Meados de setembro tudo em Hogwarts já era perfeito para Lily; ela tinha suas próprias amigas, mas tinha feito as pazes com Snape, oque fez com que voltassem a passar a maior parte do tempo juntos nas aulas, nos intervalos e também nos corredores, desviando de carros de corrida humanos conhecidos como James Potter e Sirius Black. Os dois também se destacaram nas aulas de poções, sendo os melhores da turma toda, oque deixou Slughorn um tanto surpreso; os dois foram convidados a ir para a sala do professor muitas vezes depois das aulas, mas não como castigo e sim como uma espécie de sessão de estudos. Em pouco tempo, toda a raiva que Lily sentia por Slughorn e suas injustiças se esvaiu e foi substituída por um sentimento de afeto e carinho. Agora, quase no fim do mês, Slughorn é o professor preferido de Lily e Lily é a aluna preferida de Slughorn.
Era manhã de uma quarta feira; as aulas do dia eram vôo, poções- a nova aula preferida de Lily- feitiços e transfiguração, na qual ninguém entendia como, mas James e Sirius eram os melhores da turma. Quando a ruiva entrou no grande salão para o café da manhã, todos os olhares se voltaram para ela, desde os alunos mais velhos, até os de seu ano; a menina não entendeu o motivo dos cochichos e risadas, nem mesmo os olhares atravessados ou a cara de deboche de algumas meninas da Sonserina; Lily decidiu apenas ignorar e se sentar para o café da manhã ao lado de Mary.
- Lily! Por que não nos contou?- Perguntou Marlene quase se jogando por cima da mesa
- Contei o que?- disse Lily confusa enquanto Mary apenas balançava a cabeça em uma expressão negativa
- Que você tinha uma queda no professor Slughorn! Lily isso é muito sério! Você tem noção de que eu tirei nota baixa em poções?! Você podia ter me salvado! Além do mais, coitado do James, olha só como ele está triste!- Marlene puxou James e cochichou no ouvido do garoto, que começou a fazer uma cara de choro um tanto quanto falsa.
- Eu o quê?! Do que está falando Marlene? Não estou gostando nada disso.- Lily disse indignada
- Não fui eu quem comecei. Foi Rita Skeeter quem disse isso. Mas tenho que admitir que ela tem um bom ponto, você e aquele seu amiguinho vivem na sala dele até beeeem mais tarde!- provocou Marlene fazendo cara de apaixonada
- Isso é nojento Lene! Professor Slughorn tem crises de meia idade e Lily dorme com ursinhos de pelúcia!- interviu Mary- Rita Skeeter é mentirosa e tem inveja porque é a pior da turma.
- Lily dorme com bichinho de pelúcia?- disse Sirius segurando a risada, a ruiva se encolhendo a cada fala dos amigos, aquela com certeza foi a manhã mais desconfortável de sua vida.
- Qual o problema em dormir com ursinhos de pelúcia? Você dorme agarrado em uma mantinha de veludo e ninguém fala nada.- Remus disse após beber seu suco de abóbora, ficando com um bigodinho laranja acima de sua boca
Apesar de Mary e Remus a defendendo, Lily só sentia vontade de enfiar a cabeça no chão e não sair nunca mais. Ela só queria chorar, desviar de todos aqueles olhares, todas aquelas risadas. Ela não gostava de um professor, Slughorn era como um pai para ela, um pai orgulhoso de quem ela era, um pai orgulhoso de sua magia e de todo seu esforço para com isso. Lily ao menos sabia oque era gostar de alguém dessa forma, ela estava confusa nesse momento, mas ela tinha certeza absoluta de que odiava Rita Skeeter. A menina estava se sentindo mal, uma tontura invadiu seu corpo, todas aquelas vozes ecoando em sua cabeça, sua visão começou a ficar distorcida e lágrimas escorreram de sua bochecha.
- James, a Lily tá chorando.- Peter cutucou seu amigo em meio todas as discussões sobre dormir com bichinhos ou mantinhas
- Lily? Tá tudo bem? Se quiser eu posso dar um cascudo naquela irrita Skeeter! Entendeu? Irrita!- James disse ajeitando o óculos e dando uma risadinha fraca, oque só deixou Lily mais triste e irritada; ela sabia que Potter só estava tentando animá-la, por isso nao disse nada, apenas se levantou e foi embora de cabeça baixa
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- Lily? Você tá aqui?- disse uma voz calma e baixa, quase como um sussurro, era Remus.- Murta me disse que nem ela aguentou seus lamentos- ele deu uma risadinha fraca
- Vá embora Remus. Antes que achem que nós estamos sozinhos no banheiro interditado.- Lily fungou e abraçou os joelhos, enterrando seu rosto entre eles
- Não estamos sozinhos Lily- Remus riu.- Mary, Marlene e Rosa estão aqui; Sirius, James e Peter também. Era pro Sev...- uma pausa, seguida de um suspiro- Snape, ter vindo, mas ele não aceitou vir pra lugar algum comigo, por achar que era algum tipo de armadilha violenta.- o tom em sua voz era melancólico
- Eu também teria medo se alguém arrebentasse meu narizinho lindo... Bom, a diferença é que o dele é bem feio... Mas eu teria mais medo ainda se essa pessoa aparecesse com uma cicatriz no dia seguin- uma pequena interrupção na fala de Sirius- AI QUE DOR!- Sirius gritou, oque fez Lily secar as lágrimas rapidamente e abrir a porta da cabine do banheiro.
Como Remus disse, todos estavam lá, reunidos em grupo, muito juntos, juntos de uma forma um tanto suspeita;
- O que vieram fazer aqui...?
- Viemos ver como você está, claro!- Marlene enrolou a ponta de seu cabelo. Ela estava mentindo. Seus amigos olharam entre si e balançaram a cabeça positivamente, abrindo espaço para uma Rita Skeeter muito irritada e com os lábios colados; Lily abriu a boca em choque- coisa que Rita não conseguiria fazer no momento- e teve que se segurar para não deixar escapar uma risada.
- Como vocês...?! Por quê?! Vocês vão se encrencar muito! Ainda por cima por minha causa! Desfaçam isso por favor, eu imploro! Não precisam fazer isso, eu sei me defender sozinha!
- Ah Lily, ela merece! A única encrencada é ela. Eu contei tudo para a Mcgonagall, que levou o assunto ao Slughorn, que tirou 20 pontos da Sonserina e deu uma bela de uma detenção pra ela.- disse Mary com as mãos na cintura
- Mas isso é errado. E nós nem aprendemos esse tipo de feitiço ainda!
- Não é um feitiço Lily! Remus mostrou pra gente uma cola trouxa super poderosa!- disse Peter animado, enquanto James acenava com a cabeça sorrindo e bagunçando seu cabelo
- Meu Deus.
- Você nos ama, não ama?- perguntou Marlene; quem a visse agora, pensaria que ela era um anjo na terra, piscando seus olhos com cílios enormes.
- Eu diria que vocês são anjos caídos.
- Obrigada!- James sorriu e foi abraçar a menina, enquanto os outros apenas se entreolharam, até mesmo Rita, com uma cara estranha; Lily recuou o abraço de maneira séria.
- Isso não é bem um elogio, Potter.
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Na semana seguinte, tudo já havia voltado ao normal, para a sorte, ou então azar, os boatos em Hogwarts se espalhavam muito rápido, e o boato da vez era que Rita tinha sido vítima de uma pegadinha feita por um grupo misterioso de garotos do primeiro ano; nas primeiras versões, eles não tinham um nome definido, quando a fofoca chegou na Lufa Lufa, eles foram intitulados de "os forasteiros", e por fim, as versões definitivas já estavam circulando por toda a escola: Rita Skeeter, primeiranista da Sonserina- dada como inocente para os alunos no fim das contas- foi vítima de uma pegadinha de um grupo de garotos chamado de "os Marotos". Aparentemente, as meninas haviam tirado o corpo fora, e Rita decidiu ser sensacionalista, porém ética, e não revelou o nome de Remus, Peter, Sirius e James.
Durante o café daquela manhã de segunda feira, tudo oque se ouvia era sobre os marotos; e claro, James e Sirius estavam radiantes por isso, Peter não se importava muito, mas estava feliz porque James estava feliz, já Remus não gostava nem um pouco de sua fama, mesmo que ela fosse anônima. Lily por sua vez, estava se sentindo tranquila, já que tudo tinha voltado a seus conformes novamente, mas a menina ainda tinha um pé atrás quanto a Rita Skeeter e outros Sonserinos, para ela, o único que se salvava era seu melhor amigo, Sev, que não havia comentado absolutamente nada sobre os ocorridos no fim de setembro, até então.
- Quem são os Marotos?- Perguntou Snape aleatoriamente, em uma de suas conversas com Lily nos jardins da escola.
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Mexeu com uma, mexeu com todas! (Juro solenemente não fazer nada de bom)
FanficNaquela madrugada, Lily desceu as escadas rápidamente, assustada, a garota havia sido acordada por barulhos de coruja na janela. Seguida de seus pais e de sua irmã mais velha, a pequena ruiva de apenas onze anos arregaçou as mangas do pijama e abriu...