Seus olhos despertam em um quarto com luzes rubras, brincando com tons de rosas. Uma cama espaçosa de lençóis de seda e cobertas de veludo carmesin. O quarto parece enorme mas ao mesmo tempo pequeno, se limitando a pouco alcance de visão com aquelas luzes e naquela noite. Uma mão feminina delicada pousa sobre seu peito pesado e marcado de cicatrizes, cada uma despertando memórias diferentes.
-você quer mais, Bruce?-ele parece se lembrar dela.
Uma mulher loira de cabelos curtos, olhos azuis e pele branca e delicada como porcelana, mas ele não a conhece. Beija seus lábios, entrelaçando seus dedos.
-ah, não seja egoísta, divide ele um pouquinho-uma outra mão o agarra por trás, massageando seus músculos bem desenhados.
É uma mulher morena com cabelos tão longos que chegam no limite de seus glúteos. Tão escultural como a mais bela arte entalhada, com um corpo mais perfeito que as curvas de um violão.
Bruce se senta na cama, segurando as mãos das duas. Há outra mulher em sua frente, cabelos mais custos e quase raspados, pintados de preto. Ao contrário das outras, ela se encontra vestida com uma baby Doll.
-não briguem, meninas, há um pouco de mim para cada uma-um beijo nos lábios de cada uma. Elas riem docemente, cheias de luxúria.
Os olhos dele dilatam ao perceber um colar no pescoço da morena. Muda imediatamente de expressão, desmanchando seu sorriso ficando sério. Toca as pérolas delicadas, passando os dedos por cada uma.
-eu conheço esse colar... É o colar da mamãe. Onde conseguiu?!-eleva o tom, exigente-onde pegou isso?!-a única resposta da mulher é um riso bobo e desentendido. Bruce cerra o cenho-onde conseguiu isso?!-pergunta novamente.
Uma mão confortável e familiar toca seu ombro. Olha para cima e encherga sua mãe, preocupada e angustiada. Percebe seu pai do outro lado, com a mesma roupa daquela noite, a mesma noite na qual ele está. Se dá conta que está no beco, o beco que mudou sua vida. Uma escuridão por trás deles e apenas a luz fraca de um poste distante, onde ele avista a figura que destruiu sua vida.
Bruce fica mais confuso ainda quando olha para baixo e o reflexo na poça da água é o seu eu criança, de oito anos, que perdeu os pais tragicamente.
-o quê está acontecendo?-pergunta a si mesmo, em voz alta, onde parece que irá receber alguma resposta.
Olha para frente, já com os corpos de seus pais caídos no piso frio e incômodo. O assassino, escondido nas sombras, se transforma em um enxame de morcegos, criaturas horrendas e assustadoras, com suas orbes mergulhadas em uma poça de sangue vivo. Em gritos agudos e grotescos, voam contra Bruce, passando por ele. Suas garras cortam sua pele, suas mordidas rasgam seu pescoço. Ergue os braços tentando se defender, mas a cada ação, um novo ferimento grave.
Os corpos de seus pais rastejam pelo chão, como zumbis sem consciência. Agarram seus tornozelos, pressionando com força até deixar as marcas de dedos. O puxam para dentro da poça da água, o levando para o azul escuro do fundo nebuloso.
Em um ato de resistência, Bruce os chuta, se livrando da prisão. Tenta nadar para a superfície, onde encherga apenas uma luz fraca nas águas, enquanto luta pra segurar o fôlego.
De repente, Asa Noturna o segura pela perna, em seguida surge Alfred e Selina que o agarram também, seus pais retornam para levá-lo. Várias pessoas surgem aos montes, todos rostos conhecidos e de nomes que Bruce conhece, que já passaram ou que fazem parte de sua vida. Ele não tem força.
Todos o levam para o fundo, dentro da escuridão enquanto ele grita, mas o som é abafado pela águas que o deixam em esquecimento, no mais absoluto escuro.
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Robin
AventureTim Drake é fã do Batman e vive em Gotham e já viu de perto a lenda viva do Homem Morcego. Com sua inteligência fora do comum e curiosidade, o garoto começa investigar o homem morcego. Inspirado por ele, o jovem Tim decide se aventurar pela cidade b...