Parece que não estamos mais de mãos dadas

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Acordamos de manhã e estamos totalmente entrelaçados, estou deitada de bruços, um braço em sua cintura, Jake está com uma perna na minha lombar, um braço em meu ombro e não faço ideia de como ficamos assim. Nos arrumamos na cama para ficarmos de frente um para o outro.

— Bom dia, Maria.

— Bom dia, Jake. — me aproximo e dou um beijo rápido, antes de levantar.— Preciso tomar um banho e comer.

— Tudo bem, faça isso, eu vou resolver algumas coisas. — ele diz enquanto tira um notebook da mochila, ele abre e uma tela cheia de dados aparece.

— O que está fazendo? Acabou de sair da cadeia por crimes tipo esses. — aponto para o computador.

— Nada ilegal dessa vez. Eu juro. — ele ergue as mãos ao lado da cabeça em sinal de rendição. Olho desconfiada e vou tomar um banho relaxante.

Lembro que tenho que passar na delegacia e pegar meu celular e penso que possa ser isso que Jake está fazendo, tirando informações que a polícia não tem que saber, mas ele disse que não faria nada ilegal e não tem nada demais lá.

**********

Chegamos na delegacia, entramos e vamos direto até Alan.

— Oi, detetive. Posso pegar meu celular de volta?

— Olá, senhorita Maria, como vai? Já te disse que pode me chamar só de Alan.

— Eu estou bem, Alan, e você?

— Bem, obrigado por perguntar. — ele diz com um sorriso irônico, ele é detetive, sabe que só perguntei porque ele me perguntou. — Jake. — ele cumprimenta com um sinal de cabeça que Jake repete. — Vou pegar o seu celular. Vocês estão indo para o hospital ver a Hannah?

— Sim, você vai estar lá também?

— Vou em breve, vejo vocês lá . — ele me entrega o celular e sorri, sorrio de volta e saio.

Dirijo em direção ao hospital, será a primeira vez que vou me encontrar com todos do grupo, exceto Richy. Não quis perguntar nada ao Alan sobre isso porque tenho medo do que posso ouvir, mas se ele tivesse sobrevivido aquela explosão, ele estaria preso aqui ou estaria no hospital também, afinal ele levou um tiro do Dan.

Estamos no hospital e perguntamos para a recepcionista sobre o quarto da Hannah e se ela está bem, a enfermeira nos informa que ela ficou lá apenas por observação e que ela está bem.

Estamos chegando no seu quarto e avisto o grupo todo lá, paro na frente deles.

— Olá, pessoal! Eu sou a Maria! — Lilly é a primeira a respirar aliviada e vir me abraçar, Jessy em seguida. Os outros me cumprimentam de longe. — O que está rolando?

— Maria, graça a Deus você está aqui! — Lilly diz. — Você tem que fazer alguma coisa, depois que o médico der alta para a Hannah a polícia vai pegar o depoimento dela e vão levá-la presa! — ela diz assustada, olho para trás e vejo Alan próximo, mas não o bastante para nos interromper, ele está lá para levar a Hannah?

— Gente, este é o Jake, caso tenha ficado implícito. — eles cumprimentam ao mesmo tempo.

— Dama de preto. Garoto hacker. — Dan nos cumprimenta. Ele sempre se referiu ao Jake assim, e acredito que ele me chamou de dama de preto porque estou usando somente roupas pretas.

— Fiquei sabendo que pagou a fiança do Jake, sabe como é cidade pequena, você tem que pagar a da Hannah também, depois do trauma que ela passou, ela não pode ir presa.

— Lilly, eu lamento, mas paguei a fiança do Jake porque eu amo ele, eu não amo a Hannah, e sinceramente depois de tudo o que ela fez, ela tem que pagar pela Jennifer, pela Amy e pelo Richy também, ela merece ir pra cadeia. Uma mãe perdeu a filha e a família foi destruída depois disso.

Lilly me dá um tapa no rosto e todos fazem um som de susto, Jake e Jessy vão verificar como eu estou, enquanto Lilly não para de me dizer insultos, agarro o cabelo curto e loiro dela com tanta força que ela tenta se soltar e caímos no chão, enquanto ela se debate eu dou vários tapas em seu rosto. Jake e Alan nos separam, enquanto os outros veem se Lilly está bem.

— Ela devia ser presa por agressão — ela diz indignada e histérica olhando para o Alan — ela quase quebrou o meu nariz.

— Que bom que você já está em um hospital. — me desvencilho do braço de Alan, que ajudou a me tirar de cima da Lilly, olho para todos, Cleo está consolando Lilly e os outros parecem que já escolheram um lado, olho para Jessy e ela desvia o olhar e então, olho para Jake que balança a cabeça em negativa para me avisar para parar de provocar.

— A Hannah não é minha responsabilidade, se virem. — falo praticamente cuspindo as palavras, dou a volta e vou seguindo em direção a saída e somente Alan me acompanha.

— Maria, você está bem? — afirmo somente balançando a cabeça e suspirando, brava — isso pode ter acabado pra você, mas pra eles ainda não, eles estão assustados, perderam o amigo, estão com medo de perder a Hannah.

— Você está do lado deles também?

— Eu sou o único aqui, não sou? — Alan responde, e eu fico olhando para a porta do hospital esperando Jake sair a qualquer momento, mas nada.

— A Hannah ia se entregar, vocês viram isso não viram?

— Sim, e você está certa, não só a Hannah, mas nada disso é da sua responsabilidade. — respiro fundo, e passo as mãos no rosto. Nada do Jake sair ainda. — O que você vai fazer agora?

— Eu não sei. — de todos os cenários que passaram pela minha cabeça, este com certeza não era um deles. Achei que éramos amigos, pensei que a Jessy ia ficar do meu lado, mas parece que me equivoquei.

— Só não se meta mais em confusão.

— Por que você vai me prender?

— Se for preciso. — Alan fala sorrindo e abrindo a porta da viatura que dirige — passe na delegacia com seu namorado, assim que puder.

— Por que você se refere a ele como meu namorado e não pelo o nome dele?

— Na delegacia mais tarde, ok?

— Ok. — depois que respondo, ele entra no carro e vai embora, se ele não veio para prender a Hannah, então porque ele estava lá? Como o Jake não saiu, eu entro no carro e volto para o hotel sozinha.

Depois do episódio 10 - Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora