- Nossa... que lugar lindo. - Alex murmura enquanto caminhamos pelo extenso quintal com alguns canteiros de flores até a entrada da imensa mansão de dois andares. Alguma música indie tocava lá dentro, alto o suficiente para que quem estivesse do lado de fora a ouvisse.
- Realmente é. - Respondo admirado.
- Irá ver que por dentro é ainda melhor. - Josh fala baixinho, se intrometendo na conversa. Isso resulta em um meio sorriso tomando conta dos meus lábios. Estou feliz por ele estar tentando se enturmar com o meu melhor amigo, por menor que seja as suas atitudes.
Pois bem, já está bastante claro para mim à essa altura que Joshua Beauchamp prefere passar o tempo todo sozinho do que conversando com outras pessoas, principalmente se forem desconhecidas. Mesmo que eu não saiba direito sobre isso, tenho a impressão que ele mente e esconde muito bem o que sente o tempo inteiro. Sinto que quando se encontra sozinho à noite é o momento em que Josh finalmente deixa essa sua máscara intimidadora e vazia cair por terra. Porque, querendo ou não, mentir a todo momento sobre o que está sentindo é cansativo. E, quanto menor a quantidade de pessoas ao seu redor for... menos mentiras serão contadas.
Josh estende uma de suas mãos na minha direção como algo comum e feito no dia a dia, esperando pacientemente que eu a segure. O que de fato não demoro a fazer, cedendo com prazer a tentação mais uma vez. Eu gosto disso, desse seu jeito de querer demonstrar em pequenos gestos o que está sentindo, que se importa. Mesmo que em muitas das vezes nem sequer tenha noção de quando isso acontece. Afinal, pelo o que já consegui perceber ao longo dos meus dias junto a ele, é que falar sobre suas emoções não é muito o seu forte.
Pensando bem, a linguagem de sentimentos do Josh... são os toques.
Finalmente passamos pela porta de entrada do lugar, e não deixo de admirar a grandiosidade que a mansão exala. Havia um imenso lustre de cristal liso e ligeiramente brilhante pendurado no centro do hall de entrada, dando um ar até mesmo aristocrático para o ambiente parcialmente escuro. Já a alguns passos à frente se encontra a enorme sala de estar com vários sofás de couro preto espalhados aleatoriamente, onde se tinha algumas pessoas sentadas sendo servidas com champanhe em taças por finos garçons que andavam em volta. No fim do cômodo era possível ver uma escada de vidro estendendo-se até o segundo andar, com algumas luzes de led roxa ao redor do corrimão como uma forma de decoração.
- Isso aqui está demais! - Ouve-se a voz alta e animada de Alex. - Pura riqueza.
- Sim! Olha ali, tem até mesmo uma pista de dança improvisada. - Exclamo sorrindo largo, deixando minhas covinhas afundarem nas bochechas. Estou tão distraído com a nova descoberta que nem mesmo percebo que Josh me olhava admirado.
Sem delongas, vamos na direção de uma sala especial e específica da mansão que Josh diz ser onde está acontecendo a verdadeira festa. O tal cômodo realmente parecia ser uma boate bem frequentada de Londres. Além de ser largo e espaçoso, tinha até mesmo o clichê globo de luz colorida pendurado no centro do teto e um DJ em cima de um palco posto no canto, usando os melhores dos equipamentos. O pacote completo, eu diria. Milionários são de fato outro nível por aqui.
Assim que somos vistos em meio aquele mar de pessoas ricas e bem vestidas não tarda para que Krystian Wang e, pasmem, Bailey May, venha até onde estamos para nos convidar a sentar com eles na mesma mesa que estão ocupando.
- Aliás, este é Alex Mandon, o meu melhor amigo que eu havia falado antes. - Não demoro para apresentá-lo, não deixando de encarar as bochechas avermelhadas do espanhol com uma das sobrancelhas erguida. Já que no momento, por incrível que pareça, encontrava-se envergonhado com as olhadelas de interesse que recebia no seu corpo do casal em nossa frente.
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Fifth Shades of Blue - Nosh Version
FanfictionQuando Noah Urrea vai à entrevista para ser o secretário do jovem bilionário e CEO Joshua Beauchamp, não imaginaria que iria se atrair tão facilmente por aqueles olhos azuis frios e vazios. Muito menos esperava que seria algo recíproco, apesar da di...