Prisão

355 23 24
                                    

Chegamos na delegacia e fico andando de um lado para o outro, preocupada com o Jake, além disso me pediram o meu celular, mas disse que só entregaria para eles depois que o soltassem. Até agora estão o interrogando e o valor da fiança ainda não foi me passado.

    — Precisamos do seu depoimento, enquanto o seu namorado está com o FBI, você pode me esclarecer como foi que acabou nesse caso. — detetive Alan me olha com uma cara de que entende que estou nervosa e se contar a história vou me distrair. — Quer tomar café?

     — Detetive, sei que eu disse que era isso que ia fazer quando chegasse esse momento, mas é a hora de dizer que eu não tomo café. — digo com um sorriso sem graça.

     — Tudo bem, um chá então?

     — Aceito.

    — E pode me chamar só de Alan.

Poucos minutos depois ele me entrega o chá quente de hortelã e eu inspiro o cheiro profundamente para me acalmar,  conto tudo o que aconteceu, como o Thomas recebeu meu número até chegarmos ao final dessa história.

     — A fiança do Jake está em um milhão e meio de dólares. — Alan me diz.

     — Considere paga. — Alan apenas sorri e acena para que eu me levante e o siga para assinar os papéis e fazer o pagamento, eu sorrio de volta, mas por dentro estou me perguntando do porque este valor e o que ele invadiu para tal preço. Assino vários papéis e faço o pagamento, agora é só esperar ele ser liberado.

     —  Alan, o Phil, está aqui ou ele já  foi solto? — pergunto porque ele foi preso por causa de toda essa confusão.

      — Ele já saiu, foi liberado após o seu depoimento e o do Jake e amanhã vamos interrogar a Hannah, mas não tem mais acusações sobre ele.

Sento em uma cadeira e começo a balançar a perna num estado total de ansiedade, quanto tempo vai levar para ele ser liberado, afinal?

Pego o meu celular e vejo que não há uma mensagem sequer no grupo ou de alguém do grupo, fico um pouco surpresa com isso, esperava que pelo menos a Jessy fosse mandar mensagem, mas ela não mandou, deve estar em choque por descobrir que foi o Richy quem a atacou.

Já são 2h45 da manhã e o Jake finalmente é solto, respiro aliviada e levanto da cadeira em um salto, ele me olha com um sorriso e diz:

     — Isso foi rápido.

     — Foi o que ela disse. — digo sorrindo e ele me olha com confusão. — Referência de The Office, você conhece? —  ele balança a cabeça em negativa.  — Vamos dar o fora daqui. — dou uma piscadela. Olho para Alan, entrego meu celular. — Quando posso pegar de volta?

     — Pela manhã. — sorrio e vou andando em direção a porta.

Estamos quase chegando no carro que aluguei, um SUV preto quando o Jake para.

     — Como você sabia? — paro de andar também e me viro, ficamos de frente um para o outro.

     — Como eu sabia o quê?

     — Como você sabia que era eu lá. Afinal, nós nunca nos vimos antes.

     — Pode chamar de intuição.  — digo sorrindo presunçosamente. — E você? Como sabia que era eu? Você disse meu nome também.

     — Intuição. — ele sorri de volta.

     — E o que você achou de mim? — ele me analisa, me olha de cima a baixo de forma lenta e fico tímida com seus olhos intensos em mim.

     — Acho que sua personalidade combina perfeitamente com sua aparência.

     — E o que isso significa?

     — Maria...  — ele diz, ficando sem graça. — Você é linda.

     — Obrigada. Não é legal que nós dois usemos óculos? — digo balançando os meus, já que os dele estão guardados no pacote com os pertences que a polícia guardou. Ele não responde e apenas ri. — Já eu — vou falando já que ele não me perguntou — te achei lindo também, atraente, gostoso... Quando você tem tempo para fazer exercícios fugindo da polícia por todo esse tempo? — digo dando um passo à frente, ele sorri e abaixa a cabeça, também dando um passo à frente. Meu coração está acelerado e aposto que o dele está ainda mais. — Não acredito que estamos no mesmo lugar.

     — Nem eu. — ele pega minhas mãos lentamente e coloca nos seus ombros, suas mãos vão para a minha cintura que me apertam forte, coloco uma das mãos em sua nuca, a outra mão  no seu rosto pegando mais detalhes da sua aparência que antes era um mistério, passo os dedos em seus lábios que estão tão perto dos meus e finalmente nos beijamos.

Um beijo carinhoso, e ao mesmo tempo cheio de paixão e saudade, um beijo quente, e sinto que vou derreter ali mesmo. Nos empolgamos um pouco na pegação, já estou ficando ofegante, suas mãos grandes passando por toda minhas costas, deslisam para minha bunda e apertam com força me fazendo gemer, ele volta as mãos para minha cintura,  me dá um selinho do final do beijo e sorri. Ele tem um sorriso lindo demais, dentes grandes e retos, estou sem fôlego, tanto por esse amasso breve, tanto por sua aparência.

     — Você tem gosto de prisão. — falo em um sussurro sorrindo. Ele sorri de volta. — Vamos embora

Depois do episódio 10 - Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora