09 - FIX YOU

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Quando se perde algo que não pode substituirQuando você ama alguém,Mas isso se desperdiçaPoderia ser pior?Luzes vão te guiar para casaE incendiar seus ossos E eu vou tentar concertar você COLDPLAY--FIX YOU

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Quando se perde algo que não pode substituir
Quando você ama alguém,
Mas isso se desperdiça
Poderia ser pior?
Luzes vão te guiar para casa
E incendiar seus ossos
E eu vou tentar concertar você
COLDPLAY-
-FIX YOU

MADISON PIPER

Estou em um lugar escuro e frio, sem a menor ideia de como cheguei ali. Um calafrio percorre minha espinha quando uma criatura grotesca surge diante de mim, seus olhos vermelhos brilhantes e dentes afiados como facas me encarando com uma malícia insuportável. Meu coração acelera e meu corpo treme de medo. Tento correr, mas minhas pernas estão paralisadas, como se uma força invisível me segurasse no lugar. A criatura se aproxima lentamente, me estudando, e a dor se alastra pelo meu corpo, como se estivesse sendo dilacerada por dentro.

Meu peito aperta, meu estômago se revira, e a sensação de impotência é esmagadora. Tento gritar, mas minha garganta está seca e nada sai. A criatura se diverte com meu sofrimento. Em um segundo, tudo fica ainda mais escuro e silencioso. Puxo ar, mas o ar não chega aos meus pulmões, como se o mundo estivesse se apagando ao meu redor.

Olho para o lado esquerdo, mas não consigo enxergar nada. A cada segundo, minha visão se torna mais embaçada e meu coração bate cada vez mais rápido. O desespero me consome; a crença de que flashes da nossa vida passam diante de nós antes da morte se concretiza. Memórias felizes surgem: risos, abraços, lugares seguros. Mas a criatura permanece ali, me observando, e percebo que, mesmo que consiga escapar dessa vez, o medo sempre estará presente, pronto para me atormentar novamente.

Uma dor aguda invade meu corpo, como se estivessem me esfaqueando. Tento me debater, mas sou incapaz de me mover. O gosto metálico do sangue invade minha boca, e o terror de morrer toma conta de mim. A sensação de impotência é devastadora, uma onda avassaladora que me afoga em desespero.

Com o tempo, a dor começa a diminuir, e percebo que tudo não passou de um pesadelo. Mas a sombra do medo persiste, uma lembrança constante da vulnerabilidade que sinto. Minhas mãos trêmulas limpam o suor da testa, e instintivamente olho para a cicatriz que carrego desde os dezoito anos. O lembrete físico do que já passei me faz sentir exposta, vulnerável e assombrada pelo passado.

Chuto as cobertas e me levanto da cama, decidida a afastar a sensação de desamparo. Caminho em silêncio até o andar de baixo. Ao chegar à sala, vejo a luz da televisão ligada e percebo que alguém dorme ali. Viro-me para voltar ao meu quarto, mas uma voz familiar chama meu nome:

— Querida?

Praguejo baixinho e me viro em direção à minha mãe.

— Por que você está acordada até essa hora? — pergunto, tentando esconder a inquietação.

— Tive um pesadelo horrível — admito, e ao me lembrar do terror, meu corpo volta a ficar em alerta. — Pensei em fazer um leite quente e assistir a um daqueles programas de reforma de casas que costumávamos assistir quando eu era criança.

Fragmentos De Nós | Em processoOnde histórias criam vida. Descubra agora