I lose you

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     Acordei com ligações da Tree, de novo.

- É melhor você me dar um bom motivo por estar me ligando essa hora e ter me acordado. - digo grogue -.

- Pois bem, você foi indicada ao Grammy. - ela disse rápido - PARABÉNS!

- Como é? Pelo o quê? - digo sentando ao lado da gata - Com licença, Olivia.

- Álbum do ano. - deu uma pausa - 1989 te rendeu muitos prêmios.

- Pelo menos isso. - digo cabisbaixa -.

- Não fique pensando nisso, Taylor. Eu já te disse o quão fora da linha ele era com você.

- Eu sei, eu sei.

- Então dá bom dia ao sol e levanta, temos muitos assuntos para resolver, e hm, bom. - ela parou de falar - Hoje é o enterro do Michael.

Michael

- Claro, eu deveria ir, dar força à família.

    Após a ligação com Tree desci para a cozinha pra comer algo rápido, mas que sustentasse. Nem parece que a Taylor de agora foi a Taylor que odiava comer só em pensar que poderia engordar, hoje se alguém me diz que estou gorda, acima do peso ou qualquer outra nomeação, eu fico feliz, porque eu prefiro estar saudável do que doente.

      Vesti um conjunto de moletom preto e tênis depois do banho, voei para Houston e logo eu estava na frente do cemitério, isso parecia um pesadelo.

       Andei lentamente pelas estreitas ruas, eu achava incrível como um cemitério podia ser um lugar tão calmo, mesmo com tanto choro todos os dias. Fui até a recepção e pedi para que todo o custo fosse em meu cartão, depois de todos esses anos de lealdade do Michael me senti na obrigação de proporcionar um conforto ao seu descanso.

      Cheguei perto de onde ele estava sendo velado e logo vi sua mulher, Camilla, e seus dois filhos gêmeos.

- Tia Taylor! - o menino disse quando me viu -.

- Oi pequeno, como você está? - eu já tentava controlar o choro - Você cresceu tanto!

    Ele vai crescer sem o pai por minha culpa.

- Eu sinto falta do papai, tia Taylor. - ele disse olhando para o chão - Mamãe não parou de chorar ontem.

- Eu sinto muito por isso meu amor, sinto muito mesmo. - segurei ele em um abraço por um tempo - Quer saber de algo que seu pai sempre me disse?

    O menino ficou esperando com os olhos brilhando e o nariz dando sinal de vermelhidão.

- Ele dizia que ter uma família era a melhor coisa que havia acontecido com ele, que vocês vieram na hora certa, quando ele mais precisou. - sequei a lágrima do menino - Você sempre vai ser o garoto do papai, não importa onde ele esteja, você sabe disso, não é?

- Vou? - disse com a voz falha -.

- Vai, sabe porque? O amor dele sempre vai estar aqui. - toquei em cima de seu coração - o seu pai sempre vai viver aqui, ok?

    Peguei em sua mão e fui ao resto da família, todos estavam abalados. Camilla esperava uma menina e não teve tempo de contar ao marido que tão cedo se foi.

- Estou de 12 semanas. - ela disse dando um pequeno sorriso - ele sempre quis uma menina.

    Acaricio sua barriga de leve, com a mão tremendo.

- Ele me dizia que isso era o sonho dele. - concordou - Camilla, quero que saiba que eu sempre vou estar disponível para você, para tudo que estiver precisando. A casa que dei ao Michael é sua, eu me responsabilizo pela a escola das crianças e toda despesa. Viva o luto, isso é importante. Eu quero acompanhar sua gravidez o máximo.

- Você é um anjo, Tay. - ela deitou a cabeça no meu ombro enquanto olhávamos para Michael que parecia dormir -.

   Apertei sua mão e fiquei ali até que tudo terminasse. Minutos antes de Michael ser enterrado e após toda sua família se despedir eu me aproximei do caixão de madeira escura.

- Michael, ah Michael. - seguro a borda do caixão com força - se eu soubesse que você é quem teria de ir com o carro para casa, o real risco que existia, eu nunca teria deixado você ir. Você foi a pessoa que sempre ficou ao meu lado nas loucuras, no momento em que... você sabe. - minha garganta fechou - tudo começou a ficar contra mim. Michel, você pode ir, você pode descansar em paz. Eu estou aqui para Camilla, para os meninos e para sua menininha, vou me certificar que ela vai crescer saudável e feliz. Descanse em paz, meu amigo.

    Dou uma última olhada para seu rosto, não queria me esquecer de sua aparência. Dei as costas para o amigo que tão fiel foi, desejando para que ele não tenha sentido dor na sua hora final.

    Camilla jogou a última pá de terra em cima de seu marido e ali, acabou para Michael, ele já não estava mais no mesmo plano que nós.

*

   No dia seguinte eu já me encontrava em casa, me dei folga de tudo. O hate só crescia nas redes sociais, apresentadores me linchando, figuras públicas fazendo uma segunda #taylorswiftpartyisover ir as alturas.

    Eu queria saber em qual momento minha vida começou a virar de cabeça para baixo desse jeito. Em qual momento eu virei a cobra que tanto falam, em qual fala eu fiz todos começarem a me odiar simultaneamente. Uma coisa é uns pingados te odiarem, o que sempre vai existir, mas todos me odiando é algo surreal. É como se eu estivesse fazendo tudo errado à tempos, algo imperdoável.

Eu só lembro de ter sido eu mesma durante todo esse tempo.

    Todos que trabalham comigo falam que foi o fim da minha carreira e logo após me deixaram. As minhas então amizades, agora não existem mais, desapareceram, não existe mais convites para festivais ou eventos importantes, não para a pessoa que a Taylor Swift é.

    Olhando pela janela, o movimento da Cornelia no horário de pico que eu me decidi.

    Se eu não dominar o mundo, ele vai me dominar. E assim eu vou fazer todos pagarem, porque agora tudo o que eu penso é sobre o karma.

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Capítulo revisado!

Boa leitura!

Sem datas de postagem, decidindo eu avisarei.

The Great War - Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora