Capítulo 11

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A fazenda estava na seguinte situação: O quarto principal da casa estava pronto, o quarto menor estava sem os móveis ainda. O quarto-escritório do térreo deu lugar a um lavabo e uma dispensa e a cozinha foi toda reformada. A sala estava usável, mas poderia receber melhoras e o banheiro do andar de cima também merecia uma repaginada.

Pelo lado de fora a casa estava com as janelas recuperadas, mas precisava pintar. A garagem estava limpa, organizada e pintada. O celeiro estava ok e continuava assim. O problema é que as ferramentas que Tom usava para fabricar os móveis estavam totalmente improvisadas do lado de fora.

Aquilo estava me incomodando e levei Tom até o celeiro para vermos um lugar onde ele pudesse trabalhar de forma digna. Não demorou muito até que ele tivesse uma ideia e começamos a organizar as coisas. Algumas das ferramentas eram alugadas e o prazo para devolução estava se aproximando.

Tom enfim começou a fabricar os móveis do quarto menor e eu estava com ele no celeiro. Ajudar é uma palavra muito forte, eu no máximo lhe entregava uma ferramenta, um parafuso e admirava sua beleza.

– Você já pensou em trabalhar fazendo móveis personalizados para as pessoas? – Perguntei.

– Eu já pensei em trabalhar com tudo. Muito tempo livre na prisão, lembra?

– Tá, eu digo agora que você é um homem livre e que não deve nada para o sistema judiciário.

– Já, mas a maior parte dos bicos que eu consegui desde que saí foram como mecânico. As pessoas preferem ex-presidiários fora das suas casas.

– Mas se você tiver a oportunidade, você toparia?

– Na hora. Por quê?

– A casa vai ficar pronta em pouco tempo.

– É, eu sei – Disse Tom e eu pude sentir uma tristeza em sua voz.

Abri meu notebook e fiquei usando enquanto Tom trabalhava. Os dias foram passando e os móveis do quarto ficaram prontos. Tom instalou tudo e parecia um sonho.

Eu já estava quase sem dinheiro e ainda tinha coisa na casa que eu queria mexer. Tom começou a examinar a instalação de gás da casa e aquilo estava me deixando apreensivo. Podia surgir algo para consertar ou trocar que me custaria milhares de dólares e eu já não tinha mais esse dinheiro todo.

– Brandon, eu não entendo. Eu já conferi tudo o que podia e não achei nada que pudesse estar impedindo o gás de rodar e ligar essa geringonça.

– Pode ser alguma coisa enterrada? Porque aquele cano não some e passa pelo chão? – Apontei para um cano na parede.

– Só quebrando pra saber – Justamente a frase que eu não queria ouvir.

– Podemos mexer nisso amanhã? Eu tenho que fazer muito cálculo antes de você pegar uma marreta.

– Claro – Tom se aproximou e me abraçou – Eu sei de uma coisa que não vai te custar um único centavo.

– Isso muito me interessa.

Nos beijamos e depois de transar no porão nós tínhamos oficialmente feito sexo em todos os cômodos da casa, incluindo os novos.

Depois de jantar Tom estava colocando a louça na lavadora e eu fui para o quarto. Arrumei tudo, deitei e fiquei mexendo no celular esperando Tom subir.

Ele subiu, escovou os dentes e se deitou ao meu lado.

– Quer assistir um filme? – Perguntou.

– Pode ser. O notebook tá no escritório.

– Eu pego – E então Tom deu um pulo da cama e foi.

Em 2 segundos ele já tinha voltado pro quarto, foi o tempo de eu tirar a caixinha que estava atrás do meu travesseiro e colocar no seu.

Recomeços (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora