O caminho até o nosso destino foi feito em um silêncio confortável, apenas com um Jazz bem agradável tocando ao fundo.
O carro reduz a velocidade até que finalmente para, bem em frente de um prédio que eu rapidamente reconheço. O lugar fica no 220 Central Park South, em frente ao Central Park, o coração do distrito de Nova York e uma das áreas mais nobres e caras de Nova York. Arregalo levemente os olhos. Às vezes eu esqueço o quanto Josh Beauchamp é uma pessoa rica, quer dizer, bilionária.
Sinto meu coração na boca. Não consigo decidir se é de ansiedade ou nervosismo, ou medo de fazer algo errado.
— Chegamos. — Diz baixinho, me dando um breve sorriso. — Você sabe que não precisa fazer nada que não queira, não sabe?
Seu olhar era intenso, sombrio, por conta de só a metade de seu rosto estar sendo iluminado pela luz do hotel e a outra coberta pela escuridão que habitava dentro do carro. Sem pensar direito, levo uma das minhas mãos até a sua bochecha e começo a falar olhando para sua boca.
— Se eu estou aqui, é porque eu quero... senhor. — Não me contendo, acabo raspando meus lábios nos seus. Um simples tocar. Ouço sua respiração ficar pesada, assim que desvia seus olhos da minha boca para minhas íris verdes.
— Ótimo. — Coloca seu polegar no meu queixo e inclina meu rosto para cima. — Tenho tanta coisa em mente para fazer com você, meu doce.
— Faça tudo. — Murmuro. Beauchamp quase encosta seus lábios no meu, mas como se quisesse me provocar, se afasta na mesma hora. Suspiro insatisfeito.
— Venha, vamos sair. — Diz, com um tom de voz zombeteiro. É como se estivesse adorando me fazer passar vontade.
Mal sabe ele... que eu também sei brincar.
Saímos do carro, onde ele entrega a chave para o manobrista que esperava do lado de fora. Tal esse que quase deixa o objeto cair no chão por estar encarando meu peitoral descaradamente. De repente, sinto a mão de Beauchamp rodeando minha cintura, a puxando para mais perto de si num gesto possessivo. Sorrio discretamente.
— Preste atenção. — Murmura, com aquela sua voz vazia de qualquer sentimento. Consigo ver claramente o manobrista engolir o seco.
— Cla-claro, Sr. Beauchamp. Tenha uma boa noite.
Beauchamp sequer responde, e começa a me puxar em direção à entrada do hotel. Era tudo tão... rico. As paredes do saguão sempre estavam em tons dourados ou marrom, me lembrando ouro. Não cheguei a prestar tanta atenção, pois só conseguia pensar nos dedos tocando a curva suave da minha cintura. Sem mais delongas, Beauchamp me guia até um elevador no fundo de um corredor, onde acabamos por entrar. Vejo-o apertar o botão onde continha o número 70, o último andar do prédio. Uh.
Subimos os andares em silêncio. Cada vez mais perto do andar que era seu apartamento, mais perto do que seria uma noite inesquecível. Mordo o lábio, um ato claro de nervosismo.
— Noah... — Escuto a voz rouca e angelical de Louis perto de meu ouvido, me tirando dos meus devaneios.
Olho na sua direção. Ele encarava minha boca com pudor, com aqueles seus olhos azuis escuros, brilhando em excitação e a algo a mais que não consigo decifrar o que é.
Agora era a oportunidade perfeita de fazê-lo me beijar.
— O que, Josh? — Falo, de um jeito até um pouco inocente. O vejo engolir o seco na mesma hora, ainda com a atenção presa no meu lábio. Que mais uma vez estava sendo maltratado por meus dentes.
— Você está mordendo a porra dos lábios. — Diz, com um tom severo. Um arrepio gostoso percorre meu corpo.
Sorrindo, chego mais perto do seu rosto.
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Fifth Shades of Blue - Nosh Version
FanfictionQuando Noah Urrea vai à entrevista para ser o secretário do jovem bilionário e CEO Joshua Beauchamp, não imaginaria que iria se atrair tão facilmente por aqueles olhos azuis frios e vazios. Muito menos esperava que seria algo recíproco, apesar da di...