Capítulo 13

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Depois que voltamos, fechamos mais dois serviços e passei a ajudar Tom na confecção dos móveis. Ele ainda fazia o serviço pesado, mas eu fazia o pudesse para ajudar. Nesse meio tempo eu descobri um software que era incrível para quem trabalha com marcenaria e carpintaria. Tom e eu estávamos aprendendo a usar o software juntos.

Os serviços foram ficando prontos e mais clientes apareciam. Peguei um pouco do dinheiro que eu havia guardado e comprei alguns equipamentos para facilitar o trabalho de Tom e ele fez questão de me pagar como se fosse um empréstimo.

O outono já estava trazendo o frio e eu precisei abrir uma lista de espera para os clientes de Tom, mas a maior mudança foi na cidade. Ainda tinha quem olhava com desconfiança para Tom, mas aquele preconceito todo por ele ser um ex-presidiário tinha diminuído significativamente.

Acordei cedo e fiz um esforço para sair da cama. Estava muito frio para meus padrões e Tom era tão quente que era difícil me afastar dele. Fiz café e peguei meu celular quando levei um susto.

Da noite para o dia o número de seguidores do perfil de Tom tinha passado de pouco mais de dois mil para quase trezentos mil. Tinha milhares de mensagens privadas e meu celular quase travou com tudo aquilo.

Mandei uma mensagem para Billy e ele respondeu com um "Começou, aguenta firme que vai ser dureza". Tom desceu e me abraçou por trás como fazia todos os dias.

– Bom dia meu amor.

– Bom dia. Toma seu café sossegado, fiz torrada francesa.

– Aconteceu alguma coisa?

– Toma seu café primeiro.

Tom comeu, subimos e enquanto nos arrumávamos eu tive que contar o que estava acontecendo. Descobrimos que fizeram uma reportagem sobre o processo movido por Billy contra o estado de Montana. A coisa tomou proporção muito rápido e o número de seguidores de Tom no Instagram aumentava mais e mais a cada hora.

Menos de dois dias depois da reportagem Tom já havia passado de meio milhão de seguidores e era impossível ler as mensagens enviadas. Perguntei para Billy o que eu deveria fazer e ele disse para ignorar tudo e todos e não dar nenhuma declaração.

– O Billy avisou que seria assim – Disse Tom.

– Eu sei, mas como a gente vai trabalhar desse jeito? A maioria dos nossos clientes entra em contato pelo Instagram primeiro.

– Eu não tinha pensado por esse lado.

– Eu vou ter... – Não consegui concluir meu raciocínio porque começaram a buzinar.

– Encomendou alguma coisa? – Perguntou Tom.

– Não. Fica aqui e não sai.

Sai para olhar e tinha um carro na porteira da fazenda. Fui caminhando até ele e uma moça muito bem vestida saiu de dentro do carro.

– Oi, Tomas Reid está? – Perguntou a moça e o motorista saiu com uma câmera já me filmando.

– Quem?

– Tomas Reid.

– Não, quem é você?

– Rachel Louis, Canal 6.

– Nada a declarar – Virei e comecei a andar.

– Espera – Ouvi seus passos no cascalho e virei de volta.

– Escuta, aqui é uma propriedade privada, se você ou qualquer um passar desse portão eu tenho o direito constitucional de defender minhas terras de qualquer invasor. Estamos entendidos?

Recomeços (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora