Eu Tenho Medo, Mas Eu Te Amo

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Muitas pessoas não fazem idéia do quanto sabotam à si mesmas com pensamentos limitante. Estes, são idéias negativas que acabam tornando-se verdadeiras, e que, além disso, condicionam a vida de quem as permite dominar a mente. As crenças restritivas bloqueiam, anulam, impedem que tenhamos novas oportunidades, novas chances de encontrar o caminho da felicidade plena.

Todos nós temos controle sobre os nossos destinos. O que acontece é que muitas vezes somos nós mesmos quem fechamos as portas às diversas ocasiões favoráveis, às mudanças, aos atos fortuitos que trarão boas fases, aos quais todos nós temos direito.

A vida, como todo aspecto deste mundo, tem o seu próprio ritmo. Nada acontece no nosso tempo, e sim, quando estão fadadas a acontecer. É preciso saber ouvir, atentar aos detalhes, olhar o dia a dia com a mente aberta e o coração acordado. As coisas boas sempre chegarão no momento em que confiarmos, quando nos sentirmos e agirmos como merecedores.

Costuma-se dizer que os bons ventos sopram nos trazendo felicidade e os ruins nos dando novas lições. Agora, há quem contradiga essa máxima e classifique os infortúnios como um castigo do destino. Será mesmo? Ninguém é capaz de afirmar categoricamente a resposta desse questionamento.

A única certeza que temos é que sem saber como, nem por que razão, a vida sempre acaba surpreendendo quando menos se espera.

Engfa estava atônita alternando o olhar entre o botão da rosa vermelha e a morena mais linda que já havia conhecido. Em sua cabeça pairavam milhões de pensamentos desconexos, bem como os sentimentos difusos e confusos em seu peito.

Ter Charlotte ali, comemorando o seu aniversário junto das pessoas que ela mais amava, fazia parte de seus sonhos secretos, aqueles em que a agente federal guardava no fundo da gaveta do seu coração, após despertar para um novo dia.

Em contrapartida, com a realidade obscura e nada agradável escarada à sua frente, era difícil conceber a presença ilustre da herdeira como algo realmente bom. De que adiantaria nutrir esperanças? Valeria mesmo a pena?

- Srta. Austin, entre e fique à vontade. - Elizabeth, incomodada com o clima atípico que instalou-se, usou de sua benevolência para acomodar a visita com cordialidade. Aproximou-se da mulher e, tocando em seu ombro, conduziu-a apressadamente até uma das poltronas.

Despertando de seus devaneios com o afastamento súbito da morena, Austin aproveitou para lançar um olhar sério em reprimenda para Tina. Esta, por sua vez, deu de ombros como se não importasse a contrariedade da amiga. E deveras não importava. Ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, a comandante entenderia a ajuda ao destino que ela estava dando.

- Eu vou te matar. - Fa falava aos sussurros com Thanawan.

- Não vai.

- Olha só como estou vestida!

- E daí?

- Fez de propósito, não é? Desde quando isso está premeditado? Como você conseguiu falar com ela?

- Três palavras para você: não te interessa.

- Mas é claro que interessa! Isso se trata de mim, esqueceu?

- Engfa, você está linda! Charlotte ficou feliz quando eu a convidei. Ela te ama. Caramba! Pode deixar de ser inflexível por alguns minutos? É seu aniversário, amiga. Só aproveite! Olha aquilo... - As moças interromperam os cochichos para observar a herdeira brincando com Oliver, que estava no colo da mãe.

O garotinho olhava para Austin, que sorria e o chamava com ambas as mãos, falando algo ininteligível em tom de voz infantil. O pequeno sorria de volta, mas escondia o rosto na curvatura do pescoço de Elizabeth. Repetiram a sequência por algumas vezes até que o bebê se jogou no colo da morena. Instintivamente, Waraha, assim como todos os presentes, sorriram. Era gracioso ver aquela mulher brincando com uma criança. Nem parecia ela mesma, ainda mais nos últimos dias em que seu humor estava mais ácido do que de costume.

A Filha Do PresidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora