𝐵𝑎𝑑 𝒟𝑟𝑒𝑎𝑚𝑠
Puxei o máximo de ar que consegui, assim que despertei do pesadelo que me assombrava mais uma vez, achei que era só no castelo, mas parece que carrego essa dor comigo, estava jogado no chão gelado esse tempo todo e nem tinha percebido, e estava tudo tão escuro, não lembro de ter dormido tempo p suficiente pra acordar de madrugada, muito menos no chão, mal consigo ver um palmo de mão na minha frente, que diabos esta acontecendo?
Coloquei a palma da mão no chão e já notei a diferença, estava gelado igual uma pedra de gelo, era tão lisa que facilmente seria confundida com um mármore bem polido, claramente eu já não estava mais no meu quarto, outra vez, é inevitável ficar incrédulo quando todos os dias algo diferente acontece comigo.
Levantei o mais rápido possível, tão desajeitado, mas quem ia me ver naquela imensidão de escuro.
Quando me coloquei em pé, pude sentir o gelo domina-los, estava frio o suficiente pra ser desconfortável.
— TISSANDRA!?
Foi a primeira pessoa que me veio à mente, eu estava na casa dela, então ela sabe onde eu to.
— OLA? gritei mais uma vez o mais alto que pude, a única coisa que eu ouvia era minha própria voz, batendo no nada e voltando pra mim como eco, ótimo, era isso que faltava pra desgraçar tudo.
Eu já estava em meia imensidão, o que eu deveria fazer? ficar parado esperando o resgate? comecei a vagar, e eu ainda andava por um bom tempo ate perceber que eu estava andando pra lugar nenhum, nada mudava, eu não enxergava nada, talvez não tivesse nada ali pra ser enxergado.
Posso estar em uma prisão mental, mas é impossível, eu nem sei fazer isso, só sei o que é por que ouvi Pearl falar sobre isso, e precisa de muita concentração e vontade pra entrar em uma.
— Ótimo, se for realmente isso, que diabos eu tenho que fazer pra sair daqui? socar o chão ate ele rachar?
Eu lembro de ter conversado com Tissandra antes de me deitar, mas é, foi so isso que eu fiz, não teve nada de diferente dos outros dias, estamos tentando recuperar meu livro de volta.
Eu tenho que tomar mais cuidado ao deitar me para dormir, esta virando a pior coisa pra se fazer ultimamente.
Agora estou vagando seja la pra onde, descalço e sem rumo, tudo pode dar errado quando se trata de mim, nem fico mais surpreso.
Eu podia correr, gritar, deitar e rolar, e nada acontecia naquela imensidão, onde eu to?
Eu estava quase ficando louco quando senti a agua gelada bater no tornozelo, estava vindo de trás de mim e subia o nível rápido o suficiente pra me afogar em poucos minutos, o que era engraçado levando em consideração a imensidão que era aquele ligar, quando eu me virei pra ver de onde estava vindo, foi como uma chave que fez a agua bater direto mo meus pescoço, eu perdi o chão e nem tinha percebido, estava começando a lutar por ar, meu rosto quase colado ao teto que eu nem sabia que tinha estava me deixando sem saída.
Eu nunca tive medo de morrer, e também não estava tendo naquele momento, so conseguia sentir raiva, por que essas merdas so acontecem comigo?
Aguentei o máximo que pude antes de ser afundado, segurando o máximo de ar que eu consegui puxar tive que abrir os olhos, e a única coisa que eu vi foi um brilho branco vindo de uma rachadura no fundo daquele poço d água, eu ja estava condenado a morrer afogado, ir chegar o que era não ia me trazer mal algum.
Me virei para baixo soltando o ar que me puxava pra cima, e usei da força física para nadar ate o fundo em direção a rachadura, eu era péssimo em esportes, ainda mais natação, mas era q única maneira de eu tentar ficar vivo.
Bati os pés e os braços nadando em direção a luz, estava difícil segurar a respiração e me debater ao mesmo tempo mas eu tava dando conta, eu tinha que dar conta.
Quanto mais perto eu chegava, maior ela se tornava, não precisei me apoiar nela, a correnteza da água me sugou pela brecha que eu nem percebi que poderia passar sem dificuldade, e quando me dei conta, estava de volta no meu quarto, todo suado, e Tissandra me assistia enquanto se esforçava pra manter os moveis em suas posições.
Nunca me senti tão aliviado em conseguir respirar ar puro.
— Mais um pouco e você perde o controle!
Diz a mesma pra mim com uma voz seria e zangada, é a primeira vez que a vejo assim.
Tentei voltar a realidade pra poder processar e responder o que ela tinha tido, mas fiquei embasbacado quando o espelho passou por mim me revelando, cabelos brilhando em cores, as marcas azuladas no meu corpo voltaram, e eu não parecia mais um ser angelical, um dos meus olhos brilhavam em chama violeta quase branco enquanto o outro estava escorrendo sangue com uma cicatriz que desceu da testa ate perto do meu lábio superior, fiquei tao assustado que dei um tranco para trás, eu estava com medo de mim mesmo.
o que estava acontecendo naquele quarto?
— Finn volte ao normal, AGORA!
— COMO?
Tissandra me queria normal e eu nem sabia o que aquilo significava, cada dia que passa uma coisa nova acontece, estava ficando difícil associar uma coisa a outra.
— Não sei Finn, isso é coisa do seu pai, não deveria acontecer com você, só tenta ficar calmo.
Ela dizia como se eu estivesse estressado ou preocupado com alguma coisa, mas eu nem sabia o que tava acontecendo, so balancei meu cabelo com as mãos e me espreguicei, e foi assim que Tissandra me viu voltando ao normal, eu não sabia que era fácil assim, parar de brilhar quando eu quiser, foi uma descoberta legal pra mim e uma não tão boa pra Tris, que quase subiu na parede quando me viu.
— Você tem que aprender a se controlar antes que seja tarde de mais.
Eu não fazia ideia do que ela tava falando, mas ela sabia mais do que eu, então escutei em silêncio.
Você tem um bloqueio Philipe, sua mãe colocou em você assim que te pegou nos braços pela primeira vez, seu pai era um homem amaldiçoado e isso o dominou, ele foi levado pela obsessão atras de poder e se envenenou, e ela sabia que tudo que ele tinha seria passado pra você, por que é assim que maldições funcionam, e com medo disso te dominar, ela bloqueou logo no inicio, ela achou que manter isso em segredo ajudaria, mas a maldição quer sair, e se ela quer sair, você tem que deixar, mas você não tem força pra segurar tanta raiva, vai te consumir.
— Meu deus!
Papo de gente doida não é possível, maldição que leva a loucura, não é possível eu estar no meio de tanta confusão.
— Eu quero minha tia!
— Ótimo, recupero o diário que você perdeu que eu trago ela de volta.
— E como você espera que eu faça isso?
— Isso Finn, vai ser seu treinamento, se você conseguir trazer sua tia de volta significa que você ta pronto.
— Pronto? Pronto pra que Jesus?
— Pra recuperar seu trono e vingar sua mãe.
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𝒯ℎ𝑒 𝒢𝑎𝑟𝑑𝑒𝑛 𝑜𝑓 𝒞𝑟𝑦𝑠𝑡𝑎𝑙 𝒯𝑒𝑎𝑟𝑠
FantasyA verdade nascida em um solo amaldiçoado está propícia a desmoronar da mesma maneira que um castelo de cartas está quando construído em uma tarde de outono, onde a brisa é pesada o suficiente pra fazer as folhas secas se desprenderem de seus galhos...