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Rita Farr gostava de tudo em seu devido lugar. Entre os membros da Patrulha do Destino, ela era conhecida por sua organização impecável e maestria em gerenciar a casa que abrigava, além dela, três homens, que sempre faziam questão de mostrar sua masculinidade, deixando cuecas, camisas e outros utensílios masculinos espalhados pelos cômodos, como se isso provasse alguma coisa.

Ela podia ser uma boa dona de casa, mas, tanto ela quanto seus companheiros de equipe, sabiam que ela era incrível no campo de batalha. Quando Rita se transformava na Mulher-Elástica, não existia vilão capaz de fazê-la desistir de seus objetivos. É claro que imprevistos eram recorrentes nas batalhas da Patrulha do Destino e, vez ou outra, eles perdiam para os vilões, mas isso nunca tinha sido o bastante para fazer com que eles desistissem de transformar o mundo em lugar melhor.

Mento, Homem-Robô e Homem Negativo eram a família que Rita tinha, e ela não nunca media esforços para protegê-los, porém, em toda casa existe alguém que pode ser denominado como o "queridinho", "filhinho da mamãe", "bebê", e, naquela casa, esse alguém era ninguém mais, ninguém menos que Garfield Logan, mais conhecido como Mutano, integrante dos Titãs originais, metamorfo, verde, com várias qualidades que se destacavam (o dom de contar piadas não se incluía nessa categoria), e, claro, queridinho de Rita Farr.

- Mãe, eu estou bem, sério – Mutano revirou os olhos, enquanto Cyborg enfaixava sua cabeça, tampando o enorme corte que tomava conta de sua testa. – Foi só um descuido.

- Descuido?! – Rita quase gritou, aproximando o rosto da tela do celular, fazendo com que o metamorfo se afastasse de seu aparelho quase imediatamente, com a impressão de que ela sairia pelo vidro. – Você podia ter morrido, Garfield!

- Mas eu não morri e estou bem, de verdade.

- Victor, você deu algum remédio para dor? Ele precisa colocar um gelo nessa testa, já pensou se isso causar uma enxaqueca? Você sempre teve problemas com dor de cabeça, Garfield!

- Eu já cuidei de tudo, Mulher-Elástica – Cyborg sorriu. – Quer dizer, Rita. Ele vai ficar bem em alguns dias.

- Vocês tem certeza de que não precisam de ajuda? Eu posso passar alguns dias aí e...

- Não! – Asa Noturna gritou, fazendo Rita encolher os ombros. – Nós damos conta, além do mais, o Plasmus foi preso, então não existe mais risco de ter carros voando pelo centro da cidade.

- Mas e o que os jornais estão falando? – ela franziu o cenho. – Não acredito que aqueles abutres que se autodenominam jornalistas tiveram coragem de inventar que você se meteu em uma briga de bar, Gar!

- Pois é... – Mutano corou, desviando os olhos do celular. – Eles não gostam muito de mim desde...

- É melhor você não nos lembrar disso – Asa Noturna falou entredentes, apertando o ombro esquerdo do amigo com mais força que o necessário. – Todos nós lembramos muito bem de quando você surtou e se achou no direito de quebrar a redação do JC Daily.

- Eu não surtei. Eles inventaram coisas horríveis sobre mim, o que eu podia fazer?!

- Aceitar calado como todos nós fazemos? – Cyborg perguntou, jogando algumas gazes no lixo. – Estamos mais do que acostumados com as fofocas que esses caras inventam, mas isso não é motivo para ir lá e destruir o local de trabalho deles.

- Talvez eu tenha surtado. – Mutano admitiu.

- Sim, por causa da bebida – Asa Noturna lembrou. – Você estava muito mais do que bêbado, Garfield. Acho que não existe palavra que possa definir o seu estado naquele dia.

Mutano fez uma careta e passou os dedos pelo curativo que Cyborg havia feito, gemendo baixinho ao sentir a cabeça dolorida. Olhou para o celular outra vez, vendo o olhar preocupado no rosto de Rita, e esforçou-se para sorrir.

December GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora