cap. 5 Min Hyo-jin

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Meu pés doem, minha visão está turva, a chuva cai com força pesando meu vestido fazendo com que eu me canse.

Sentir que não sou desejada, amada, querida nesse casamento eu já sabia, mas saber que ele sente o mesmo que minha mãe só destrói mais qualquer esperança que tinha de ter uma vida minimamente feliz, mesmo que sozinha, mesmo sabendo que ele ama outra, para mim estava tudo bem.

Ele não me quer viva, ele prefere que minha existência suma, por que para ele eu sou somente um empecilho para sua felicidade.

Eu queria muito poder proteger minha mãe e sua felicidade, mas não consigo, esse buraco, essa sensação de vazio me consome a cada dia, e hoje parece que ela tá muito maior, com fome de engolir minha vontade de viver, minha vontade de fazer algo por quem amo.

Caminhando sem rumo com o diário dele em minhas mãos, paro em frente ao lago pensando em como li as páginas  do diário que ele mesmo mandou para mim.

Soluço mais uma vez deixando lágrimas escorrerem mais e mais, meu corpo treme de frio e ódio, muito ódio, eu não escolhi ser filha de Min Min-suk, eu nunca quis casar com Kim Nam-joon então por que estou aqui? Por que tenho que suportar tudo que meu pai faz e diz? Eu não quero mais ser responsável, não quero mas viver essa tortura.

Viver nessa sequência de aparências, onde tenho que fingir a morte de minha mãe, me culpar por ser uma vadia egoísta e mimada, uma criança inconsequente que só queria sua mãe do lado mas sem medir as consequências do seu querer. Eu nunca quis que ela se machuca-se! Eu só queria a minha mãe! Eu só queria continuar naquela vida linda que tinha, de onde fui arrancada para realidade com tanta força ao ponto de não saber como lidar.

Eu tenho certeza mais do que absoluta que há pessoas no mundo com problemas muito maiores do que o meu, mas isso não anula a minha vontade de sumir com esses sentimentos. É isso, Kim Nam-joon só escreveu aquilo que sempre desejei mas nunca tive coragem de falar em alto e bom tom.

— Não! — Ouço alguém dizer mas já dou uma passo adiante ao lago.

Sinto a água me afundar rapidamente como um peso morto, vejo o diário do príncipe ao longe quase boiando na superfície, as gotas grossas da chuva como fogos de artifício na superfície.

Meu pulmão vai esvaziando, minha mente também, bolhas de ar saem da minha boca e fecho os olhos deixando que a água prencha meu pulmões. Que a sensação de total obscuridade do lago preencha meu ser, abraçando meu corpo como uma mortalha, finalmente em paz.

🐇🐇🐇

Tem dedos me impedindo de respirar pelo nariz, enquanto que sinto lábios nos meus, enchendo meu pulmões de ar  novamente, mas não consigo me mecher, quando ele finalmente faz massagem cardíaca, regozijo as água, me virando pro lado vomitando toda a água que engoli e torci com minha garganta queimando.

Abro meus olhos e vejo dois homens, um eu sei que é Kim Nam-joon o outro deve ser sua alteza real.

— Finalmente! — Nam-joon segura minha mão entre as suas e beija meus dedos. — Você está viva, está viva! Mas está queimando! Preciso levar ela para seu quarto. — Ele tenta me colocar em seu colo, mas mesmo sem força eu o rejeito.

— Me larga! — Resmungo e coloco todo o ódio que consigo. Seok-jin toma a frente me coloca em seu colo, tombo minha cabeça que está martelando no ombro dele e sinto suas mãos grandes nas minhas pernas e corpo.

— Deixa que eu levo.

Eu devo ter dormido em algum momento, por que certa hora ouço Young choramingar e já estamos no meu quarto, sendo colocada em minha cama.

Os Sete Diários Do Meu Príncipe.Onde histórias criam vida. Descubra agora