𝗩𝗔𝗠𝗣𝗜𝗥𝗢𝗦, um assunto conhecido no mundo todo, todos falam que eles são extremamente pálidos, não saem no sol, são maus e bebem apenas sangue.
Caroline também acreditava nessas teorias, até um lindo garoto chegar em sua escola, o garoto mais...
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CAROLINE.
Sempre me perguntei o porque de as coisas ruins só acontecerem comigo, o porque de eu nunca ser a protagonista da minha própria história.
Sempre era Lilian, as coisas sempre aconteciam com ela, os garotos sempre olhavam pra ela. Os melhores presentes no natal eram pra ela, meus pais falavam que o fato dela ser mais velha fazia com que ela precisasse de coisas melhores e que eu podia pegar emprestado quando quisesse.
Eles não percebiam que o que me decepcionava não eram os presentes mas sim a atenção, era sempre toda dela, no natal ela que era gravada na hora dos presentes, nas apresentações de líderes de torcida o nome dela que ela escutado da arquibancada, o boletim que ficava colado na geladeira era sempre o dela e até a senha do Wi-Fi era a data de nascimento dela.
Nunca aconteceu algo que eu realmente pude olhar e falar "nossa, pensaram em mim" porque sempre eram sobras dela.
Não acho que o que eu sinto seja inveja, bom, tem um pouco mas não sei, eu queria ser igual a ela mas sinto falta dela na minha vida.
Desde que ela sumiu tudo o que eu ouço no dia é "você está bem?" E é sempre a mesma resposta, sempre é um "estou bem, obrigada por perguntar" mesmo sendo totalmente mentira.
As pessoas me olham com um olhar de pena o tempo inteiro.
Desde que ela sumiu comecei a escrever em um diário, coloco todos meus pensamentos lá, se eu não escrever eu esqueço e eu quero me lembrar.
Peguei meu diário e comecei a escrever.
Hoje o dia tinha sido difícil, o primeiro dia de aula depois de tudo, foi cansativo os olhares e às perguntas óbvias então decidi passar isso para o papel.
"Hoje, parada eu te assisti nas memórias.
Eu senti sua falta depois de tanto tempo. Chega ser engraçado como eu não consigo te esquecer. Tento culpar as memórias que criamos, porque são tão lindas, mesmo as vezes eu te odiando por qualquer motivo besta.
E faz tempo, e cada vez que eu lembro, parece que eu te conheço. Que foi ontem que tivemos nossa última conversa. Tenho as vezes, a sensação de que você pensa em mim, ou eu gostaria de acreditar. Como eu sou nas suas memórias?
Porque quando alguém me pergunta sobre, eu sequer sei se um dia você me considerou amiga ao envés de apenas sua irmã caçula.
Mas diferente de qualquer amizade, que um dia eu tive, o seu "pra sempre" foi o único que eu não acreditei que fosse ser o mais curto."
Fechei o caderno e olhei para a janela que estava do meu lado, vi de longe um movimento na casa ao lado, parece que tinham se mudado para lá, era praticamente uma mansão bem bonita.
— Caroline?— ouvi minha mãe me chamar e guardei meu diário dentro da gaveta logo saindo do quarto.
— precisa de algo?— perguntei e vi que ela estava com um vidro na mão, ela tinha feito uma torta e estava quentinha.
—hum, que milagre você fez torta.— falei dando um sorrisinho.
— não é para seu bico, isso é para os novos vizinhos, leve lá para eles e seja gentil, fale que eles são muito bem vindos e tudo mais, você já sabe o resto.— ela falou e eu joguei a cabeça pra trás.
— ah mãe, eu nem conheço eles.— falei fazendo uma voz de cansaço.
— nem eu, essa torta é uma forma de conhecermos eles né, agora vai lá e calada!— falou e eu respirei fundo pegando o vidro.
Sai de casa caminhando com cuidado para não derrubar o vidro, cheguei na varanda deles e toquei a campainha.
Segundos depois a porta foi aberta, era o garoto nova da escola, ele estava com uma roupa largada parecendo pijama e pareceu assustado ao me ver.
— oi, você é a garota da escola né?— falou e eu assenti.
— acho que já sabe meu nome já que o professor fez questão de gritar pra sala toda.— falei e ele sorriu.
— ele é um babaca.— falou e eu concordei.
— mas enfim, o que você quer?— falou e eu percebi que ainda não tinha entregado a torta.
— ah, bom, minha mãe pediu para eu entregar a você e sua família, uma forma de boas vindas, é eu espero que vocês gostem da cidade.— falei e ele sorriu fraco.
— obrigado, mas não precisava sabe.— ele falou parecendo envergonhado.
Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa um garoto apareceu correndo muito rápido e esbarrou em mim fazendo o vídeo cair e me cortar.
—AI!— vi minha mão sangrar e ardeu bastante.
— desculpa eu tava fugindo da Maddy e..
Olhei para ele vendo que era um garoto de cabelos longos, ele era bonito e agora estava me olhando de um jeito estranho.
Vi que tinha uma garota ao seu lado me olhando da mesma forma e logo olhei para Mason.
Os olhos dele estavam estranhos e mudados.
— o que aconteceu com seus olhos.— olhei para ele e ele logo se virou para trás.
— entrem para casa gente, e Caroline, obrigado e desculpa pelo ocorrido, agora você pode ir pra sua casa?— ele falou ainda de costas para mim.
— vocês está bem?— falei e tentei colocar minha mão em seu ombro mas ele se afastou voltando a olhar para mim mas agora seus olhos estavam normais.
— só vai embora Caroline!— ele falou medo grosso.
— nos vemos amanhã na escola.— falou e fechou a porta na minha cara.
Dei alguns passos para trás assustador a mudança de comportamento deles.
Voltei pra minha casa xingando aquela família toda mentalmente.
— povo estranho, ainda quebraram a travessa da minha mãe, ela vai infartar.
Entrei em casa subindo as escadas correndo e fui direto fazer um curativo no meu dedo que tava ardendo bastante.
Não sei o que aquele povo tem, mas não são normais.