspirando.

- Tinha? Por quê? O que houve? - Fico curiosa, parando até o que eu fazia para olhá-lo.