My tears ricochet

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    Eu já estava a uns meses apenas em casa, não fui mais ao estúdio ou à gravadora, não compus nenhuma música, eu apenas estava existindo, a única coisa que eu fazia era respirar.

   Jeff frequentemente vinha me ver, ver se eu já não havia feito merda. Eu dificilmente saia da cama, geralmente saia apenas uma vez ao dia, nessa única vez eu comia, ia ao banheiro e voltava para cama.

- Você precisa sair um pouco do quarto, Taylor. - Jeff maiz uma vez vinha me ver - Precisa tomar sol um sol de vez em quando. Vou ao mercado, quer algo?

- Whiskey, do mais vagabundo que tiver.

   O ouço suspirar e a porta fechar. Tempo mais tarde ele realmente me trouxe o whiskey, marca da qual nunca ouvi falar. Naquele momento eu só queria esquecer quem eu era, não queria tentar entender o que eu havia feito pra merecer tanta merda, só queria apagar.

    Meses atrás eu fui apunhalada pelas costas por alguém que eu pensei já ter resolvido as pontas soltas, mas apenas eu havia resolvido.

    Subiram hastags, estão me vaiando pelos quatro cantos da internet, programas falando mal de mim, dizendo coisas inapropriadas.

    E então minha equipe se desfez, um por um foram indo embora.

Tree ficou, talvez por dó.

    Lembro de minha mãe ter ligado, se prontificando para vir ficar comigo, mas eu dissera que resolveria sozinha. E vou, vou fazer todos esquecerem de quem foi Taylor Swift.

  Eu havia dado desculpas a amigos, dizendo estar ocupada, desmarquei compromissos mentido estar doente.

   Em uma dessas noites movimentadas, coloquei a cabeça para fora da janela do quarto de hóspedes. Da minha janela eu podia ver telões com o rosto dele, do álbum novo, premiação. Comecei a pensar porque tudo é tão injusto, eu estar nessa situação de merda e ele estar nas alturas, após me dar essa rasteira, depois de armar para mim.

   Saio da janela passando pelo guarda roupa e de relance me vejo no reflexo do espelho, parando devagar e me virando para minha imagem, que não ironicamente estava destruída. Olhei para mim, não apenas para fora. Quem eu era? Quem eu era de verdade?

    Com raiva dos últimos acontecimentos, de tudo que estava me cercando, fecho o punho e o afundo no espelho, fazendo vidro voar para todo lado, minha mão ficando um pouco cortada. Deixo o quarto e parto para o quarto novamente.

   E assim as últimas semanas se passaram, vegetando, comendo de vez em quando, bebendo água quando Jeff trazia e me fazia beber, tomando banho quando nem eu mais aguentava o meu cheiro.

   Em certo momento eu disse a Jeff que não queria nenhum funcionário aqui, que eu queria ficar sozinha, que eles fossem designados para outras das minhas casas.

   Olivia e Meredith me olhavam estranhas, deveriam pensar porque eu estou ficando tanto em casa.

  Benjamin... ah, Benjamin. Eu sinto tanto por você ter ficado com aquele traste.

   Voltando ao presente, me sento na cama e abro a garrafa, bebendo direto dela. Vou para o quarto de descanso e fico por lá, bebendo enquanto observo o céu pela janela, do grande puf azul. Saio para a sacada, deixando a garrafa para trás. Olho para as pessoas que andavam, casais rindo, crianças correndo com os seus pais, animais e seus donos, carros e trânsito. Tudo parecia perfeitamente bem do meu apartamento para fora.

   O céu estava estrelado hoje, por mais poluição que tivesse no ar. Me escorei na sacada e olhei diretamente para aquele lugar que tanto me dava paz. Pedindo desesperamente para que tudo isso parasse, voltasse ao normal.

The Great War - Taylor SwiftOnde histórias criam vida. Descubra agora