POV LANDON
Era interessante ver como meu corpo reagia à presença da Hope, o coração acelerado, o nervosismo, o receio de que ela me mandasse embora como da última vez. Me sentir inútil no seu resgate já foi frustrante o bastante, eu tinha que estar lá quando ela finalmente voltasse, só não achei que fosse ser tão difícil. Era normal toda sua confusão depois de acordar, mas - se pudesse sentir de novo - a tristeza teria tomado conta de mim por vê-la daquele jeito. O fato de que ela simplesmente não acreditava que estávamos ali, que estava segura. Me odiei por pensar em quantas vezes ela já não sonhou com aquilo, com ser resgatada, ao ponto de achar que era mais uma alucinação; por imaginar todas as vezes que ela abriu os olhos e ainda estava naquele inferno. A forma como ela pareceu apreciar o calor do sol tocando sua pele antes de baixar a guarda o bastante para a Freya se aproximar e conseguir tocá-la. O jeito como ela desabou em seu abraço, se permitindo sentir o alívio do qual foi privada por tanto tempo indicou para mim, Lizzie, Dr. S e Caroline que era a hora de nos retirar respeitosamente, mas antes de o fazer, ela pediu apressada:
H - Não feche a porta.
C - Tudo bem, Hope, vamos dar espaço a vocês.
H - Eu sei, só... - Titubeou nervosa - só, por favor, não feche a porta. - Pediu quase implorando.
A - Não vamos fechar, vamos apenas sair. - Ele respondeu rápido, com uma cara de que notara algo que deixamos passar.
H - Desculpa.
F - Não precisa se desculpar, meu amor.
H - Não, preciso. Eu nem agradeci por terem me tirado de lá. - Ela disse sem nos encarar de verdade. - Obrigada. - Falou erguendo a cabeça.
A - Estamos felizes em te ter de volta, descanse.
Observei a cena curioso, era óbvio que ela não era a mesma, acabara de ser resgatada de um cativeiro de tortura, mas acho que eu não esperava vê-la tão frágil. Saímos todos enquanto ela e a Freya se sentavam para conversar, sabia que não teria muito tempo naquela dimensão, mas vê-la segura já valeu todo o esforço para estar ali. No entanto, antes de voltar ao limbo, precisava entender uma coisa melhor:
LA - E então, Dr. Saltzman, que cara foi aquela ?
A - Que cara ?
LI - A que você fez antes de sairmos.
C - Temos muito que conversar. - Ela falou depois de uma troca de olhares preocupada com o pai da Lizzie.
Fomos até o escritório e, por quase 10 minutos, Lizzie e eu ganhamos alguma noção do que realmente acontece com quem fica a mercê da Augustine ou dos seus membros. Um Intensivo de como existem pessoas monstruosas no mundo. Juntando as informações deles com as que o Roman forneceu sobre o médico que a capturou, a própria Hope garantiu recursos financeiros para muito tempo de tortura, de forma não planejada, claro. Lizzie não deixou que eles entrassem em detalhes do que podia ter acontecido, ela ainda não conseguia esquecer a cena que viu quando arrombou a porta no resgate da Hope.
LA - O que fazemos agora ?
A - Esperamos.
LI - Só isso ?
C - Viu como a Hope ficou quando estávamos de saída ?
LI - O lance da porta ?
C - O lance da porta.
LI - O que tem isso ?
A - Ela vai precisar de tempo e terapia para não se sentir presa ao fechar uma porta de novo, é isso que significa.
C - Não sabemos a que tipo de tratamento desumano ela foi submetida, ou que traumas isso gerou. Tudo que podemos fazer agora é ir devagar.
F - E bem devagar. - Ela disse entrando e indo em direção à mesa das bebidas se servindo.
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O Que Restou de Mim
FanficDepois de ceder ao orgulho e respeito pela decisão de Landon, Hope se vê em um novo momento da vida no qual se permite explorar possibilidades. Enquanto vive o fim de uma aventura tentando preencher os espaços vazios, a tríbrida vai acabar encurrala...