°•《 Capítulo 7 》•°

213 32 32
                                    

°•[P.o.V Cross]•°

Vazio. Era como eu podia definir a paisagem a minha volta. Podia sentir uma terra seca e infértil sob meus pés, a névoa cobrindo minha visão como uma fumaça espessa e difícil de respirar.

Era assustador.

Gritei para o nada, minha voz ecoando pelos quatro cantos do vazio infinito ao meu redor. Dei alguns passos hesitantes, tentando inutilmente me localizar, mas não haviam paredes ou qualquer coisa naquele local.

Tem alguém aí? Olá?!

Chamei, em desespero.

Mas ninguém veio.

Eu estava sozinho, perdido em um limbo estranho e úmido. Uma chuva rala começou a cair, transformando em lama a terra sob meus pés descalços. Uma estranha sensação de pânico começou a tomar conta de mim.

Caminhei em meio à neblina espessa, tropeçando em minhas próprias incertezas e medos. O ambiente ao meu redor parece se contorcer e distorcer, como se estivesse se alimentando de minha aflição. Cada passo que dou é um mergulho mais profundo em minha própria agonia.

Alguém?!

Senti-me pequeno, insignificante diante daquela vastidão desolada. Clamei novamente para o vazio, com as forças que me restavam, mas as palavras se perdem antes mesmo de deixarem minha boca. Tentei correr, mas minhas pernas se moviam em câmera lenta, como se estivessem presas em areia movediça.

Gritei e gritei em desespero pelo que pareceram horas, meu corpo tremendo de frio e medo. Em dado momento, senti a garganta arder, e me deixei cair no solo enlameado. A chuva se intensificava conforme o vento gélido soprava cada vez mais forte, fazendo meus ossos doerem.

. . .

E então ele apareceu, e a chuva e a neblina se dissiparam. A lama deu lugar à uma grama verde e morna, e o sol brilhava esquentando meu corpo e fazendo reluzir sua coroa dourada.

Ele se aproximou, como um anjo, e me tocou a face. Eu não podia desviar o olhar das estrelas em seus olhos.

E, quando o beijei, o pesadelo se desfez.

***

Acordei abruptamente, com a alma palpitando disparada no peito. Olhei em volta, atônito.

Estou em casa.

Me sentei lentamente, apoiando-me nas mãos trêmulas. O sonho ainda ecoava em minha mente, vívido e intenso. A sensação de vazio, a neblina densa e a chuva transformando tudo em lama pareciam tão reais. E então, Dream aparece, e...

Prendi a respiração. Que raio de sonho foi esse?

Com a alma ainda agitada, balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos. Me levantei lentamente, e caminhei até a janela, olhando para fora. O sol brilhava intensamente, iluminando o quarto, e fiquei por alguns minutos aproveitando seu calor.

Mas o maldito sonho não me sai da cabeça. Os pensamentos correm, embaralhados, gritando o nome dele em uníssono.

Seu rosto marcado em minha memória como uma cicatriz.

Deixei escapar um suspiro e, decidido a deixar o sonho para trás, resolvi tomar um banho frio para começar o dia cedo. Assim que a água gelada espantou o sono, me vesti e desci as escadas.

Nenhum barulho, nenhum grito, nenhum som de vidro quebrando; apenas a doce melodia do silêncio matinal. Geralmente o silêncio é algo raro no castelo, até porque os outros estão sempre discutindo por algum motivo idiota. Pelo visto, hoje foi uma exceção.

°• We Fell in Love in Summer •° - Cream Onde histórias criam vida. Descubra agora