𝐹𝑎𝑟 𝐹𝑟𝑜𝑚 𝐻𝑜𝑚𝑒 — 𝒫𝑒𝑎𝑟𝑙
Finn estava caminhando a um dia e meio seguindo o mapa que Tissandra fez pra ele, a bolsa pesada e barulhenta junto com os sapatos largos em seus pés não o incomodava, estava mais uma vez vagando pelo mundo sem saber o que o espera, mas pelo menos dessa vez ele tem um destino, e um lugar pra voltar caso de algo errado, a capa que usava o deixava rápido, o possibilitando se movimentar por quilômetros sem se cansar, as vezes ele parava em alguma sombra pra tomar agua e comer alguma coisa, e aproveitava pra ver sua localização no mapa, andava rumo nascer no sol, não sabia o quão longe a casa de Tissandra ficava do castelo mas sabia que não era perto, então andava sem medo.
Quando ele finalmente chegou no lugar marcado no mapa, Finn se deparou com um grande nada, só mais um vale com flores, arvores e montanhas que rodeavam o local e uma lago perto de um paredão de pedra.
— Ótimo Tissandra, e ágora? eu pescoço com os galhos das flores?
Finn solta a bolsa se sentando perto ao lago, o vento soprava uma brisa leve e refrescante, alguns minutos entediado Finn já não se aguentava mais parado, foi ate a beira da água olhar a cristalina, e os cristais na margem faziam seus olhos brilharem, o garoto adquiriu uma por pedras coloridas, e no meio de tantas, ficou ate difícil escolher qual levar pra casa, ele levaria todas se tivesse espaço na bolsa.
— Essa grande vai ficar linda na prateleira.
Finn ouve a voz vindo de trás de si, ele teria se assustado se não tivesse reconhecido, levantou sem acreditar abraçando a garota a sua frente.
— Pearl!
A garota sorri retribuindo o abraço.
— Ue, e quem você tava esperando?
— Ai sei la, Tissandra é meio louca as vezes.
— Tissandra?
— Não foi ela quem te chamou aqui?
— An, não? no bilhete ta assinado seu nome.
Finn não fazia ideia de que bilhete era aquele que Pearl estava falando mas sabia o que estava acontecendo, Tissandra armou um encontro entre eles.
— Eu sei que você pediu pra trazer seu livro mas Alec roubou ele de mim a alguns dias, e eu não vejo ele desde então, e eu queria te ver, espero que você não se importe de eu estar com as mãos vazias.
A garota sempre foi tão verdadeira com Finn, e é por isso que ele gostava dela, foi a única que não duvidou dele quando nem ele mesmo sabia o que estava acontecendo.
— Esquece esse livro, meu deus como eu estava com saudades.
— Que bom que você esta bem Finn, pelo visto ainda não conseguiu voltar pra casa.
— E você também esta bem, achei que seu pai fosse fazer aquelas coisas que reis fazem sabe, CORTEM LHE A CABEÇA!
Finn não contem a risada, fazendo Pearl rir junto.
— Vai por mim Finn, depois que o Alec fez minha caveira pra ele, a vontade dele era me por em uma cela e nunca mais me tirar de la.
— E esse negócio de rebelde traidor? — Pearl continua — me explica sua versão dessa bagunça.
— Quer sentar um pouco P? temos muito que falar.
Finn e Pearl sentam na beira do lago e passam a tarde jogando conversa fora, Finn contou tudo o que rolou depois da fuga, o que ele descobriu e o que pretende fazer, sabe que Pearl veio de dentro do vespeiro mas não sente ameaça vindo da garota.
E de fato ela não era uma ameaça, sempre se dispôs a ajudar Finn, e agora que ela sabe que o próprio pai é uma farsa, não tem por que arruinar a sua amizade com Finn.
Eles conversaram o máximo que deu até começar a escurecer, ambos sabiam que teriam de ir embora, e que não se veriam tão cedo, então Finn pegou uma das pedras que coletou pra levar embora, enrolou em um pano e bateu em cima com uma pedra maior, ao abrir o pano pode ver a pedra toda despedaçada, pegou as duas maiores partes e junto de barbante que estava levando la bolsa, mexeu as mão enquanto Pearl falava sem parar, mal prestando a atenção no menino.
Quando finalmente terminou, ele colocou no braço uma pulseira feita com o pedaço da pedra lascada, mostrando o próprio braço.
— Viu, mesmo longe estaremos sempre conectados — Finn pega o pano com o restante dos cacos — e também estaremos conectados a elas — jogando-as de volta para água que em poucos segundos afundaram sendo carregadas pela correnteza.
— Você é incrível sabia? pena que temos que ir embora.
— Pois é, mas é a gente P, vamos nos ver em breve.
Apos se despedirem, Pearl some em meio campo enquanto Finn assiste a agua correr por pelo menos uma hora, Tissandra armou o encontro deles para tentar recuperar o livro, mas não funcionou porque Pearl não tinha mais ele, mas não foi se tão inútil, Finn mostrou pra amiga que estava a salvo, e que sentia falta dela.
Finn vasculha na sua bolsa uma pedra branca luminosa, sabia que ia ser util em algum momento e por isso levou com sigo, usou-a para iluminar o mapa e ver pra onde deveria ir pra poder passar a noite, sua missão ja tinha sido completa, mas não dava pra voltar embora no escuro.
Havia um vilarejo descendo o o riacho do lago, e Finn seguiu por ele, e em poucos minutos viu a pequena cidade, estava calor e as pessoas ainda andavam pelas ruas, Finn se sentiu desajeitado pelas suas vestes um pouco formais de mais, mas ninguém nem notou isso nele, estava passando por ali como qualquer outro viajante.
Perto da pequena praça local Finn avistou uma taverna com placa de quarto disponível, e as moedas de ouro que pegou de Tissandra seriam mais que o suficiente para pagar a noite e o cafe da manhã.
E la foi ele, colocou o capuz pra esconder o rosto e entrou no ambiente, pessoas em sua maioria homens, bebiam cerveja e comemoravam por nada, estavam tão babados que mal percebeu Finn que se esquivava escondido entre as mesas.
— Boa noite meu jovem — uma das baristas abordou Finn educadamente — posso ajudar?
— Claro, eu gostaria de um quarto, pago adiantado!
Finn colocou a mão no bolso e tirou do saquinho algumas moedas e sem querer algumas pedras preciosas que Tissandra disse pra ele só gastar se fosse com relíquias, pois o resto tudo se paga em moeda. A atendente ficou tão deslumbrada com a riqueza do rapas que se fosse possível, cifrões tornariam suas novas pupilas.
— Claro meu bem! Um estante!
Finn observa o local e na parede se cartazes ele vê pelo menos três com seu rosto neles, "Rebelde foragido", "Procura-se" e "Vale recompensa". Todos com uma recompensa alta em moedas e joias, Finn estava achando engraçado ate ver Alec parado em uma das mesas com um papel na mão, ele não tinha notado a presença de Finn ali, o garoto foi mais esperto que ele, sabia que aquela taverna não seria ideal pra passar a noite, então recolheu as moedas de volta para o bolso deixando a atendente sozinha, foi ate os cartazes e os tirou com cuidado para não rasgar e sem que ninguém percebesse.
Saiu o mais rápido que pode da taverna por que ele sabia que Alec não era bobo, e em algum momento ia perceber Finn ali, e aquilo era um problema que Tissandra disse pra ele não se meter, Dobrou os papeis tirados a pressas do mural e colocou no bolso, e com o capuz ainda na cabeça, deslizou entre os becos ate ficar longe o suficiente da taverna em que Alec estava.
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𝒯ℎ𝑒 𝒢𝑎𝑟𝑑𝑒𝑛 𝑜𝑓 𝒞𝑟𝑦𝑠𝑡𝑎𝑙 𝒯𝑒𝑎𝑟𝑠
FantasyA verdade nascida em um solo amaldiçoado está propícia a desmoronar da mesma maneira que um castelo de cartas está quando construído em uma tarde de outono, onde a brisa é pesada o suficiente pra fazer as folhas secas se desprenderem de seus galhos...