Capítulo 04

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      O salão se ilumina com a luz dos candelabros de prata, criando uma atmosfera mágica e romântica. Ao fundo, uma música suave ressoa, envolvendo tudo com um toque de magia no ar. Kadmus me conduz até a mesa, onde somos recebidos com sorrisos calorosos dos outros feéricos presentes.

     Meus olhos percorrem cada rosto ao redor da mesa. Minha família reunida à minha esquerda, e Kadmus ao meu lado direito. Jannett, com seu belo vestido azul-escuro, mantém seu olhar sério para Duquesa Estephany. Gostaria de saber sobre o que exatamente elas estavam falando.

     Enquanto meus pais conversam entre si, trocando sorrisos amorosos, percebo que, às vezes, são adoráveis juntos, especialmente quando minha mãe não está dando puxões de orelha no meu pai. Vejo que agora ela está feliz, desde que retornou para casa.

     Volto meu olhar para Kadmus e noto que ele está nervosamente limpando as mãos na calça.

     — Você está bem? — pergunto preocupada.

     Ele se vira para mim, surpreso com a minha pergunta.

     — Estou. Por quê?

     — Parece nervoso.

     — Acho que devo estar um pouco — ele sorri timidamente.

     — É por causa da presença deles? — aponto para os vampiros com os olhos.

     — É pela sua presença na verdade — respondeu de forma tímida.

     — A minha presença te deixa nervoso? — Fico incerta sobre como interpretar isso.

     Kadmus segura minha mão e a coloca em seu peito, seu coração está disparado.

     — Estou assim desde que você chegou — ele sorri como um bobo apaixonado, suas bochechas ainda mais vermelhas que o comum.

     — Por que nunca me visitou na Inglaterra?

     — Minha mãe achou melhor que eu não fosse. Quando eu era criança, ela costumava contar histórias sobre o mundo dos humanos para me fazer dormir, e eu ficava apavorado com as coisas que ela dizia, a forma como os humanos tratavam os bruxos...

     — Isso foi há muito tempo, hoje em dia as pessoas não queimam bruxos mais — explico de forma divertida e despreocupada. Não imaginava que um bruxo poderoso como ele poderia ter tais pensamentos.

     — Está me dizendo que as pessoas sabem da nossa existência?

     — Bem, não exatamente. A maioria dos humanos acredita que as civilizações antigas nos queimavam porque éramos evoluídos demais para o nosso tempo, eles não acreditam que bruxos realmente existem ou existiram. Quando os bruxos foram autorizados a viver nas ilhas invisíveis, eles levaram consigo tudo o que podiam sobre nós, como os livros de magia e todos os artefatos mágicos. Restaram apenas dúvidas entre os humanos atuais sobre o que realmente aconteceu naquela época. É claro que sempre há uma pequena parte da sociedade que acredita que bruxos existem, mas são considerados malucos.

     — Minha Deusa — ele fala surpreso —, praticamente fomos apagados da história da humanidade, como uma divindade que caiu em descrença popular.

A Ilha InvisívelOnde histórias criam vida. Descubra agora