Karol
— É que eu tenho medo, Nadine. — Resmungo, sentindo os dedos delicados da mais velha trilharem linhas pela minha bochecha.
Eu não sabia exatamente quando ela chegou aqui, mas era de manhãzinha e eu tinha dezessete chamadas perdidas de Neymar, sem contar as de Rafa. Ela apareceu toda preocupada, pra me encontrar uma total bagunça. Por causa de um selinho.
— Onde você está agora, Karoline? — Questiona, juntando meus cabelos agora.
— Em casa? — Murmuro, demora algum tempo até que aquilo me atingisse de verdade.
Eu estava na minha casa. Eu tenho quase dezessete anos, uma filha de quase um e estava morando na rua com ela até dois meses atrás. Eu passei por uns bocados até chegar aqui, e, de alguma forma, eu consegui.
— Exato. Você já conquistou muito pra estar com medo de uma coisa assim. — Afirma, a escuto suspirar — Principalmente pelo Neymar. Nós duas sabemos que ele cuida de você e da Cecília como se fossem de
porcelana, e, não é porque ele é meu filho, mas o Ney é um príncipe e nunca te faria nada de mal.— Eu sei que não, Nadine. — Me concentro em parar de chorar, agora sentada. — O problema sou eu, sabe? E se der tudo errado de novo?
— Eu não vou te falar mais nada, Karol. — Ela me empurra de leve, se levantando.
É incrível a capacidade de Nadine de parecer uma mãe e uma adolescente ao mesmo tempo.
— Vou ligar para as crianças e chamar eles pra comer aqui. Vamos fazer o almoço, vem.
- - -
— O Phil chamou a gente pra passar o Ano Novo lá. — Ney anuncia, enquanto cortava a salada, de jeito preguiçoso e debruçado na bancada.
Os três chegaram aqui em dois tempos. Rafa estava na sala com o pai dela e Ceci, enquanto Ney, Nadine e eu preparamos o almoço. Eu quase não tinha aberto a boca.
— Na Times Square? — Rafa questiona, as sobrancelhas erguidas e os pratos na mão. — Mamãe vai pagar minha passagem?
— Eu já pari e alimentei por tempo o suficiente, agora se vira. — Tia Nadine coloca os talheres sobre a mesa, passando por mim e não economizando tempo em me analisar. Lá vem. — Karol vai também, né?
— Vai sim. — Neymar devolve, contornando a ilha de madeira e parando ao meu lado, sua mãe já havia sumido do cômodo. — Senti sua falta lá em casa ontem. Ainda não me acostumei em acordar e não achar vocês.
Sinto meu coração acelerar quase que instantaneamente. A faca escorrega entre meus dedos e por um milagre eu não machuquei.
— Cuidado! — Ele ri, tirando metade das cenouras que eu descascava e colocando em seu pote. — Quem deixou a criança mexer com faca?
— Deve ser a mesma pessoa que deixou você sair de casa com esse celular pendurado no quadril — Brinco, erguendo as sobrancelhas e indicando para as correntes que seguravam o aparelho.
— Você está muito ousadinha, Karoline. — O moreno se aproxima, o antebraço apoiado na bancada agora. — Eu sei que você está um pouco confusa por causa de ontem.
— E-eu não estou, é só que...
— Que eu te beijei e saí, é isso, mas eu realmente quero colocar as coisas no lugar, e... — Foi a minha vez de interrompê-lo, com as sobrancelhas juntas e um sorrisinho um tanto debochado.
— Selinho não é beijo, Neymar.
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Alright | Neymar Jr e Karoline Lima
FanfictionOnde Karol e sua bebê estavam sendo despejadas. Sem ter lugar para passar ao menos uma noite com sua filha, Karol pedia um novo plano para Deus. Só não imaginava que seu "novo plano" seria o moreno tatuado.