Capítulo 15 | Madrugada de pesadelos

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Emma- Então você gosta do meu irmão!? -sorrindo

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Emma- Então você gosta do meu irmão!? -sorrindo

- P-para! -fala com a cara enfiada no travesseiro.

Hina- Se bem que seriam um belo casal.

- Foi um desafio! E eu cumpri..

Emma- Mas acontece que o desafio era "Beijar quem você mais gosta, e não era em termos de amizade"!

- Ele é gente boa, além de ser muito bonito.. Mas não passou de um desafio, não teria chance nenhuma de eu ter alguma coisa com o seu irmão!

Emma- Uhum... Sei! -sorri malicioso - Imagina eu te chamar de " Cunhada"!

- Ah, vamos dormir! Eu estou exausta e amanhã temos aula! -se cobre dos pés a cabeça escondendo o rosto já vermelho.

As duas conversaram mais um pouco até finalmente decidirem ir dormir.

Eu não tive dificuldade com isso, já que acordei muito cedo. 2

•_•

Senti uma brisa entrando pela janela, era como se eu não estivesse coberta pelo edredom.

Abri os olhos lentamente mas os fechei pela preguiça, logo ouvi barulhos de risadas de crianças no corredor.

Ignorei completamente até começar a raciocinar, se eu estava na casa da Emma.. Por que teriam crianças?

Abri os olhos tomada pela curiosidade e logo me sentei na cama, eu não estava no quarto da Emma. Apesar de não saber exatamente onde estava me parecia familiar.

Logo olhei para a porta e vi um garoto parado na porta enquanto brincava com legos, eu reconheci imediatamente.

Era Nathan, mas ele era criança..

E nós estávamos na nossa casa do Brasil, como eu não reconheci de primeira? Foi onde eu cresci.

Me levantei da cama e fui até ele, o mesmo não podia me ver.. E eu nem se quer conseguia tocá-lo, a minha mão atravessava seu corpo.

Eu escutei um grito e logo Nathan levantou a cabeça olhando para trás, ele se levantou e olhou para o corredor tendo a visão da cozinha onde não havia ninguém.

Saí do quarto e me aproximei mais da cozinha até que os gritos aumentaram mais ainda, Nathan passou por mim rapidamente, ele correu até a sala e eu o segui.

Assim que cheguei lá eu pude me ver no chão no canto da sala encolhida enquanto chorava e implorava enquanto meu pai segurava um estilete.

Aquilo não era apenas um sonho, era uma lembrança da minha infância.. A infância que eu queria esquecer para sempre.

S/n- N- Não me machuca... Por favor, pa... -é interrompido.

Ele desferiu um tapa em meu rosto e eu logo me aproximei de mim mesma, meu coração disparou e senti uma pontada de desespero.

Nathan empurrou meu pai e se colocou na minha frente jogando objetos nele fazendo-o se afastar de nós.

Nathan- NÃO MACHUCA ELA! SE AFASTA DA MINHA IRMÃ, SEU MONSTRO!

Pai- DESGRAÇADO! EU VOU MATAR OS DOIS! EU QUERIA QUE VOCÊS NUNCA TIVESSEM NASCIDO! EU ME SENTIRIA MELHOR SE OS DOIS MORRESSEM!

Nathan foi até mim me abraçando como se fosse um escudo, estava evitando que meu pai me machucasse e se tentasse quem iria apanhar era Nathan, não eu.

Ele ergueu o estilete e foi até nós, até que minha mãe pulou em cima dele fazendo o mesmo se afastar.

Mãe- NÃO ENCOSTA NELES!

Ele a empurrou e cravou o estilete na barriga dela, em seguida no ombro até ela o empurrar fazendo ele cair no chão derrubando a mesa por cima dele.

Começou uma gritaria muito alta, e mais uma vez ele se levantou para ir até ela pegou um banquinho e começou a bater na cabeça dela.

Eu e Nathan tentamos fazê-lo parar mas ele não parava, me sentei no chão e tentei fechar o olho mas não adiantava.. Mesmo que eu fechasse eu conseguia ver a cena da minha mãe sendo brutalmente espancada.

O tapete sujo de sangue e toda a gritaria, ela tentava ao máximo ficar consciente para nos proteger.

Eu estava implorando para que acabasse, me encolhi no canto da sala e comecei a chorar em desespero, minhas mãos ficaram trêmulas, eu estava com dificuldade em respirar.

Eu estava rezando para acordar logo, mas era como se não tivesse fim, uma sensação de morte tomou conta de mim e cada vez que tampava os ouvidos tudo parecia ficar ainda mais alto.

Era como ir ao inferno sem ao menos entrar nele.

•_•

Abri os olhos rapidamente e me sentei no colchão, eu estava suando frio e saíam lágrimas de meus olhos.

Olhei em volta assustada e vi que não havia nada fora do normal, Emma e Hina dormiam tranquilamente.

Coloquei a mão sobre o peito sentindo meu coração acelerado, me levantei do colchão e andei sorrateiramente até onde estava minha mochila, abri ela e peguei alguns comprimidos aleatórios, aumentei um pouco a dose apenas para ficar mais relaxada, mas não de maneira que me colocasse em risco.

Saí do quarto e fui até a cozinha, passei pela sala onde os meninos estavam dormindo e fui até a cozinha. Liguei a luz e logo lavei o rosto, enchi o copo e logo tomei os remédios, eu precisava esquecer daquilo e cada vez que tentava eu lembrava mais ainda.

Logo alguém esbarrou na cadeira fazendo um barulho alto e aquilo me assustou, larguei o copo dentro da pia de uma vez quase quebrando enquanto dei um gritinho.

Meu rosto era quase como se estivesse alucinada, olhando para tudo com medo enquanto me virava para ver quem estava na cozinha.

Mikey estava parado do lado da mesa, parecia assustado com a maneira que reagi. Soltei o ar pesadamente enquanto parecia estar com medo.

Mikey- Você tá legal?

...

- Tô! Claro! Eu... Tô ótima!

Mikey- Não é o que parece.

- O que você tá fazendo aqui?

Mikey- Essa é minha casa Ué.. Eu moro aqui.

- Ah, claro.. -olha para o chão

Se passou um tempo que estávamos em silêncio, eu já estava mais calma e os remédios pareciam estar fazendo efeito.

Ele logo quebrou o silêncio..

Mikey- Eu quero te fazer uma pergunta.

- Pode falar.

Ele se aproximou me obrigando a recuar alguns passos para trás até eu encostar no balcão da pia onde eu não tinha mais para onde ir, eu fiquei entre a pia e ele enquanto o mesmo me olhava nos olhos.

Mikey- Por que você me beijou?

- Eu e as meninas estávamos brincando de verdade ou desafio, e eu escolhi desafio.

Mikey- Então seu desafio era me beijar?

- Hm... Não.

Mikey- E qual era?

Apenas sorri e olhei para ele.

- Isso vai ficar em segredo. -em Tom brincalhão

Eu já estava ficando com um puto sono e logo fui para o quarto, assim que me deitei não demorou para eu cair em um sono pesado e felizmente eu não tive mais pesadelos.

𝕋ℍ𝔼 𝕃𝕆𝕍𝔼 𝔾𝔸𝕄𝔼| 𝐒. 𝐌𝐀𝐍𝐉𝐈𝐑𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora