‹⟨ Episódio 7: Presente de Natal ⟩›

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Tim é jogado contra o tatame. O impacto o fez rolar pelo chão até atingir o canto da parede branca. Morde os dentes com a dor do impacto. Se levanta, com a pernas um pouco trêmulas. Sua mão enfaixada toca o próprio queixo. Ajeita sua regata preta e puxa um pouco de sua legging para dar maior mobilidade de seus joelhos. Seus pés nus se posicionam em uma nova posição de luta.

—pegou pesado, né?—diz ao outro.

Seu oponente ali, na verdade, é Bernard, que entra em mais uma de suas várias lutas que os dois praticam. Como platéia, Stephanie assiste tudo e aplaude os amigos, como sempre fez. Ela intercala sua atenção entre os dois e o desenho que rabisca em seu caderno.

—você tem que ser mais rápido e mais forte na sua defesa.

Bernard consegue segurar seu braço direito e o gira por cima de suas costas, arremessando o corpo de Tim para o chão com uma grande força e impacto. Tim só fica no chão com a dor latejante nas suas costas.

—au... Você tá adorando isso, né?—pergunta sinceramente. Bernard larga seu braço e se afasta dele, para sua posição do outro lado do tatame. Tim se ergue.

—eu? Imagina. Eu gosto de treinar você, não vê? Tudo isso é por você.

—ah quanto amor. Me sinto—colaca sua mão no braço direito, massageando o desconforto—muito amado.

—aí, boyslove, eu preciso ir!—Stephanie se levanta, agarrando sua mochila e pondo nas costas—meu tio me quer em casa. Ele foi chamado por uns colegas e precisa sair, e aí preciso cuidar do meu primo.

—ué, o que que houve?

—ah, sei lá. Ele só disse que ex-colegas precisam da ajuda dele. Acho que tem a ver com aquela nova gangue da cidade, com aquele novo vilão, Morte Dourado acho, sei lá—Tim muda instantemente de expressão—bom, preciso ir. Tchau, gente.

Ela se despede de ambos e se vai. Após a despedida, Bernard nota imediatamente a mudança de comportamento de Tim. Um barulho estranho, quase como um sinal de despertador, começa a vir da mochila do garoto, ele imediatamente corre até ela. É o comunicador que o Asa Noturna lhe deixou. O pega e coloca em seu ouvido.

—alou?

—oi, garoto, preciso que me encontre hoje a noite. Pode fazer isso?

—o quê? Hoje?

—foi o que eu disse. Você por acaso não pode?

—não, quer dizer, ahn, tá, eu vou. Sem problemas.

—vá até o topo da delegacia de Gotham. Eu vou te encontrar lá.

—na delegacia? Mas...

—te vejo lá, Tim—ele desliga.

—Tim? Tudo bem?

—ah—de vira para Bernard, rindo de nervoso—eu preciso ir. Meu pai também me quer em casa, ele quer que eu limpe a casa que está uma bagunça.

—o quê? Mas... A gente não tinha combinado de ir tomar um milk shake?—questioma tristonho e decepcionado.

Tim tem seu coração apertado e dói com a expressão do amigo. Ele queria ir com ele, sair com ele e ter um momento especial em que ele poderia finalmente entender aquilo que sente por completo. Tim suspira também decepcionado, mas consigo mesmo.

—desculpa... Prometo te compensar, tá?

—ok...—responde ainda cabisbaixo—pode ir. Eu vou fechar aqui.

Ele da as costas para Tim de cabeça baixa. Junta sua mochila e começa a recolher as garrafas d'água.

Tim ergue sua mão, na intenção de tomar mais alguma atitude e dizer algo, mas recua quando percebe que não há nada para dizer. Ele também dá as costas e parte embora, com um sentimento desconfortável em seu coração.

RobinOnde histórias criam vida. Descubra agora