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- Parece que chegamos – Mutano suspirou, olhando os prédios de Seattle aparecendo no horizonte. – Quanto menos você deseja ir para algum lugar, mais rápido você chega nele. Irônico, não?

- É diferente do que eu imaginei. – Ravena olhou pela janela, prestando atenção nas ruas.

- Mesmo? E o que você tinha imaginado?

- Eu não sei, mas é bonito. A Patrulha do Destino mora em um desses prédios?

Mutano soltou uma risadinha e apertou o volante com mais força, agradecendo mentalmente por Ravena não ter reclamado de ir para Jump City no meio da noite apenas para que pegassem o carro. Sua intenção era fazer hora, mas a viagem pelas sombras era tão rápida quanto assustadora, e eles não tiveram oportunidade de entrar na Torre e descansar um pouco. Ravena percebeu que ele estava tentado passá-la para trás e o obrigou a pegar o carro rapidamente, sem nem ao menos escutar o que ele tinha para falar. Se tivessem demorado mais um pouco na garagem da Torre, teriam visto Cyborg andando desesperado de um lado para o outro, sem saber o que fazer enquanto pensava no contrato.

- Eles não moram dentro da cidade.

- Por que não?

- O Mento acha que eles não devem se misturar, que o contato com as pessoas normais pode enfraquecer a equipe. Eu acho que isso é só uma desculpa. Ele se acha superior que qualquer um e prefere morar afastado em uma casa gigante.

- Ah – ela engoliu em seco. – Falta muito para chegar?

- Um pouco. Demoraremos mais se eu passar pelo centro da cidade.

- Entendi.

- Se eu não estou enganado, está tendo uma festa de rua na cidade para a comemoração do Ano Novo, então vamos pegar um transito enorme.

- É impressão minha ou você está mesmo disposto a fazer hora?

- É claro que estou. – ele confessou. – Não sei como que ainda não dei meia volta e voltei para Jump City com você.

- Mas eles gostam de você. Pelo que me lembro, quando encontramos com eles pela primeira vez, a antipatia foi toda direcionada a mim, Cyb, Kori e Dick. Você se lembra? Foi quando descobrimos que o seu nome é Garfield. A Rita só te chamava assim e nenhum deles pareceu gostar do resto da equipe.

- É o jeito deles. Nunca aceitaram eu ter abandonado a Patrulha de vez para me juntar aos Titãs.

- Mas foram eles que te expulsaram.

- No fundo o Mento esperava que eu implorasse para ficar. Eles não imaginaram que eu iria embora de verdade e nem que os Titãs dessem certo. Eu não tô nervoso por mim, Rae. Estou nervoso por causa do jeito que eles vão te tratar. São a minha família e são ótimas pessoas, mas não gostam nem um pouco dos Titãs. Quero dizer, o Mento não gosta, mas os outros não costumam contestar o que ele fala.

- Já estou acostumada com as pessoas não gostando de mim – Ravena deu de ombros, colocando a mão em cima da dele. – E o seu nervosismo está me deixando nervosa. Posso sentir as suas emoções, lembra?

- Desculpa – Mutano balançou a cabeça. – Promete que não vai deixar eles te abalarem? É só o que eles querem e vão sustentar a ideia de que você não é "digna" de mim.

- Eu não ligo para isso e não vou fugir por causa do que eles falarem. A maioria das pessoas não gostam de mim, eles vão ser só mais alguns na lista.

- Não fala assim. Muitas pessoas gostam de você e eu estou entre elas. – ele segurou a mão dela e deu um beijo. – Vai dar tudo certo e quando eles te conhecerem como eu conheço vão gostar de você também.

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