Invasão à Casa Branca

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🚨TW/VIOLÊNCIA🚨

Charlotte chegou à sala de estar mantendo um sorriso dúbio nos lábios pintados de vermelho. Agradeceu internamente por nenhum dos presentes conseguir enxergar além de seu corpo, uma vez que sua alma provavelmente estaria a revirar os olhos, mortificada com esse jantar estúpido, ao seu parecer.

- Boa noite! - O tom ameno da voz da morena disfarçava a insatisfação crescente dentro dela.

- Charlotte, querida, há quanto tempo não nos vemos! - Judith levantou-se, cumprimentando a Srta. Austin com um breve abraço e dois sutis beijos, um em cada lado da bochecha - Parece-me tão bem!

- Você também está... ótima! - A mais nova sustentou a falsidade, desvencilhando-se dos braços da mulher espalhafatosa, dirigindo-se ao homem a seu lado - Como vai, governador?

- Ah, por favor, Charlotte, sem formalidades, ao menos por hoje. - Deram um aperto de mãos. Seria mais do que isso, se não fosse pela esperteza da filha do presidente em logo ir cumprimentar o rapaz sentado na poltrona à esquerda.

- Keane...

- Charlotte... - Ele sorria. No instante em que seus olhos encontraram os da sua moça idealizada, o Sr. Henderson, filho, não pôde controlar os sintomas inegáveis da paixonite que lhe atacara: respiração e batimentos cardíacos em ritmo inconstante, nervosismo aparente, suor frio e um abobalhar de atitudes.

- Está tudo bem? - A morena indagou-o com a sobrancelha direita erguida.

- Não há como ficar bem diante de sua beleza estonteante. - Keane sussurrou no momento em que curvou-se discretamente para beijar o lado esquerdo da face da herdeira presidencial.

Constrangida, talvez um pouco enojada com a cantada barata aprendida em sites de relacionamento, ela prendeu o ar por alguns segundos, afastando-se, oferecendo seu melhor semblante impassível ao pôr-se sentada ao lado de seu digníssimo pai.

- Lindo casal... - O comentário infeliz de Dyanphen fez a filha lançar-lhe um olhar fulminante de repreensão.

- Quem? Anthony e Judith? Você e papai? São mesmo! Exemplos de relacionamento sólido e bem instituído. Amor verdadeiro, não? Desses que lemos nos livros de contos de fadas, ou vimos em filmes românticos. Natural, como se a alma de ambos fosse uma só. Deveras bonitos, não concorda, Keane? - A ironia usada naquelas frases provavelmente tinha ficado implícita para o governador e sua esposa, mas não passou despercebido pelo presidente nem pela primeira-dama.

- Oh, claro! São casais perfeitos! - O rapaz havia sido pego de surpresa com a pergunta da morena, atendo-se a poucas palavras para evitar constrangimentos.

A família presidencial sabia que a animosidade seria presença constante nas entrelinhas de um comentário e outro durante a noite, e nenhuma das partes, no caso mãe e filha, abririam mão desse recurso. Era o preço a se pagar.

Os passos largos e apressados de Cooper ecoavam pelo extenso corredor decorado com obras de arte diversas. O comandante deveria certificar-se de que tudo estava na mais perfeita ordem, já que era um dia atípico e sua função competia em fazer todos os esquemas de segurança serem funcionais.

Cumprimentava um e outro durante o trajeto com um aceno ou um movimento leve da cabeça, interrompendo sua caminhada somente quando passou por uma pilastra e ouviu uma conversa de caráter verdadeiramente duvidoso.

O acidente pelo menos serviu para alguma coisa.

- É.... Aquela idiota ia estragar tudo.

- Lembra como ela desmantelou nossos planos da última vez? Eu fiquei com tanta raiva que o chefe custou para me controlar. Eu queria esganar aquela...

A Filha Do PresidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora