cap 3 Min Hyo-jin

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Há algo errado.

Nesta manhã, tudo foi igual, acordei, fui limpa e arrumada como uma boneca, tive meu desejum. Mas durante toda a manhã as palavras do príncipe martelaram em minha cabeça.

Fiz tudo que me foi ensinado, não interrompe os mais velhos em suas conversas, e nem os homens, me mantive comendo o mínimo e sorrindo quando necessário, fiz tudo que uma noiva de um príncipe deve fazer para se comportar. Mas mesmo assim fui rejeitada.

Ele ama outra, eu não sei quem, mas ama, eu vi em seus olhos, reconhece naquele momento um olhar não só apaixonado, mas também desesperado, parecia que ele queria ir, e logo. E isso me martela a cabeça, como se tivesse um prego, ao ponto de ficar impaciente e estressada com o mínimo de erro feito pelos criados.

Eu quero muito saber quem é, e ao mesmo tempo, não quero. Já perdi alguém que amo, e me recuso perder outra pessoa, e já que está ele está apaixonado, a única solução é não ama-lo.

Simples, engolir essa... Sensação, isso o que eu sinto por ele é uma sensação, euforia por algo novo, por uma vida nova que vou ter agora, assim que me acostumar com a vida de casado e a realeza essa sensação vai passar.

Engulo seco olhando os livros, fingindo que estou procurando algo para ler enquanto que minha mente vagueia para o dia anterior. Tudo seria mais fácil se ele fosse feio, horroso, mas não, é lindo, fofo, alto, grande, forte, e... E aquelas covinhas?

Assim que olhei em seus olhos vi aquelas covinhas, senti tanta vontade de tocar-las.

Suspiro pegando um livro sobre um herói que viaja pelas montanhas, de vilarejo em vilarejo protegendo pessoas, e acaba se apaixonando por uma xama, que prevê sua morte. Já li várias vezes, ele morre no final.

Saio da biblioteca com Young no meu encalço, sempre observando para que ninguém chegue perto de mim, as ruas da capital está cheia e sinto olhares curiosos sobre mim, mas já estou acostumada.

— Precisamos voltar para casa senhorita. — Young avisa e concordo. — O que irá fazer em relação a ele?— Dou de ombros mas não respondo.

Nem mesmo tenho coragem de pensar nele pensando e suspirando por outra pessoa, sinto um aperto no coração.

Mas me recuso sentir isso novamente, a sensação de sentir que alguem que eu amo, ama outra pessoa é horrível, sentir que você não é protagonista dessa pessoa, que quando ela olha em seus olhos, está pensando em outra, essa sensação, essa verdade é muito cruel.

Pior ainda é você ser refém dessa amargura, ser vítima do seu próprio ódio e inveja, isso agora entendi, estou com inveja.

Estou morrendo de inveja, ela arde em meu peito e invade minha veias inflamando meu subconsciente, tenho inveja dessa pessoa que tem o amor do homem que passei anos suspirando

Quando foi que ele se apaixonou por ela? Com certeza foi depois da morte de minha mãe, depois daquela carta... O que aconteceu depois ? Ele parecia tão... Atencioso, sorrio lembrando da carta, foi a primeira vez que sorri depois do luto, depois da culpa que sinto.

— Senhorita Min! Está desatenta! — Me assusto com a voz grossa do homem me fazendo saltar, olhando para trás.

O ministro park, com sua típica bata vermelha de ministro, sentado em transporte sendo carregado por servos, ele desce e vem até mim.

É um homem baixinho, menor que eu, e com olhos pequenos e pele pálida, bem enrrugada e sem barba.

— Bom dia ministro park, me desculpa pela desatenção. — Me curvo.

— Tudo bem, quero parabenizá-la pelo casamento, quando irá para palácio?

— Semana que vem.

— Muito bom, não se esqueça do seu único amigo e que você mesma considera como irmão senhorita

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