Era uma terça-feira quando saímos de Franksville para pegarmos o avião em Kalispell em direção a Washington, capital. Quase sete horas de voo depois e eu com a mão gangrenada de tanto que Tom a apertou encontramos Billy e um outro advogado do escritório no aeroporto e fomos para o hotel.
Jantamos e Billy passou algumas informações e instruções. Subimos para nossos quartos e Tom parecia muito nervoso.
– Você quer abrir um buraco no chão do quarto? – Ele andava de um lado para o outro.
– O Billy tem certeza de que eles não podem me mandar preso de novo né? – Finalmente disse.
– Claro! Eu acho que isso não é legalmente possível. E é como o Billy disse, você não é o réu nesse caso.
– Voltar para a prisão não me assusta – Tom sentou e pegou minha mão – Ficar sem você me apavora.
– Eu não vou a lugar nenhum e nem você.
Nos abraçamos e comecei a beija-lo. Obviamente que nós transamos na cama chique do quarto chique do hotel chique que Billy nos hospedou.
No dia seguinte acordamos cedo, nos vestimos e fomos para o prédio da Suprema Corte. Tinha um monte de jornalistas nos esperando e não é nada agradável um monte de gente colocando microfones na sua cara. A minha sorte é que Billy era enorme, Tom era enorme e eu fiquei protegido atrás deles.
Entramos e fomos conduzidos até uma sala. A tensão naquela sala podia ser cortada com uma faca. Billy estava sentado numa cadeira, ele folheava papeis numa pasta, mas eu sabia que ele não estava lendo nada. O outro advogado, Jefferson, não sei se primeiro nome ou sobrenome, também não falava muito e Tom sendo Tom e mantendo o silêncio.
Estava quase na hora da audiência, Tom e Jefferson ficariam sentados em um lugar no tribunal e eu ficaria em outro. Um oficial de justiça veio avisar que eles poderiam tomar seus lugares e quando saíram da sala eu vi que a testa de Billy estava molhada.
– O que eu tinha cabeça? – Disse e começou a andar de um lado para o outro
– O que foi?
– Isso não é o tribunal do condado, é a Suprema Corte – Billy não parecia estar mais falando comigo e sim consigo mesmo.
– Billy. Billy! – Ele estava com uma mão na testa e outra na cintura e andava para um lado e pro outro.
– Eu posso... Não, não, eu... Eu... – E começou a respirar descompassado.
– Billy! – Parei na sua frente e dei um tapa na sua cara.
Seus olhos muito azuis estavam arregalados.
– Recomponha-se! – E ele abaixou os braços e endireitou a postura – Agora me escuta – Comecei a ajeitar sua gravata – Você vai entrar naquele tribunal e vai fazer o discurso da sua vida. Os juízes não precisam de mais nada a não ser o seu discurso – Puxei seu terno e ajeitei seu cabelo.
– Obrigado – Disse.
– Lembra do que você falou pra mim quando decidiu prestar a prova da faculdade de Direito?
– Hã?
– Lembra do motivo de querer ser advogado?
– Porque eu acho o sistema judiciário injusto.
– Exatamente. Então vai lá e corrige o sistema para que haja uma injustiça a menos a partir de hoje.
– Obrigado irmão – Billy me deu um beijo na testa.
– Cabeça erguida e postura – Disse levantando seu queixo.
– Falou igual a mamãe – Ele sorriu.
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Recomeços (Romance gay)
RomanceDepois de declarar falência Brandon descobre que herdou uma fazenda caindo aos pedaços no meio do nada. Enquanto decide o que fazer com aquele lugar conhece Tomas, um homem desesperado por um recomeço tanto quanto ele.