Stone

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Ney

— Ney? — A voz baixa de Karol murmura pelo telefone, demoro para abrir os olhos
Eram duas e meia da manhã, faziam exatamente trinta minutos que eu tinha deitado para dormir, despertei assim que o celular começou a tocar

— Oi, meu amor. — Resmungo, erguendo o tronco para me sentar.

— Você está muito ocupado?

Rio fraco. Do fundo do meu coração, eu esperava que ela ligasse, senão eu teria um colapso aqui sozinho. Os meninos voltaram para casa, meus pais e Rafa estavam na casa deles aqui. Eu estava sozinho naquela casa gigante, com saudade da Karol e da Cecília, sem nada pra fazer.

— Nem um pouquinho. — Digo ao me levantar, enfiando meus pés nos tênis ao lado da cama — Aconteceu alguma coisa?

— Tem uma... Barata. — Ela bufa — No meu quarto, eu não consigo dormir com ela lá.
Rio. Continuo enrolando ela até que estivesse trancando a casa. Ela morava logo na próxima rua e eu podia ir tranquilamente a pé.

— Já estou saindo de casa, não vou demorar.

Comprimento o porteiro antes de entrar no elevador. Aperto o botão número quatro e guardo o celular no bolso, acomodando a touca recém colocada na minha cabeça. Era Natal, quase três horas da manhã e eu estava vindo matar uma barata. A este ponto, o que eu não faria pela Karoline?

A porta estava aberta. Empurro-a um tanto receoso, encontrando a figura pequena da mais nova parada ali, no início do corredor e de frente para a porta de seu quarto. Os cabelos bagunçados e o pijama desalinhado, sem contar sua mão agarrada na de Ceci, que se esforçava para ficar em pé. Elas pareciam conversar.

— Morreu, mama. — A vozinha tranquila da bebê resmunga, me derretendo quando ela coça os olhinhos e empurra os cabelos para trás. — Quero dormir.

— Problemas por aqui, donzelas? — Brinco, fazendo Karol se virar um tanto rápido demais e Ceci gritar um "ney!" animado e se apressar para chegar em mim. — Olá, princesinha! — Correspondo sua animação, a pegando no colo e deixando um beijo em sua bochecha — A mama tá com medo da barata, é?

A pequena conta uma longa história que eu não entendia, me deu tempo de beijar a cabeça de karol e ir até a cozinha, enquanto dava meu melhor pra me manter interessado no assunto dela.

— Quer água? Você tá bem nervosa — Rio ao parar de frente para a loira, acomodando sua filha nos braços e a estendendo copo que acabei de encher.

— Está debaixo da cama.

Resolvo o lance da barata bem rápido. A mato e jogo no lixo, com Ceci comemorando em meu colo.

— Vocês são muito engraçadinhos — Ela brinca, cruzando os braços ao me assistir chegar mais perto, ainda com a pequena no colo — Obrigada, e me desculpa por te tirar de casa.

Apenas assinto, a entregando Cecília e caminhando até a porta, trancando-a.

— Eu vou estrear o seu sofá, tem problema?

Alright | Neymar Jr e Karoline LimaOnde histórias criam vida. Descubra agora