Capítulo 17

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     Abro a boca para falar algo, mas sinto uma presença entrando no hall. Ao me virar, vejo a Duquesa Estephany Darkwood saindo da sala da minha sogra. Nossos olhares imediatamente se encontram, e a lembrança de sua casa me vem à mente. Eu estava lá enquanto ela estava aqui.

     Meus pais saem logo atrás dela, junto com um casal de lobos e Kadmus.

     — Bom, a reunião terminou, acho que é hora de ir embora — diz Maia, e eu me viro para ela.

     — Eu entendo. Mas você pode me visitar quando quiser.

     — E eu vou mesmo! Ainda tenho muitas perguntas — ela diz, e depois se dirige até os pais.

     Kadmus se aproxima de mim, ao lado de meu pai e minha mãe.

     — Minha menina — mamãe diz, colocando as mãos em minhas bochechas e me olhando como se eu ainda fosse um bebê.

     — Oi, mamãe. Eu estava na sua casa, com Júpiter e Zelda — comento, para que, na presença dos meus pais, Kadmus já saiba onde estive e não me faça muitas perguntas depois.

     — Sério? Quando cheguei, você já não estava aqui. Não nos encontramos pelo caminho.

     — Ah, é porque hoje o Guarda Barry esteve aqui e eu o acompanhei até os limites das terras — explico, embora esteja tão nervosa que não tenho certeza se fui convincente. Mas, de certa forma, isso não é uma mentira, já que realmente fiz isso.

     — Compreendo. — Ela se afasta, seus olhos começam a me analisar. — Vejo que está com as roupas da sua irmã.

     — É... Bem... eu senti que precisava de um banho, mas não levei roupas extras, então ela me emprestou.

     — Sua irmã está bem generosa ultimamente — papai comenta, atraindo meu olhar para ele. Engulo seco quando percebo onde ele quer chegar. — Não consigo imaginar uma situação em que Zelda emprestaria uma roupa dela para você.

     — Acho que ela teme que eu a expulse daqui quando me tornar a Duquesa — brinco, e graças a Deusa, papai ri. Ele sempre ri de tudo.

     Mamãe e Kadmus também riem em seguida.

     — Bom, já estamos indo — diz ela. — Boa noite para todos.

     — Boa noite — eu e Kadmus respondemos em uníssono.

     Sigo em direção às escadas antes que Kadmus fale qualquer coisa, mas é claro que ele me segue.

     Olho para ele pelo canto dos olhos e vejo sua expressão fofa e também confusa. Isso me derrete, não posso negar.

     — Você está bem?

     — Estou — digo simplesmente.

     — Eu vou para o laboratório agora. Você quer ir comigo?

     — Na verdade eu tenho que ir tomar um banho e...

     — Você acabou de dizer que tomou banho na casa dos seus pais — ele me interrompeu.

     Arregalo os olhos e sinto meu interior congelar. Como pude dar esse furo?

     — Sim, mas preciso de outro — tento contornar a situação. — O perfume da minha irmã me deixa enjoada, preciso tirar esse vestido logo e substituir o perfume pelo meu.

     — No laboratório tem milhões de poções, incluindo perfumes — ele tenta me convencer.

     Ao olhar em seus olhos, vejo o azul deles me convidando, me atraindo e me encantando.

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