Capítulo 24- Jogo (de amor?)

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Às cinco horas da tarde de um domingo o sol estava rumando a oeste.

Rosé estava sentada inquietamente sobre a arquibancada junto com dezenas de meninas e meninos preenchendo a quadra do colégio.

Era final da competição de basquete entre os ensinos médios da cidade.

O torneio em si já atraía muitas pessoas pois era referente a um âmbito abrangente da cidade, mas não somente isso, as participantes também de modo geral atraíam diversas pessoas pertencente ao  colégio ou não para assistir às partidas.

Rosé não gostava de locais demasiadamente barulhentas, mas os gritos do grupo de suporte que incluía Jisoo e Bambam faziam o sangue dela ferver junto com cada batida de tambor que anunciava a entrada das jogadoras. Porém Rose sabia perfeitamente que estava tensa não somente por causa da paixão que todos ali nutriam pelo esporte, mas também por causa da paixão que ela mesma nutria por uma das participantes de olhos achocolatado.

"Lalisa Manobal, número 11"

Ela entrou correndo como fez todas as jogadoras e se estacando ao lado da última que entrara.

O mundo deu-se uma pausa quando o olhar da Lisa percorreu a multidão de telespectadores e concentrou-se nela, como se ela afastasse a multidão tal qual um raio alfa afasta um elétron.

Rosé podia sentir o compasso, ou melhor, o descompasso da sua arritmia cardíaca que ora confundia com as batidas do tambor ora com os batimentos cardíacos da própria Lisa.

A luz do sol que entrava pelas frestas da quadra iluminando os rostos das moças a flor da idade, e claro, caiu também sobre os ombros da Lisa.

Rosé não conseguia desviar o olhar no rosto límpido e linda da Lisa, se anestesiando do mundo com sua beleza.

O sol podia ser aurora e também crepúsculo, contando que  goste dos fótons que ele lançava, ele sempre será uma atração de beldade para aqueles que genuinamente o ama, seja ele de qualquer jeito.

Lisa a amava desse jeito preferencial, seja no casaco, seja no boneco de lã descansando sobre a cabeceira. Seja também em inúmeros olhares que Lisa lhe dizia:
Eu te amo deveras.

Lisa sorriu. Rosé correspondeu o sorriso.

E um apito do juíz da quadra despertou as duas da romance imersiva.

Rosé percebeu que Lisa usava um uniforme rosa e branca, e nos pés calçava um tênis escrito Rose e o modelo era do Derick Rose son of Chi 2.0. Rosé nunca tinha reparado que ela ficava tão sexy com uma regata.. e avermelhou-se ao querer fazer coisas mais ousadas com aquele traje.

-Sua bochecha está vermelha Rosie, está com calor?

-Obrigada unnie, me passa uma água por favor.

O som estridente do apito sinalizou o começo da partida, Lisa pulou alto para pegar a primeira chance de ataque. Uma jogadora do seu time conseguiu pegar a bola, driblou uma e passou para sua colega do time, como Lisa já estava dentro da área, esta passou para ela e num euro step marcou dois pontos por bandeja.

Lisa recuou pois chegou a hora de contra ataque não antes de mirar a arquibancada e sorrir para aquela garota que seus olhos não conseguia parar de encontrar.

Lisa tinha miopia de grau leve e Rose estava sentada em uma distância relevante mas mesmo assim parecia que ela conseguia ver os traços dela perfeitamente e conseguiria apontar cada estrela do seu olhar.

Lisa de 18 anos tinha paixão a poucas coisas do mundo, basquete e violão. Agora, parecia que Rose adentrou no seu mundo para ser acima de tudo que ela tinha, seria quase um impulsor dos seus batimentos cardíacos, razão pela qual ela respirava, para mais rápido vê-la.

O time adversário não conseguiu marcar ponto, e o rebote foi conseguido pelo grupo da Lisa, que passou novamente para esta pois estava situada em uma posição estratégica, ela driblou uma e em seguida em um crossover duplo, deixou a adversário tonta no campo, em um fadeaway típico do Kobe Bryant, conseguiu mais três pontos para o colégio.

Lisa lembrou de como ela enjoava os casais que andavam pelo centro da cidade enquanto ela trabalhava monótona, as palavras trocadas por casais não causavam inveja nem sonho.

"Já me acostumei com a solidão"

Ela pensou.

Mas estava errada. Havia esse alguém que compreendia seu ânimo, capaz de trazer uma primavera toda apenas com uma palavra e fazia ela sonhar noites de inverno embaixo de cobertor abraçadas juntas, fazia ela esboçar cada viagem para experimentar o gosto da neve de Canadá, o barulho do nascer do sol do Brasil e o cheiro de livros velhos em uma biblioteca perdido em Tóquio.

Naquele pulo, Lisa não mirou a cesta mas sim a luz do Sol que penetrava pela quadra em direções diversas e desejou que aquela rosa que ela amava, crescesse em direção sempre ao maior estrela da Via láctea e assim, nunca desbotasse.

Rosé sabia que ela preenchia a visão e em cada canto do cérebro da Lisa, e se fosse mais mística diria que estava presente em cada célula da Lisa, dentro dos genes, fazendo parte do seu destino.

E que ela fazia parte do plano do futuro dela, não apenas sendo um lixo que poderia ser descartado a qualquer momento.

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Until I found you - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora